07 de julho, 2019
Bispo de Cabinda alertou para o risco da perda do valor da maternidadeD. Belmiro Chissengueti presidiu à 39.ª peregrinação da Família Espiritana a Fátima
O Santuário de Fátima foi, durante este fim de semana, ponto de encontro para a Família Espiritana, que peregrinou pela 39.ª vez à Cova da Iria, que culminou na Missa desta manhã, no Recinto de Oração, onde D. Belmiro Chissengueti, Bispo de Cabinda, Angola, refletiu sobre o “valor da maternidade”, assumindo-o como elemento transformador do mundo atual. Partindo da “experiência fantástica e misteriosa da maternidade”, o bispo de Cabinda começou por destacar a “educação e a fé” que ajudam a “prolongar, consolidar e tornar perene os laços de dependência e sobrevivência iniciais que ligam os filhos à mãe”, e que dão “continuidade à civilização nascida da Paixão de Cristo”. Deduzindo os “laços de gratidão” que são devidos a todas as mães, D. Belmiro Chissengueti alertou, de seguida, para o “risco da perda do valor da maternidade” no mundo atual, nomeadamente através de políticas estaduais e comportamentos “não consentâneos” com a fé católica, que não priorizam a família e a vida como “lugar de desenvolvimento e de expressão de Deus no nosso tempo”. “Encontramos também este risco da perda do valor da maternidade no cenário de ingratidão das mães que são abandonadas pelos filhos que alimentaram e criaram com esforço”, acrescentou o prelado, ao apontar a maternidade divina de Maria como modelo a seguir pelos cristãos. “Com Maria, nunca somos órfãos. Olhando para a nossa experiência de maternidade e para a da maternidade divina de Maria, devemos tirar as nossas conclusões, no sentido de perceber que tipo de filhos geramos, hoje, para o mundo”, propôs, tomando como guia para a reflexão o “valor educativo das presentes gerações”, que correm o risco de se “perder diante da indiferença e da falta dos valores da fé”. Na prece que deixou no final da reflexão, D. Belmiro Chissengueti apelou a uma Igreja evangelizadora que tenha a maternidade como azimute. “Terminamos, pedindo ao Senhor para que nos envie como discípulos da maternidade, para anunciarmos ao mundo que o amor vence o ódio, derruba os muros da inimizade e é gerador da paz. Voltemos a nossas casas transformados por este olhar silencioso da Mãe, que nos ajuda a reconhecer as nossas faltas diante das nossas mães biológicas, para construirmos famílias e cidades melhores, onde Deus possa ter lugar.” No final da celebração, o bispo de Cabinda deixou um agradecimento sentido à “grande Família Espiritana, que formou e consolidou a Igreja em Angola”. Além dos espiritanos, participaram na celebração grupos de peregrinos de várias dioceses e movimentos de Portugal. Do estrangeiro, fizeram-se anunciar grupos de Espanha, Itália; França; Polónia; Reino Unido; Malta; Brasil; Estados Unidos e Vietname. |