24 de junho, 2011
Iniciou esta manhã em Fátima o primeiro de um ciclo de simpósios e outras incitativas de âmbito científico, de formação e de investigação, pensado e promovido no âmbito da celebração do centenário das aparições, que o Santuário promove até ao ano de 2017. Com à volta de 400 participantes, este simpósio nacional decorre na Capela da Morte de Jesus, na Igreja da Santíssima Trindade. Pretende, nas palavras do reitor do Santuário de Fátima, Padre Carlos Cabecinhas, “aprofundar o específico da adoração cristã, que é sempre a adoração à Santíssima Trindade e adoração em espírito e verdade”. “Julgo que a mensagem de Fátima nos pode ajudar a descobrir a adoração como horizonte bem mais vasto da nossa vivência cristã, não desvalorizando em nada a importância da adoração eucarística”, afirmou o Padre Carlos Cabecinhas. Por seu lado o bispo de Leiria-Fátima, no mesmo momento de abertura do simpósio, lembrou o grande desafio para a pastoral de Fátima, como resposta à crise de Deus na cultura ocidental. “O desafio é pois ajudar a descobrir a beleza, o encanto e o gosto de Deus, no seu amor trinitário universal, que foram dados a conhecer e experimentar, por graça extraordinária, aos pastorinhos e que constituíam o cerne da sua adoração e os abriu à universalidade do amor”. “Hoje, o apelo de Fátima chama-nos a proclamar e a aprofundar o Primado de Deus face à cultura pós-moderna nas diversas formas de niilismo, de ateísmo prático, de indiferença religiosa de muitos que vivem como se Deus não existisse, de eclipse cultural do sentido da presença de Deus, isto é, de quem pensa e sente um Deus distante que não se interessa pessoalmente por nós nem suscita em nós algum interesse por Ele”, destacou D. António Marto. O alerta foi contundente: “Onde Deus desaparece do horizonte da vida, o homem cai na escravidão da idolatria, dos ídolos fabricados por cada um ou pela cultura dominante que vêm ocupar o lugar próprio de Deus como mostraram os regimes totalitários e como mostram as várias formas de niilismo, hedonismo e relativismo actuais”. A razão do simpósio, como resposta a este alerta e tendo em vista “a transmissão da fé cristã hoje e também para a pastoral e a espiritualidade de Fátima”, sublinhou D. António Marto, é “dizer Deus hoje na cultura contemporânea, suscitar adoradores em espírito e verdade, sobretudo através da via da beleza, da sabedoria, da experiência mística quotidiana, do diálogo da fé com a razão como possibilidade de abrir novas vias de acesso de Deus ao coração do homem e de acesso do homem ao coração de Deus”. A saudação na íntegra: Saudação de D.António Marto LeopolDina Simões |