13 de maio, 2021

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Bispo de Leiria-Fátima elogia comportamento e testemunho de amor dos peregrinos de Fátima

“Jóias mais preciosas da coroa de Nossa Senhora”, foi assim que o cardeal D. António Marto apelidou os peregrinos de Fátima, numa alusão ao 75º aniversário da coroação da Imagem que é venerada na Capelinha das Aparições.

 

O cardeal D. António Marto elogiou, no final das celebrações desta Peregrinação Internacional Aniversária de Maio, o comportamento exemplar dos peregrinos de Fátima, que considerou serem a “jóia mais bela e preciosa da coroa de Nossa Senhora”, numa metáfora deduzida a partir de dois aniversários “muitos significativos para o Santuário de Fátima e intimamente ligados à Peregrinação de 13 de Maio” que evocou: o 75º aniversário da coroação da Imagem de Nossa Senhora, venerada na Capelinha das Aparições, e o 40º aniversário do atentado à vida do Papa São João Paulo II.

Sobre os 75 anos da coroação da Imagem de Nossa Senhora cardeal Benedetto Aloisi Masella, enviado a Fátima como legado pontifício do Papa Pio XII, o cardeal D. António Marto destacou o título de “Rainha da Paz e do Mundo” atribuído a Nossa Senhora naquela celebração.

“Com este título, fica associada a esta coroa o núcleo da mensagem de Fátima: a paz e a sua dimensão universal, o mundo inteiro”, afirmou.

A propósito da evocação aniversária do atentado à vida do Papa São João Paulo II, em 1981, na Praça de São Pedro, em Roma, o prelado salientou a certeza do Sucessor de Pedro de que a sua sobrevivência se deveu à proteção de Nossa Senhora de Fátima, sentido que o fez doar uma das balas do atentado ao Santuário de Fátima, a qual se encontra ainda hoje encastoada na coroa da Imagem que é venerada na Capelinha das Aparições. Ao refletir sobre o significado desta doação, D. António Marto lembrou as palavras de um outro Papa, Bento XVI, que, por ocasião da sua vinda a Fátima, em 2010, numa oração dirigida à Imagem, apelidou esta simbólica oferta do seu predecessor como “a bala das nossas preocupações e sofrimentos, que coroa a Rainha da Paz além da “a prata e o oiro das nossas alegrias e esperanças”.

“Tendo diante de nós esta reflexão e pensando na forma como o apóstolo São Paulo se dirigiu à sua comunidade querida dos Filipenses como a ‘sua coroa’, creio que, com muita mais razão, Nossa Senhora de Fátima pode dizer hoje e aqui, aos seus filhos peregrinos: vós sois a minha coroa! Sim, sois a coroa mais bela e preciosa de Nossa Senhora e as jóias dessa coroa são as vossas vidas e as vossas histórias de amor, de generosidade, de interajuda, de solidariedade, como também as vossas fragilidades, feridas, preocupações e sofrimentos”, disse o bispo de Leiria Fátima, emocionado, aos peregrinos presentes na Cova da Iria.

O cardeal português relembrou a mensagem “bela, rica e profunda” que o presidente da celebração deixou nesta Peregrinação, agradecendo a sua “amabilidade e disponibilidade” para estar presente neste 104º aniversário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos.

“Que Deus abençoe o seu trabalho ao serviço da Igreja e o testemunho que tem dado para dentro e para fora da Igreja”, disse o cardeal António Marto, que pediu a D. José Tolentino Mendonça que agradecesse pessoalmente ao Santo Padre a mensagem “afetuosa” que ele dirigiu aos peregrinos reunidos na Cova da Iria, neste 13 de Maio, transmitindo-lhe a garantia de que os peregrinos de Fátima “não o esquecem na sua oração”.

Como sempre faz, o bispo de Fátima enviou uma saudação carinhosa aos mais pequenos e uma saudação afetuosa aos mais idosos, aos doentes, a quem deu a garantia da sua oração.

Na ausência de grupos estrangeiros, o cardeal D. António Marto elogiou os peregrinos de língua portuguesa pelo comportamento exemplar e respeito pelas regras sanitárias estabelecidas para celebração desta Peregrinação.

“Muito obrigado pelo vosso exemplo de respeito pelas medidas sanitárias que nos são exigidas neste momento, e que é um testemunho belo de amor ao próximo”, concluiu, ao dar bênção.

 

Testemunho de fé, esperança e amor dos mais frágeis enaltecido na palavra ao doente

Momentos antes, na habitual palavra ao doente, durante o momento de Adoração Eucarística, foi proferida pela irmã Ana Luísa Castro, da Aliança de Santa Maria, que deu graças pelo ”testemunho belo de fé de esperança e de amor” da presença física e espiritual dos doentes em Fátima, que perspetivou como “sinal de Deus para o mundo”.

“Hoje, mais do que nunca, o mundo precisa do teu testemunho de fé, de esperança e de amor. A tua fé não é ingénua, não ignora o abismo com que nos deparamos quando meditamos sobre o mistério do sofrimento e do mal. A tua esperança não é superficial, mas vem do mais profundo do coração, como quem diz ao Senhor, olhando-O nos olhos: ‘Senhor, se quiseres, podes curar-me’. O teu amor não é banal, mas brota de um esforço de, apesar de tudo, não viveres centrado no próprio sofrimento, mas antes estares disposto a dar, ainda que estejas necessitado de receber.”

A religiosa convidou os doentes a olharem para a sua fragilidade como “anúncio da necessidade que temos de viver nessa dependência de Deus e dos irmãos e de não cair na tentação da autosuficiência”.

“Neste lugar, apresentamos juntos as tuas súplicas”, assegurou a Irmã Ana Luísa, ao recordar a confiança na oração e na disponibilidade da Mãe de Deus que Santa Jacinta Marto assegurou, numa resposta que deu a um soldado que lhe pedia oração por uma intenção.

“Unidos em oração, pedindo a intercessão dos Santos Francisco e Jacinta Marto, entregamos ao coração de tao boa Mãe as nossas intenções e não nos esqueçamos de permanecermos fiéis a essa oração, diariamente”, concluiu, ao olhar para Nossa Senhora como “caminho e refúgio” na vida e na fragilidade.

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