Celebrar a festa do Corpo de Deus “é celebrar Jesus escondido na Eucaristia na vida de cada um de nós”, afirmou o Pe. Carlos Cabecinhas

Celebrar a festa do Corpo de Deus “é celebrar Jesus escondido na Eucaristia na vida de cada um de nós”, afirmou o Pe. Carlos Cabecinhas

Reitor do Santuário desafiou peregrinos a imitarem “o testemunho luminoso” dos santos pastorinhos no amor e na centralidade que dispensaram a Jesus Eucarístico nas suas vidas

O reitor do Santuário de Fátima afirmou esta manhã que a solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como Corpo de Deus, é um “momento festivo” de “acção de graças” pelo dom da Eucaristia onde recebemos o “único alimento que transforma e dá sentido novo às nossas vidas”.

A partir do evangelho hoje proclamado, a homilia do Pe. Carlos Cabecinhas lembrou que o milagre da multiplicação dos pães “é símbolo da Eucaristia e revela-nos Jesus como Aquele que pode saciar a nossa fome e que pode dar sentido às nossas vidas”.

“Na Eucaristia Jesus continua a multiplicar o pão e a saciar a nossa forme. Mas o milagre que Ele nos dá é a oferta do pão vivo que nos abre a noção da vida eterna”, disse o reitor do Santuário de Fátima sublinhando que este “é um alimento diferente e o único que dá sentido novo a tudo o que comporta a nossa vida”.

“É um alimento que só Jesus nos pode dar”, frisou enfatizando que o pão da Eucaristia “é o único alimento que nos transforma” até ao fim da vida, pressupondo que cada cristão assuma a Eucaristia como fonte e centro do seu quotidiano, e desenvolva atitudes de “enlevo, admiração e adoração”.

O Pe. Carlos Cabecinhas destacou, a este propósito, os exemplos de São Francisco e Santa Jacinta Marto, que nos dão “testemunho luminoso” sobre a importância e a centralidade da Eucaristia nas suas vidas. Recordando as memórias da Irmã Lúcia e, socorrendo-se de citações dos diálogos de Francisco e Jacinta, contados nas memórias, através dos quais revelavam o desejo de estar e receber “Jesus escondido”, o sacerdote exortou os peregrinos a imitarem os santos pastorinhos de Fátima.

“É este amor de São Francisco e Santa Jacinta a Jesus presente na Eucaristia, que neste dia, em particular, somos convidados a imitar e a assumir”. Por isso, “celebrar esta festa é celebrar Jesus escondido na Eucaristia na vida de cada um de nós”, afirmou ainda o Pe. Carlos Cabecinhas.

“Peçamos ao Senhor que nos torne conscientes deste grande dom que é a Eucaristia para sermos gratos a Deus todos os dias da nossa vida por este dom que ele nos concede”, concluiu.

A mensagem eucarística está, de resto, no coração da Mensagem de Fátima, desde as aparições do Anjo até às de Nossa Senhora. Em 1916, as primeiras palavras do Anjo aos três pastorinhos convidam à adoração – «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos» –, e através delas as crianças são conduzidas à contemplação do mistério de Deus – «Santíssima Trindade, adoro-vos profundamente» –, para depois serem levadas aos sabores do mistério eucarístico – «Tomai e bebei o Corpo e o Sangue». Nas aparições de Nossa Senhora, em 1917, volta a renovar-se este convite a viver a partir da lógica eucarística do dom de si.

Diariamente, a Eucaristia e a Adoração têm um papel central na vida do Santuário de Fátima. Hoje, além das várias missas do programa oficial, cujos horários estão disponíveis em www.fatima.pt haverá ainda a Procissão Eucarística no Recinto de Oração, às 17h30, cumprindo também uma das práticas desta Solenidade.

A solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.

Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.° dia após a Páscoa, uma quinta-feira, ligando-se assim à Última Ceia, de Quinta-feira Santa.