20 de abril, 2018

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Canonização dos Santos Francisco e Jacinta Marto foi anunciada pelo Papa há um ano

Francisco fez o anúncio no consistório em Roma. Canonização foi celebrada, em Fátima, a 13 de maio

 

Completa-se no dia 13 de maio um ano sobre a canonização dos santos Francisco e Jacinta Marto, dois dos três videntes das aparições de Fátima, que o Papa Francisco colocou nos altares durante a grande festa do centenário. O anuncio da canonização foi feito há precisamente um ano, no dia 20 de  abril de 2017, no final do Consistório Ordinário Público para o voto sobre algumas Causas de Canonizações.

Os sinos repicaram às 9h40 da manhã na Cova da iria, com uma simbólica celebração presidida pelo Reitor do Santuário de Fátima, na Capelinha das Aparições.

«Alegramo-nos com esta notícia e damos graças a Deus por estes exemplos de santidade que nos são oferecidos», disse na altura o Pe. Carlos Cabecinhas.

«Pedimos também neste lugar tão especial, a Capelinha das Aparições, a ajuda de Nossa Senhora para sabermos imitar o exemplo dos futuros santos Francisco e Jacinta Marto», acrescentou ainda o sacerdote, antes de se cantar o hino dos pastorinhos no Recinto de Oração.

A canonização aconteceu após a aprovação, a 23 de março, de um milagre atribuído a Francisco e Jacinta;  foi a última etapa do processo, iniciado há 65 anos.

 17 anos depois de João Paulo II ter beatificado Francisco e Jacinta Marto, o pontífice argentino deu o passo que faltava para que os dois irmãos fossem considerados santos e a partir desse dia o culto aos dois pastorinhos passasse a ser considerado universal, segundo a Igreja Católica, que tem em Jacinta Marto, que morreu com nove anos, a mais nova santa não-mártir entre os católicos. O seu irmão, Francisco, foi também afetado pela chamada gripe pneumónica, dez meses antes.

“Há uma clara consciência que está a emergir, sobretudo depois da canonização, de que o exemplo de santidade destas duas crianças não serve só os mais pequenos mas atravessa todas as etapas da vida espiritual de cada um de nós” refere a ex. postuladora da Causa da Canonização de Francisco e Jacinta, Ir. Ângela Coelho à Sala de Imprensa, um ano depois.

A canonização veio permitir “ultrapassar uma certa infantilização” dos pastorinhos que eram olhados pelos adultos com ternura  e carinho mas sempre como crianças, reconhece a ex. postuladora afirmando que hoje “é diferente”.

“As pessoas são tocadas pelo seu exemplo e, sobretudo, pela forma como se entregaram a Deus” refere Ângela Coelho que fala do próprio prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, que se mostrou, desde o inicio, muito tocado por esta causa, sem esquecer o próprio Papa que, ainda hoje, refere com muito frequência os nomes  e o exemplo de São Francisco e Santa Jacinta Marto.

Francisco e Jacinta Marto: um história de santidade

Francisco Marto nasceu em 11 de junho de 1908 e foi batizado no dia 20 de junho. Jacinta, sua irmã mais nova, nasceu em 05 de Março de 1910 e foi batizada no dia 19 desse mês. Ambos nasceram em Aljustrel e foram batizados na paróquia de Fátima. Eram os mais novos dos sete filhos de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus, e primos de Lúcia de Jesus (1907-2005). Receberam, desde muito novos, uma educação cristã simples. Cedo se fizeram pastores do rebanho da família. Acompanhavam a prima Lúcia, um pouco mais velha, também ela pequena pastora. Os três pastorinhos veem um Anjo por três vezes, na Primavera, Verão e Outono de 1916, na Loca do Cabeço e no poço da casa da Lúcia, que os convidou à adoração a Deus. Em 13 de maio de 1917, foram visitados, na Cova da Iria, pela Virgem Maria, que lhes pediu que ali voltassem a cada dia 13 até outubro. No curso dos seis encontros, a Senhora do Rosário dá a ver aos pastorinhos a esperança que Deus oferece ao mundo tocado pelo sofrimento e pelo mal e convida-os a comprometerem-se com a conversão dos corações humanos, pela oração do rosário, pelo sacrifício reparador e pela consagração dos seus corações e do mundo ao Coração Imaculado. As vidas do Francisco e da Jacinta transformaram-se definitivamente à luz da Mensagem de Misericórdia.

O Francisco assume uma vida de contemplação, comprometido com a consolação de Deus que lhe parece estar «tão triste». A Senhora recomendara que ele rezasse muitos terços. E muito rezará o Francisco, procurando a solidão do monte ou a companhia do Jesus escondido no sacrário da Igreja paroquial para «pensar em Deus».

A Jacinta deixa-se impressionar pelo sofrimento dos pecadores e reza e sacrifica-se pela sua conversão, pela paz no mundo, e pelo Santo Padre: «Sofro muito, mas ofereço tudo pela conversão dos pecadores e para reparar o Coração Imaculado de Maria, e também pelo Santo Padre», confidenciou a Lúcia, na sua doença. E, pouco antes de morrer, dizia: «No Céu vou amar muito a Jesus e o Coração Imaculado de Maria».

Em 4 de abril de 1919, pelas 22h00, faleceu o Francisco, com apenas 10 anos. Adoecera, em outubro de 1918, com a epidemia broncopneumónica, tal como a sua irmã Jacinta, que adoece no final do ano de 1918. Esta virá a ser internada no Hospital de Ourém, e mais tarde em Lisboa, no Hospital de D. Estefânia. Falecerá sozinha, às 22h30 do dia 20 de fevereiro de 1920, com 9 anos. Em Fátima, em 13 de maio do ano jubilar 2000, o Papa João Paulo II beatificou-os. 

 

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