24 de abril, 2022
“Celebrar a misericórdia divina implica sempre e necessariamente assumir atitudes de misericórdia para com aqueles com quem vivemos ou contactamos e que precisam da nossa ajuda”Pe. Carlos Cabecinhas presidiu à eucaristia dominical no Recinto de Oração do Santuário de Fátima
Esta manhã, o Pe. Carlos Cabecinhas presidiu à missa dominical no Recinto de Oração, onde se fizeram anunciar vários grupos de peregrinos. Neste dia, em que a Igreja celebra o domingo da misericórdia, o Evangelho conta que a presença de Cristo Ressuscitado “enche de alegria” os discípulos. “Um dos apóstolos, Tomé, não estava presente nesse momento e não acreditou no testemunho que lhe deram do encontro com Cristo vivo”, no entanto acabou por fazer a “experiência do encontro com Cristo vivo, porque, oito dias depois, no dia do Senhor, voltou a estar com a sua comunidade”. Assim, “é uma alusão clara ao domingo, a nossa Páscoa semanal, o dia em que a comunidade cristã é convocada e se reúne para celebrar a Eucaristia, pois é, antes de mais, no encontro com os irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão e o vinho consagrados, que se descobre Jesus Vivo e ressuscitado no meio de nós”, explicou o sacerdote, lembrando ainda que as dificuldades do apóstolo Tomé em acreditar na ressurreição de Jesus “fizeram com que o seu nome se tornasse sinónimo de incredulidade”. “Porém, as suas dificuldades em acreditar acompanharam os cristãos de todos os tempos e também nós as sentimos”, reiterou o Pe. Carlos Cabecinhas. À semelhança do apostolo Tomé, “também nós gostaríamos de fazer a experiência da presença física de Cristo ressuscitado no meio de nós, pois temos a impressão que se Lhe pudéssemos tocar, a nossa fé seria mais forte, isenta de dúvidas, e contudo, a celebração da Páscoa recorda-nos, em cada ano, que a presença de Cristo se experimenta de modo diferente”. “Vemos os sinais da sua presença, mas é pela fé que podemos perceber essa presença de Jesus Cristo vivo, hoje, e esses sinais são, antes de mais, a comunidade reunida, a escuta da Palavra de Deus e a Eucaristia”, considera, afirmando ainda que esses sinais “são também as feridas da paixão, com as quais Cristo se apresenta e pelas quais se dá a conhecer”. São nesses sinais “de amor e doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente nas nossas vidas”, e neste Domingo da Divina Misericórdia, é importante sublinhar este aspeto, afirmou o reitor do Santuário de Fátima. Por outro lado, “se Jesus se apresenta com as suas feridas, nenhum sofrimento nos pode ser estranho”, alertou o Pe. Carlos Cabecinhas, lembrando as “atrocidades da guerra vividas na Ucrânia”. “Nas feridas e no sofrimento dos que nos cercam, encontramos Jesus Cristo vivo e para Tomé, foi o contacto com as feridas da paixão de Cristo que reavivaram a sua fé e lhe abriram os olhos para reconhecer a presença de Jesus Cristo”, explicou. Assim, “também para nós, hoje, estas feridas, reveladas nas penas, nos sofrimentos e nas chagas de cada ser humano, nos dão a conhecer a presença do ressuscitado e nos desafiam a acolhê-l’O na pessoa daqueles que sofrem e precisam de ajuda”. “Celebrar a misericórdia divina implica sempre e necessariamente assumir atitudes de misericórdia para com aqueles com quem vivemos ou contactamos e que precisam da nossa ajuda”, concluiu. Esta tarde, a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima vai acolher, pelas 15h30, o Concerto de Páscoa com o título Maria — Totus tuus. A cantora soprano lírico spinto, Conceição Seabra Galante, estará acompanhada pelo organista Daniel Ricardo de Pinho. Este momento musical contará ainda com a participação especial do grupo Carmeli Voces Ensemble. A entrada é livre. |