07 de setembro, 2014

Esta manhã, 7 de setembro, no Santuário de Fátima, no momento final da homilia da Missa dominical internacional, D. António dos Santos Marto, bispo de Leiria-Fátima sublinhou, a propósito da realização do encontro internacional "A paz é o futuro", que decorre até 9 de setembro, em Antuérpia, na Bélgica, promovido pela Comunidade de Santo Egídio e no qual participam 300 líderes religiosos, que “nenhuma guerra é santa”, isto porque, “não se pode fazer guerra em nome de Deus”.
 
De seguida, o prelado pediu aos peregrinos presentes no Recinto de Oração, para, individualmente, em silêncio, apresentarem, naquele momento, a Nossa Senhora, “rainha da paz”, uma oração pela paz na Ucrânia, no Iraque e na Síria.
 
Na sua reflexão, D. António Marto, que também é vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, reafirmou o apelo à “renovação da vida cristã”, a nível pessoal, familiar e comunitário, por meio de três regras de ouro: o “diálogo fraterno”, a “oração” – “Rezai uns pelos outros, não esqueçais isso!”, exortou D. António Marto – e a “reconciliação”. 
 
“A grande lei da vida cristã é o amor fraterno, que convida a lançarmos o olhar de amor para este nosso mundo, para tornarmos este mundo mais fraterno”, afirmou o bispo.
 
“É um mundo em crise, mas é o mundo em que vivemos, ninguém escolhe o mundo em que quer viver! (…) É um mundo com uma cultura dominada pelo individualismo, pela indiferença, pelo vazio de valores, pelo individualismo; sabeis que isso provoca a deterioração das relações entre as pessoas e entre os povos, o distanciamento de uns em relação aos outros (…), e leva até à exclusão de quem desvia o seu olhar e a sua solicitude dos que sofrem no corpo e na alma, os pobres, os excluídos”, acrescentou, apelando à "elevação" da vida cristã.
 
Encontram-se neste fim de semana em peregrinação a Fátima 28 grupos, vindos de Portugal, Alemanha, Irlanda e Itália e um grupo com carater internacional, vindo de diferentes países. Com maior expressão numérica e mais visíveis, pela roupa colorida que vestem, encontram-se em peregrinação nacional 11 000 jovens que integram o movimento católico dos “Convívios Fraternos”.
 
A todos os peregrinos, D. António Marto lembrou a centralidade da pessoa de Jesus Cristo na vida do cristão: “O centro da nossa fé e da comunidade cristã está na pessoa viva de Cristo ressuscitado. Não nos reunimos por costume ou por tradição, (…) reunimo-nos pelo nome de Jesus”.
 
Recorde-se que o movimento “Convívios Fraternos” nasceu em Portugal, em 1968, pela mão do padre Valente de Matos, então capelão militar. Desde então, mais de 1 100 Convívios já foram realizados, em Portugal e noutros países. Ao longo de cada ano, os convivas encontram-se para vários convívios; uma vez por ano o movimento realiza uma peregrinação nacional ao Santuário de Fátima. A peregrinação deste ano foi marcada pelo lema “Atreve-te a amar”; no final da Missa dominical, os convivas consagram-se, através de uma oração cantada, a si próprios e ao movimento, a Maria; D. António Marto agradeceu-lhes “o ar de festa e de alegria” que tinham imprimido à celebração.
 
LeopolDina Simões
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