13 de maio, 2018

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Cardeal chinês pede aos peregrinos para serem testemunhas de uma nova humanidade

Recinto de oração voltou a encher-se de peregrinos, no dia em que se assinala um ano sobre a canonização dos Santos Francisco e Jacinta Marto

 

Cada cristão é chamado a contribuir com pequenos gestos para a construção de uma nova humanidade que promova a dignidade da pessoa, um mundo “mais justo e unido” disse esta manhã o Cardeal John Tong durante a homilia da Missa Internacional Aniversária da Peregrinação de maio.

“Com o nosso modo de viver e o nosso exemplo devemos fazer com que Cristo seja visível hoje na nossa sociedade”, disse.

Um ano depois da presença do Papa Francisco e da canonização dos santos Francisco e Jacinta Marto, o Recinto de Oração voltou a encher-se para participar na peregrinação de maio, a primeira grande peregrinação que evoca a primeira aparição de Nossa Senhora aos três videntes.

“Jesus, com o Seu Espírito, forma em nós uma nova humanidade. Ele próprio nos impele na procura da liberdade, da dignidade, da justiça, da responsabilidade, ou melhor, fortalece o nosso próprio desejo de construir um mundo mais justo e mais unido”, referiu o bispo emérito de Hong Kong, na homilia lida em português pelo reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas.

A homilia da Missa internacional que encerra a peregrinação de maio, e que foi concelebrada por 18 bispos e 227 sacerdotes, lembra que a comunidade de crentes, consciente de ter recebido um mandato divino, deve encher-se de “fervor missionário e de alegria pascal” tornando-se no mundo “testemunha da nova realidade da vida realizada em Cristo”.

“Esta nova realidade manifesta-se nos pequenos gestos que realizamos nas nossas vidas quotidianas, nas realidades terrestres e nos nossos compromissos de cada dia” seja nos serviços caritativos seja na assistência espiritual, frisou.

O prelado chinês, o primeiro a presidir a uma das grandes peregrinações em Fátima, sublinhou a importância na sua vida do exemplo de Maria e dos missionários que o introduziram na vida religiosa.

“Recordo pessoalmente o impacto que teve em mim o exemplo dos serviços caritativos dos missionários estrangeiros, quando em criança vivia em Cantão, logo depois do final da Segunda Guerra Mundial. O seu espírito missionário e caritativo suscitou em mim o desejo de os imitar”, destacou o cardeal.

“Fizeram nascer em mim a vocação sacerdotal e decidi entrar para o seminário em Macau, pouco antes da minha família se refugiar em Hong Kong”, prosseguiu.

“Como a Virgem Maria, devemos acolher o Espírito Santo e deixá-Lo agir em nós: ajudar-nos-á, assim, a levar Cristo ao mundo e o mundo a Cristo. Tornar-nos-á abertos e atentos às necessidades dos outros e a partilharmos o tesouro e a alegria da nossa fé”, concluiu.

Na missa que encerra a primeira peregrinação do pós Centenário, os peregrinos recordaram  a questão da eutanásia, na oração universal: “Pela autoridade e parlamento nacional, para que no processo de governo e de legislação promova a vida e ela seja sempre tutelada e amada, desde a sua conceção até ao seu fim natural”, associando desta forma o Santuário ao inicio das celebrações da Semana da Vida.

Papa lembra Fátima este domingo

Logo pela manhã o Papa Francisco associou-se às celebrações do 13 de maio, na Cova da Iria, com uma mensagem publicada na sua conta da rede social Twitter.

“Santíssima Virgem de Fátima, dirige o teu olhar sobre nós, sobre nossas famílias, sobre o nosso país, sobre o mundo”, pode ler-se.

O pontífice presidiu, em 2017, às celebrações desta peregrinação internacional, no ano do Centenário das Aparições, canonizando os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

As celebrações religiosas no Santuário têm como tema “Tempo de graça e misericórdia: dar graças pelo dom de Fátima”.

Inscreveram-se para esta peregrinação, a primeira do pós-centenário, 148 grupos organizados de 26 países, num total de 9000 peregrinos, provenientes de todos os continentes; da Ásia estão inscritos cerca de 350 peregrinos, organizados em 10 grupos.

Os peregrinos a pé que chegaram à Cova da Iria foram mais de 37 mil; os parques de estacionamento registaram uma ocupação total, desde a noite de sábado.

As celebrações do 13 de maio vão ser encerradas com um recital de ação de graças, com o tenor italiano Andrea Bocelli, na Basílica da Santíssima Trindade, com lotação esgotada, a partir das 16h00.

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