Bispo de Angra pede paz para o mundo e recorda vítimas de catástrofes naturais inspirado na mensagem de Fátima

Bispo de Angra pede paz para o mundo e recorda vítimas de catástrofes naturais inspirado na mensagem de Fátima

“A paz não se constrói com palavras bonitas e grandes discursos feitos por pessoas importantes, diante de ilustres senhores do mundo. A paz é como uma semente que germina em homens novos, moldados na oração e na luz do Evangelho”, afirma D. Armando Esteves Domingues

O bispo de Angra, que preside à Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, em Fátima, afirmou esta noite que a paz não se constrói a partir de discursos mas de acções e gestos concretos desenvolvidos por cada pessoa que se converte. Inspirado na mensagem de Fátima e nesse pedido reiterado por Nossa Senhora nas seis aparições aos pastorinhos, especialmente em setembro- Rezem o terço para alcançar a paz-, D. Armando Esteves Domingues sublinhou a importância da oração e da conversão do coração.

“A paz não se constrói com palavras bonitas e grandes discursos feitos por pessoas importantes, diante de ilustres senhores do mundo. A paz é como uma semente que germina em homens novos, moldados na oração e na luz do Evangelho”, afirmou o prelado insular que preside pela primeira vez a uma peregrinação internacional aniversária na Cova da Iria.

“Só de um coração que ama pode brotar aquela paz que correrá como um rio e inundará as cidades dos homens, as casas das famílias, as pessoas que sofrem” enfatizou deixando um desafio concreto:  “Nesta noite peçamos com fé este compromisso com Cristo, o Homem Novo, o Príncipe da paz. Que nenhuma cruz nos roube a paz. Peçamos igualmente a paz para a Ucrânia e todos os países em guerra. A paz para as vítimas do terramoto em Marrocos e as inundações na Líbia. Peçamos paz para todos os corações atribulados”.

Para além da oração, o prelado diocesano de Angra, que é também o presidente da Comissão Episcopal para a Missão e Nova Evangelização, refletiu ainda sobre a importância da Luz, bem presente na mensagem de Fátima -  “o lume” que Francisco e Jacinta diziam que Nossa Senhora lhes tinha posto dentro do peito- e que hoje é materializado por milhares de peregrinos no acendimento das velas, que esta noite voltaram a iluminar o Santuário de Fátima.

“É desta força interior que tudo nasce” afirmou.

“Com um terço e uma vela se pode mudar o mundo!”, disse ainda.

“Ouvimos dizer frequentemente que a Igreja deve estar sempre em `saída missionária´, ser luz no meio deste mundo frio e cheio de trevas, mas muitos pensam imediatamente na Igreja institucional, padres, religiosos, bispos, responsáveis das comunidades” lembrou para salientar que “implicar-se nesta saída, ir ao encontro dos outros para fazer caminho juntos, ser dom para os outros sem esperar recompensa deve ser lema de todo o batizado”.

“Fátima é altar do mundo e da paz, é lugar de amor puro como o dos três Pastorinhos, uma fábrica de santos, porque trabalhados por dentro”, disse.

“Aqui, temos lugar e temos Mãe! Escolhidos dos mais frágeis, a lembrar que, com a oração do terço, cada cruz pode ser iluminada pela fé. Como Maria, agarrada silenciosamente à cruz do Seu Filho no calvário, podemos entender que, quanto maior é a nossa cruz, mais perto do Céu está”.

D. Armando Esteves Domingues é bispo de Angra desde o dia 4 de novembro de 2022 e entrou na diocese a 15 de janeiro deste ano. Já tinha presidido em Fátima como bispo auxiliar do Porto na Peregrinação das Crianças, de 2019.

A peregrinação de setembro, que assinala a quinta aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, começou com a oração do Terço e segue, noite dentro, com a Vigília que será animada pelos funcionários e colaboradores do santuário de Fátima, como vem sendo habitual de há alguns anos a esta parte.

O Dia nascerá com a Procissão Eucarística às 7h00, seguindo-se à 9h00 a recitação do Rosário e às 10h00 a Missa Internacional durante a qual haverá a Bênção dos Doentes. Terminará com a Procissão do Adeus e uma consagração a Nossa Senhora de Fátima.

Estão inscritos nesta peregrinação pelo menos 40 grupos provenientes de mais de uma dezena de países.

Além do bispo de Angra participaram na concelebração o cardeal D. António Marto, o cardeal nomeado, D. Américo Aguiar e o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas Carvalho.