19 de abril, 2015


O projeto “Caminhos de Fátima” deu os primeiros passos no Santuário de Fátima, em 2014, com a formalização de um acordo de colaboração para a criação de um primeiro troço oficial para peregrinos a pé entre o Porto e Fátima. O objetivo mantém-se o inicial: o de melhorar as condições de peregrinação a pé até ao Santuário de Fátima, em termos de segurança, conforto e apoio. Um dos propósitos visa também a certificação como Itinerário Cultural Europeu.
Após uma fase inicial, em que o projeto foi refletido em conjunto pelas 14 autarquias municipais envolvidas, foi realizado um estudo do traçado que levou à concretização de uma proposta de percurso, dada a conhecer em Fátima a 17 de abril de 2015, a um conjunto de entidades e pessoas, nomeadamente às que, no terreno, acompanham os peregrinos na sua caminhada: a Guarda Nacional Republicana, a Liga dos Bombeiros Portugueses, o Corpo Nacional de Escutas, o Movimento da Mensagem de Fátima, a Ordem de Malta e algumas paróquias e guias de peregrinos.
A proposta de traçado oficial, cuja intensão primordial é afastar os peregrinos das estradas e itinerários nacionais com maior movimentação de trânsito automóvel, foi pensada entre Gaia e Fátima, por ser o troço que congrega o maior número de peregrinos. O estudo apresentado, que foi bem acolhido por estas entidades, contempla agora 96% do traçado fora da estrada nacional, com um acréscimo de 8% na distância (16 quilómetros). Isto significará uma inversão do que acontece atualmente, em que a maior parte do percurso se realiza por estradas e itinerários nacionais.
O acolhimento ao grupo, que reuniu na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores, coube ao Reitor do Santuário de Fátima. Nas palavras iniciais, o padre Carlos Cabecinhas destacou que o projeto é “acarinhado desde o início” pela Instituição, até porque “interessa ao Santuário o bem-estar dos peregrinos, interessa-nos a sua segurança”. O Reitor louvou também o facto de o escopo para a implementação deste caminho ter como horizonte o ano de 2017, o do Centenário das Aparições.
Estando o Santuário de Fátima presente neste projeto como entidade consultora, na pessoa do Administrador, o padre Cristiano Saraiva, o Reitor afirmou-se conhecedor do “trabalho complexo” que o projeto envolve, quer pelo grande número de entidades participantes, quer pelo seu próprio desenvolvimento e implementação.
“Há um trabalho que tem sido desenvolvido com as autarquias, que têm a responsabilidade de gestão territorial, interessa agora ouvir quem acompanha e acolhe os peregrinos ao longo da sua caminhada, que é quem realiza este trabalho de proximidade”, afirmou o reitor.
Nas palavras da coordenadora desta ação, Cristina Azevedo, o objetivo principal é conseguir-se um “caminho oficial, seguro e confortável”.
“Pretendemos honrar uma tradição que tem mais de 90 anos e dar condições de maior segurança e apoio aos peregrinos que fazem esta experiência da peregrinação a pé”, afirmou Cristina Azevedo, que acrescentou a importância do reconhecimento “de que a dinâmica do Turismo Religioso e Cultural está em franca ascensão”.
“Não esquecendo que Portugal é um estado laico, este fenómeno ultrapassa claramente a questão religiosa e é profundamente interessante e mobilizador na perspetiva do Turismo Cultural e Religioso, até porque o projeto Fátima está incluído no Plano Estratégico de Turismo de Portugal”, afirmou.
Numa fase posterior será organizada uma candidatura conjunta a fundos comunitários, para apoio nas diferentes linhas de ação, em específico em termos da realização de obras em diferentes partes do percurso e para apoio à divulgação.
Outra das fases do processo é a certificação do itinerário como Itinerário Cultural Europeu, junto do Instituto Europeu dos Itinerários Culturais: “Esta instituição da União Europeia certifica um conjunto de itinerários considerados fundamentais para a construção da identidade europeia. O Caminho de Santiago foi o primeiro a ser certificado e entendemos que não há uma diferença fundamental do ponto de vista cultural entre os Caminhos de Santiago e o de Fátima, portanto, obter essa certificação é um passo absolutamente necessário”, explicou Cristina Azevedo.
LeopolDina Simões
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