27 de março, 2022
Capelão do Santuário alerta para as tentações do ciúme, da cegueira e do egoísmo que impedem a verdadeira conversãoPadre Joaquim Ganhão presidiu à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, neste IV Domingo da Quaresma
O diretor do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima presidiu esta manhã à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade e alertou os milhares de peregrinos presentes para a tentação do “ciúme”, da “cegueira” e do “egoísmo”, mas também das lógicas “utilitaristas” que impedem a verdadeira conversão. A partir do Evangelho proclamado, a chamada parábola do filho pródigo, “mais bem definida como a parábola do Pai transbordante de Amor”, o sacerdote lembrou que apesar do convite permanente à conversão e do coração de Deus ser abundante, “com lugar para todos e cada um de nós”, não faltam exemplos na vida concreta que nos aproximam dos dois irmãos da parábola. Em causa está o verdadeiro desejo de conversão. De um lado, impera a lógica “utilitarista” do filho que regressa a casa porque tem fome ; do outro “a incapacidade de compreender o amor do pai”. “Às vezes o problema é acharmos que nada temos a converter, que não temos pecados, que já não há nada a fazer...Precisamos de nos reconhecer pecadores para darmos o salto para este enorme coração de Deus, para que Ele nos de a mão e nos levante com a sua infinita misericórdia” disse o padre Joaquim Ganhão enfatizando a necessidade do arrependimento e do desejo de salvação. “Não faltam os amuos, a incapacidade de ver o amor e de o concretizar, a tentação do ciúme, o perigo da lógica dos bonzinhos, cegos no seu egoísmo”, afirmou o sacerdote durante a homilia. “Caros irmãos, as atitudes dos dois irmãos da parábola são um convite a vermos como está a ser a nossa resposta à misericórdia do Pai, revelada a cada um de nós em Jesus Cristo, o único capaz de nos converter”, disse ainda. “Participar na festa do amor superabundante de Deus, exige de todos humildade e ousadia para sair de si e assumir as atitudes do Pai que acolhe o arrependimento e é sempre capaz de nos surpreender no Amor”. “Na hora presente da história do mundo, a braços com uma guerra que destrói e divide, precisamos de aprender sempre mais nesta escola do Pai bondoso e misericordioso”, pois um dos grandes dramas da humanidade, “e até da Igreja”, é “ este desconhecimento do coração do Pai que Jesus nos mostra”. “A quaresma implica toda a nossa vida, tudo o que somos, as opções que fazemos e o caminho que somos chamados a viver. Neste caminho o Senhor convida-nos a reconciliarmo-nos com ele, cada um de nós, porque Ele não está diante de nós para nos acusar, amachucar ou destruir mas para nos salvar, nos atrair ao seu amor, para connosco fazer a festa da nossa vida e da nossa libertação e salvação”, concluiu lembrando no final da homilia a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculçado Coração de Maria, que ocorreu em Fátima, na passada sexta-feira. "Na hora presente da história do mundo, a braços com uma guerra que destrói e divide, precisamos de aprender sempre mais nesta escola do Pai bondoso e misericordioso. Essa escola que, neste lugar tem Maria como Mestra e Pedagoga", afirmou. "Dirijamo-nos a Ela com as palavras do Santo Padre Francisco no Ato de Consagração:Na miséria do pecado, das nossas fadigas e fragilidades, no mistério de iniquidade do mal e da guerra, Vós, Mãe Santa, lembrai-nos que Deus não nos abandona, mas continua a olhar-nos com amor, desejoso de nos perdoar e levantar novamente. Foi Ele que Vos deu a nós e colocou no vosso Imaculado Coração um refúgio para a Igreja e para a humanidade. Por bondade divina, estais connosco e conduzis-nos com ternura mesmo nos transes mais apertados da história". Esta tarde às 14h00, o Santuário celebrará mais uma Via-sacra. |