27 de novembro, 2016

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Bispo de Leiria-Fátima considera Ano Jubilar «Hora de despertar»

D. António Marto presidiu esta manhã à eucaristia que marca início do advento

 

D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, presidiu esta manhã à eucaristia que marca início do advento, na Basílica da Santíssima Trindade. A celebração que marca também o princípio do Ano Jubilar começou com a passagem pelo Pórtico Jubilar.

O prelado relembra que «o tempo do Advento é bem mais que a simples espera e preparação do dia do Natal», porque o Natal «não se reduz à recordação romântica de um acontecimento longínquo do passado como é o nascimento do menino Jesus».

«O Advento introduz-nos no coração do mistério cristão: a vinda de Deus à nossa vida, o mistério grande e fascinante de Deus connosco! É tempo de alegria porque Deus vem ao nosso encontro».

D. António Marto disse aos peregrinos que a palavra de ordem do primeiro domingo do Advento é «vigiai, despertai do sono, para não deixar afogar a vida na banalidade dos dias como nos tempos de Noé». «Também hoje podemos viver adormecidos, distraídos, anestesiados pelo “ramram” do dia-a-dia: comemos, bebemos, trabalhamos, casamos, fazemos a nossa vida de família e a nossa atenção reduz-se a este horizonte estreito. Ficam de fora, na penumbra ou excluídas, outras realidades tão importantes e belas: a fé em Deus, o amor de Deus em nós, a vida espiritual, os valores morais. É hora de despertar!», reiterou o bispo da diocese de Leiria-Fátima.

O prelado recordou que «foi esta advertência que Nossa Senhora fez ecoar aqui em Fátima, com uma urgência impressionante, para a humanidade que esquecera Deus, que vivia de costas voltadas para Ele e caminhava para a catástrofe da guerra e da destruição», e assim «Também hoje nos chama a uma vigilância interior, a despertar da indiferença, a voltarmo-nos para Deus, a abrir o nosso coração ao seu amor e a descobrir os sinais da sua vinda ao nosso mundo. Com Deus ou sem Ele a nossa vida e a vida do mundo serão diferentes!».

Ao iniciar o ano Jubilar, D. António Marto, considera que «outra palavra de ordem do Advento é “caminhemos à luz do Senhor”», porque «À sua luz todos os povos podem caminhar para o Reino da justiça e da paz».

«Este caminho nunca está concluído. Há sempre necessidade de recomeçar, de se erguer de novo, de reencontrar e reavivar o sentido da meta, de renovar sempre o horizonte comum para o qual caminhamos, de transformar os instrumentos de guerra e de morte em instrumentos de progresso, de paz e de vida. É o horizonte da esperança que nos chama a fazer um bom caminho», lembrou o prelado esta manhã.

O bispo de Leiria-Fátima afirmou que o Advento «restitui-nos este horizonte da esperança que não desilude porque Deus é fiel», e em Fátima «Nossa Senhora veio trazer e confirmar esta esperança firme de paz».

«É impressionante o seu apelo à oração e ao empenho pela paz e pela defesa da dignidade dos oprimidos e dos inocentes, vítimas de guerras e genocídios sem precedentes na história».

Em consequência disso «a terceira indicação do advento é um apelo a mudar de atitude de vida e a revestir-se das armas da luz, como que a um rearmamento espiritual e moral das consciências para viver a paz de Deus, a paz do coração, a paz com os outros».

«Foi este apelo à conversão que Nossa Senhora fez em Fátima quando pedia penitência. O milagre mais importante de Fátima não é propriamente a dança do sol, mas antes a conversão do coração e da vida de tanta gente, que aqui acontece sem dar nas vistas, e que podemos chamar também a “dança da conversão” ao ritmo da música de Deus que ressoa no Magnificat da Virgem e enche de alegria».

D. António Marto deixou o desafio de viver o ano Jubilar com «alegria e a esperança, como «tempo favorável de ação de graças pelo dom da visita e da mensagem da Senhora e pelas graças recebidas», «de experiência da ternura e da misericórdia de Deus; de devoção terna ao Imaculado Coração de Maria; de conversão e de compromisso com Deus e a favor dos outros e da paz no mundo, a exemplo dos pastorinhos».

O prelado concluiu dizendo que «A passagem pelo Pórtico do Jubileu seja o sinal exterior de que entramos em peregrinação interior e queremos deixar-nos guiar pela Virgem Santa que é mãe e sabe como conduzir-nos até Deus. Deixemo-nos, pois, guiar por Ela neste tempo de perturbação e de esperança!»

A celebração na Basílica da Santíssima Trindade terminou com a bênção papal concedida por D. António Marto, bispo da diocese de Leiria – Fátima, por mandato do Papa Francisco

Este ano para celebrar o 100º aniversário das aparições de Fátima foi concedido ao Santuário de Fátima um Ano Jubilar do dia 27 de novembro de 2016 até ao dia 26 de novembro de 2017.

Diz o documento papal: «Para obter a indulgência plenária, os fiéis, verdadeiramente penitentes e animados de caridade, devem cumprir ritualmente as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre».

Assim, segundo o documento, a indulgência plenária do jubileu é concedida: Aos fiéis que visitarem em peregrinação o Santuário de Fátima e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem Nossa Senhora de Fátima; Aos fiéis piedosos que visitarem com devoção uma imagem de Nossa Senhora de Fátima exposta solenemente à veneração pública em qualquer templo, oratório ou local adequado, nos dias das aparições aniversárias (dia 13 de cada mês, desde maio a outubro de 2017), e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem Nossa Senhora de Fátima; Aos fiéis que, pela idade, doença ou outra causa grave, estejam impedidos de se deslocarem, se, arrependidos de todos os seus pecados e tendo firme intenção de realizar, assim que lhes for possível, as três condições abaixo indicadas, frente a uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, nos dias das aparições se unirem espiritualmente às celebrações jubilares, oferecendo com confiança a Deus misericordioso através de Maria as suas preces e dores, ou os sacrifícios da sua própria vida.

No final da celebração os peregrinos retornaram à Capelinha das Aparições onde foi rezada a Oração Jubilar de Consagração

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