05 de março, 2023

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Bispo de Coimbra desafia casais a fazerem do matrimónio “um lugar de espiritualidade, maturidade, crescimento e educação para a fé”

D. Virgílio Antunes presidiu esta manhã na Basílica da Santíssima Trindade, onde estiveram os peregrinos do Centro de Preparação para o Matrimónio

 

O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, desafiou esta manhã os casais peregrinos a fazerem da sua vocação matrimonial um testemunho de felicidade e alegria, configurado ao amor de Deus, na homilia que proferiu durante a Missa na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, na qual participaram os responsáveis pelo Centro de Preparação para o Matrimónio (CPM), que estão a fazer a sua reunião anual na Cova da Iria.

“A vocação ao matrimónio precisa de preparação, remota, próxima e imediata não só para a celebração do sacramento, que é importante, mas para a vida matrimonial” disse o prelado.

Dirigindo-se aos casais lembrou que o matrimónio “é uma vocação cristã” e, por isso, deve ser lugar de espiritualidade, de maturidade, crescimento e educação para a fé”, assumindo-se como um espaço de “autêntica felicidade” que “anuncia e evidencia o amor de Deus”.

“Neste aspecto, os esposos, devem fazer como os discípulos e estar sempre disponíveis para se desinstalar e fazer caminho”, sublinhou frisando o valor da família.

“A vida da Igreja assenta nas famílias, essas igrejas domésticas e a pastoral da Igreja tem de se centrar na família e nas famílias , fazendo com que todos os seus membros sejam integrados e tenham espaço de afirmação”.

“Se não houver famílias cristãs a Igreja estará comprometida na sua realidade , na sua acção e no modo como é sinal de salvação no mundo”.

A partir da liturgia deste II Domingo da Quaresma, em que o Evangelho relata a transfiguração de Jesus, definindo o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir na escuta atenta de Deus e dos seus projectos, mesmo nos momentos de maior desânimo, ciente de que o Amor de Deus é maior do que tudo, D. Virgílio Antunes desafiou os cristãos a uma disponibilidade permanente para novos desafios.

“Nós temos de estar sempre numa atitude de escuta, de acolhimento, de partida, de renovação” disse o prelado de Coimbra convidando os peregrinos a não se contentarem com a normalidade.

“Ninguém pode viver sempre no mesmo nível de amor: ou se cresce ou se desce. Como Abraão precisamos de escutar a voz que nos está sempre a chamar e a interpelar: temos de ir mais longe na relação com Deus e com os outros, até com a realização material e realista da nossa existência”.

“A nossa fé tem de ser nómada”, enfatizou lembrando que o “talvez” na vida de uma pessoa é pouco para “uma vida plena de felicidade” condizente “com o Amor de Deus”.

“Na vida não podemos ficar-nos nos talvez. Deus é inquestionável, o seu amor também; os detalhes da vida têm de ser sempre melhorados”.

“Não há nada que possa superar este amor de Cristo, mesmo que sobrevenham problemas, dificuldades e até pecados”, concluiu.

Este domingo, o Santuário de Fátima promove mais um Encontro na Basílica, o segundo do ano, que será dedicado à adoração como dimensão significante das virtudes teologais.

“«Creio, adoro, espero e amo-vos»: viver teologalmente a partir da mensagem de Fátima”, é o tema da conferência que será proferida pelo capelão do Santuário de Fátima, padre José Nuno Silva, este domingo, pelas 15h30. Seguir-se-á um recital pelo Ensemble de Música Sacra do santuário. A entrada é livre.

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