09 de abril, 2017

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Bispo de Leiria-Fátima desafia os peregrinos a deixarem-se tocar pela paixão, morte e ressurreição de Cristo

D. António Marto presidiu à bênção, procissão e Eucaristia do Domingo de Ramos no santuário

 

O bispo de Leiria-Fátima disse hoje na Cova da Iria que os cristãos não devem olhar para a paixão de Cristo como meros “espectadores, ouvintes à distância ou neutrais”.

“Também estamos lá” pois a “paixão de Cristo é a compaixão pela humanidade que diz que só este amor sem limite, levado ao extremo, nos redime e salva o mundo” disse D. António Marto que presidiu à Missa de Domingo de Ramos no santuário de Fátima, dando inicio às celebrações da Semana Santa.

“Esta paixão deve ser um convite que ecoa no nosso coração para que, como Maria, o acompanhemos até à Cruz”, precisou o prelado desafiando os milhares de peregrinos que participaram nesta concelebração eucarística a fazerem um exame de consciência interrogando-se como é a sua relação com Cristo ressuscitado.

Após ter abençoado os ramos de palma e de oliveira, junto à Capelinha, o bispo de Leiria-Fátima, seguiu para o Altar do Recinto de Oração onde celebrou a Eucaristia deste Domingo de Ramos, e assim `inaugurou´o regresso das celebrações dominicais ao Recinto.

O bispo de Leiria-Fátima explicou aos participantes nesta celebração que o Domingo de Ramos é um dia “ de sentimentos duplos”, porque recorda o “júbilo” da entrada de Jesus em Jerusalém e proclama, ao mesmo tempo, os sofrimentos da sua morte, através do Evangelho.

“Com a bênção e a procissão de ramos queremos associar-nos à multidão dos que acompanharam Jesus na sua entrada em Jerusalém”, mas esta “não é uma procissão etnográfica ou folclórica como se faz agora com as feiras medievais” disse D. António Marto.

“Para nós é uma manifestação de fé e com ela aclamamos o Cristo ressuscitado e aceitamos Cristo nas nossas vidas, nas nossas casas e nas nossas famílias” disse, ainda, o prelado destacando que com este gesto os cristãos mostram que querem levar “Jesus para as suas vidas, para as famílias e,  para o mundo,  a sua paz simbolizada nos ramos de oliveira”.

Na homília, D. António Marto deixou aos peregrinos o desafio de meditar nos “sofrimentos” de Jesus, que estão no centro da Semana Santa: as calúnias, as traições, o abandono ou o julgamento iniquo.

“Quem sou e como me coloco perante Jesus que sofre diante da sua paixão? Sou como os discípulos, ou como aqueles que fugiram com cobardia e medo? Virei-lhe as costas e não o olhei nos olhos quando me deparei com o seu rosto desfigurado? Sou como Judas ou como Pedro?”.

“Consideramos que Jesus morreu sem mais ou deixamo-nos tocar pelo amor que a sua morte encerra? Onde está o meu coração?” prosseguiu.

“Este é o tempo e o momento de Lhe dizer que precisamos dele, que nos deve resgatar e acolher-nos nos seus braços redentores”, concluiu o prelado.

Com esta celebração o Santuário dá inicio a um programa celebrativo próprio da Semana Santa que terá particular relevância a partir de quinta-feira com o inicio do tríduo pascal: Missa da Ceia do Senhor; Paixão e Vigília Pascal, culminando este ritmo celebrativo no domingo de Páscoa,  com a Missa da Ressurreição do Senhor.

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