08 de março, 2020
Capacidade de mudança apresentada como caminho para DeusNa homilia da Missa deste II Domingo da Quaresma, D. Armando Domingues, bispo-auxiliar do Porto, exortou os peregrinos a deixarem-se “transfigurar”, deixando de parte o acomodamento e assumindo um dinamismo e abertura eclesiais na missão pastoral.
A Missa deste II Domingo da Quaresma, na Basílica da Santíssima Trindade, foi presidida por D. Armando Domingues, bispo-auxiliar do Porto, que, na homilia, apresentou a abertura à mudança como chave para uma maior comunhão em Deus. O prelado começou por saudar particularmente os casais que participam este fim-de-semana, em Fátima, no 50º Encontro de Peregrinação Anual dos Centros de Preparação para o Matrimónio, deixando, em nome da Conferência Episcopal Portuguesa, “um agradecimento a todos os que desenvolvem esta pastoral de apoio aos casais que se preparam proximamente ao matrimónio”. Numa exegese à Palavra proclamada, o bispo-auxiliar do Porto sublinhou o carácter dinâmico de comunhão da Igreja, com referência concreta à partida de Abraão, relatada na Primeira Leitura, e à partida de Pedro, Tiago e João para o alto do monte, onde Jesus se revelou Transfigurado. “Abraão é modelo desta Igreja, que também pede novos caminhos, nova evangelização”, disse, ao apresentar “três pontos de reflexão” a partir desta premissa. “É importante nunca cair na tentação do acomodamento, escutando com atenção a Palavra de Deus, descobrindo a Sua presença, acolhendo-A no meio de nós, assumindo mudanças a partir da pergunta: o que quer Deus de mim? Ao mudarmos as práticas que habitamos há muito tempo, a Palavra escutada torna-se centro renovador da própria existência, da pastoral e dos relacionamentos”, afirmou o prelado, como primeiro ponto. Como segundo ponto, D. Armando Domingues apresentou a necessidade de dinamismo eclesial, através de um “caminho de discernimento”, com a abertura “para ir para um outro lugar” que indique “novos caminhos de evangelização”. “Esta reforma de estruturas exige a conversão pessoal e pastoral, que só se pode concretizar ao ‘fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária seja mais comunicativa e aberta e que coloque os seus agentes em atitude constante de saída, favorecendo uma resposta positiva a todos aqueles a quem Jesus quer oferecer a Sua amizade’, como refere o Papa Francisco.” Como último ponto de reflexão, o presidente da celebração partiu da palavra central do Evangelho de hoje, a transfiguração, para exortar os peregrinos a uma “transfiguração do tecido comunitário” onde se inserem. “Nesta Quaresma, subir ao monte com Jesus e contemplar a Sua transfiguração é pedir-Lhe que nos transfigure, que nos mude, dispostos a pôr de parte o que nos afasta Dele”, concluiu. Neste domingo, realiza-se na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima o segundo Encontro na Basílica deste ano pastoral, onde a Irmã Ana Luísa Castro, religiosa da Aliança de Santa Maria, vai abordar o tema “Jacinta Marto, uma entrega até ao fim”, conferência que tem transmissão em direto na página do Santuário. |