08 de dezembro, 2022

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Bispo de Leiria-Fátima evoca “mães vítimas dos bombardeamentos, atrocidades e violências desumanas” que não desistem “ de gestos concretos de acolhimento, de carinho e de cuidado”

D. José Ornelas Carvalho presidiu esta manhã em Fátima à solenidade da Imaculada Conceição e desafiou os peregrinos a assumir a “missão do cuidado e da proximidade”, convidando-os a serem construtores de uma “humanidade e Igreja mais carinhosas”

 

O bispo de Leiria-Fátima invocou hoje, na homilia da Missa da Solenidade da Imaculada Conceição , o exemplo das mães vítimas da guerra e da violência em todo o mundo, que à semelhança de Maria, não abandonam nem deixam de cuidar dos seus filhos, apesar das atrocidades que as fazem sofrer.

“Não me parece desproporcionado ver essa imagem de Maria nas mães vítimas dos bombardeamentos, atrocidades e violências desumanas, na Ucrânia e em tantas outras situações de guerra e de miséria no nosso planeta. Elas estão, fiéis à sua missão de mães, resistindo junto a cruzes de filhos mortos ou buscando caminhos, com risco da própria vida, a fim de encontrar refúgio e futuro para aqueles de quem cuidam com carinho, mesmo a preço da própria vida” afirmou D. José Ornelas aos milhares de peregrinos que participaram nas celebrações apesar da chuva torrencial que se abateu sobre a Cova da Iria, em diferentes momentos da celebração.

“Não as devemos esquecer porque são a figura mais nobre da nossa humanidade, porventura a mais sofredora mas que Deus não esquece” afirmou o prelado recordando o exemplo da disponibilidade e da entrega de Maria ao projecto de Deus.

“Maria transmite aos seus novos filhos a sua própria missão de cuidado e proximidade para com todos os que sofrem e os que tombam vítimas do ódio, da injustiça, da miséria, da guerra e da própria limitação humana”, disse.

O bispo de Leiria-Fátima sustentou que a celebração da Imaculada Conceição aponta para o “sonho e o projeto transformador de Deus para uma nova humanidade” e “gera um modo novo e fraterno de estar no mundo”.

Por isso, “Celebrar não é apenas afirmar um dogma. É abrir-se, como Maria, ao amor transformador de Deus, em gestos concretos de acolhimento, de carinho e de cuidado que superam a violência o domínio egoísta e o conflito”, mesmo “na dor, na dificuldade e até na morte”, disse ainda.

“Maria Imaculada não é apenas uma expressão poética de Maria de Nazaré, mãe de Jesus na história da humanidade; é um sonho e um projeto transformador de Deus para uma nova humanidade transformada pelo Seu Espírito” enfatizou D. José Ornelas.

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O bispo de Leiria-Fátima evocou ainda, na sua homilia, a promessa de Nossa Senhora aos Pastorinhos, nas Aparições de 1917, lembrando o colóquio entre Nossa Senhora e Lúcia, quando lhe disse “o meu Coração Imaculado triunfará”.

“Este tipo de triunfo continua a acontecer em Fátima, em toda a Igreja e em todo o mundo, com os peregrinos e peregrinas da vida, que abrem, como Maria, o seu coração ao amor de Deus revelado no Coração do Senhor Jesus”, apontou.

“Foi isso que Maria fez também aqui em Fátima, revelando-se como mãe que acolhe, dá coragem e força, e revela o rosto de Deus e o caminho da vida, a três crianças pobres e sem instrução, na situação sombria do país e do mundo da altura. Foi a esses pequeninos que revelou o seu “imaculado coração”, onde se espelha o amor do Coração de seu Filho” afirmou.

“A mensagem de Maria em Fátima parte do ser verdadeiros servos e servas do Senhor, cuidadores de todas as fragilidades da humanidade e da terra que a sustenta, mesmo quando essa atitude significa estar junto às cruzes dos que sofrem e morrem, especialmente os pequenos e os excluídos” afirmou.

“Escutar a Mensagem e ter uma espiritualidade de Maria de Fátima é ter uma sensibilidade especial aos mais pequenos, sobretudo as crianças que sofrem pela guerra e pelos abusos que lhes tiram a esperança e o futuro” frisou ainda.

“É esse projeto que hoje celebramos, em Fátima e em todo o mundo” concluiu destacando que a solenidade desta quinta-feira tem “uma grande tradição entre nós, tanto a nível popular, como na reflexão erudita da Igreja, ao longo da história”.

“Também na mensagem de Fátima, a imagem do “Coração Imaculado de Maria” tem um significado muito especial na revelação de Maria aos pastorinhos, ligada à situação tortuosa e conflituosa do mundo e à proposta de conversão, com a promessa de que “o meu coração triunfará”, pedindo a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria.

Nesta celebração, que voltou a encher o Recinto de Oração de Fátima, participaram grupos organizados de Itália, Irlanda e Reino Unido bem como de Portugal, em particular das dioceses de Braga, Porto e Lisboa.

A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é feriado nacional em Portugal, um reconhecimento à importância desta data na espiritualidade e identidade do país.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

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