18 de maio, 2012

A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, lugar de interesse artístico-cultural, religioso e espiritual, que recebe, diariamente, um copioso e diversificado número de peregrinos, visitantes ou simples transeuntes, foi o espaço eleito para acolher o Ciclo de Conferências, ao ritmo de um domingo por mês, de novembro a abril, sob o tema do ano pastoral de 2011-2012 “Quereis oferecer-vos a Deus?”, pergunta que a “Senhora mais brilhante que o sol” colocou aos três pastorinhos, na 1.ª aparição, a 13 de maio de 1917.
Luísa Maria Almendra abriu este ciclo, destacando o anúncio do Anjo Gabriel a Maria e a resposta afirmativa da Virgem, Magnificat, anima mea dominum…, oferecendo-se como meio (“humilde serva”) – ainda que ignorando a extensão do que lhe estaria destinado – através do qual Deus operaria as Suas maravilhas.
Vítor Franco Gomes dirigiu o seu olhar para o desejo de Deus, natural no ser humano (criado à semelhança e imagem desse mesmo Deus), como aspiração à transcendência. O desejo de Deus, muitas vezes não entendido como tal, encontra em Jesus Cristo, exemplo maior do oferecimento, o seu expoente máximo, como convite à partilha do amor divino. Este desejo de Deus e da transcendência carece da fé – dom frágil, como a leu José Frazão Correia, porque questão de vida “e de morte, do medo de confiar num outro e de se lhe confiar” –, no Deus que se dá à Humanidade, numa entrega total, expondo-se Ele mesmo “no corpo de carne de Seu Filho”.
Maria Luísa Ribeiro Ferreira viu n’ “O cuidado do outro: responsabilidade e compaixão” uma forma de entrega e oferecimento e, entre outras dimensões do “cuidar” – “cuidar de si, cuidar dos outros”; “as mulheres como cuidadoras por excelência”; “cuidar do espaço público”; “cuidar do mundo, cuidar do futuro” –, viu Fátima como locus privilegiado de compaixão.
Roberto Carneiro evidenciou o papel dos cristãos face às novas exigências de uma solidariedade global ativa, no oferecimento ao outro através do acolhimento e não da rejeição, redescobrindo a vivência social e comunitária, na prática dos dois magnos mandamentos da lei de Deus, na dádiva a Deus e aos irmãos, num tempo cada vez mais toldado pelo mercado, pelo economicismo, como destacou Francisco Sarsfield Cabral, ressalvando, porém, que o mercado não tem, necessariamente, de ser encarado como algo negativo, mas que, munido do dom e da solidariedade (Caritas in Veritate, n.º 35), e através de políticas públicas, de instituições sociais, de organizações não-governamentais, do ser individual, pode, e deve, providenciar todas as condições a quem mais necessita, sem a lógica da troca de serviços, mas através da dádiva: pela partilha e pela solidariedade.
Encerrou cada conferência um breve apontamento musical: em novembro, concerto de órgão, pelo organista João Santos; em dezembro, concerto pelo coro Anima Coralis, da Maceira; em janeiro, pela Associação Coral Calçada Romana, do Alqueidão da Serra; em fevereiro, pelo coro Capela Nova, de Lisboa; em março, concerto inclusivo com a mezzo-soprano Margarida Pinto Basto, acompanhada pelo pianista Fernando Falcão Martinho, e com pessoas surdas que viram os textos líricos traduzidos para língua gestual portuguesa; em abril, concerto pelo coro Anonymus, do Porto.
No próximo ano pastoral decorrerá um novo ciclo de conferências cujo tema, “Não tenhais medo”, faz eco da Aparição de junho de 1917.
Carla Abreu Vaz,
Secretária da Comissão Organizadora do Centenário das Aparições de Fátima
 
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