28 de maio, 2023

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Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco afirma que a “verdadeira força da Igreja está no Espírito Santo” que gera “harmonia e unidade”

D. Antonino Dias presidiu em Fátima à Solenidade de Pentecostes, na qual participou a 40º Peregrinação Diocesana de Portalegre- Castelo Branco

 

O bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco apelou esta manhã em Fátima à “unidade e harmonia” da Igreja, que deve deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, “companheiro inseparável, o hóspede discreto, o consolador perfeito, o conselheiro admirável”, “que faz despertar o homem novo”.

“A força e a vitalidade da Igreja não está nos exércitos, nos carros, cavalos ou cavaleiros, nem na sabedoria ou estratégia ou organização humana por mais perfeita e hábil que possa ser, ainda que isso seja preciso e até indispensável para a sua missão.  A sua verdadeira força está em Deus e o evangelho que proclamamos não são palavras mas o verdadeiro espírito de Deus “ disse D. Antonino Dias na homilia que proferiu na Missa dominical, no Recinto de Oração.

No domingo que encerra o Tempo Pascal no calendário católico, 50 dias depois da Páscoa, e se evoca a efusão do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, o bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco apresentou uma reflexão sobre a ação do Espírito Santo na “criação”, fazendo passar as realidades criadas da desordem à ordem, da dispersão à coesão, da confusão à harmonia.

“O vento fala hoje da mesma forma que falava no principio do mundo:  não é possível travá-lo ou prender; assim o Espírito Santo não se pode prender ou encerrar em definições , tratados ou instituições; Ele cria  e anima as instituições mas não se deixa institucionalizar, canalizar ou manipular. Tal como o vento o Espírito Santo sopra onde quer, como e quando quer”, disse D. Antonino Dias.

O bispo, que acompanhou e presidiu à 40ª peregrinação diocesana desta diocese portuguesa à Cova da Iria, que habitualmente acontece sempre no último domingo de maio, sublinhou que é a presença do Espírito que confere harmonia à Igreja tornando-a uma comunidade à imagem do “projecto amoroso de Deus” onde “todos se respeitam e são indispensáveis” mesmo nos “momentos mais difíceis”.

“Numa comunidade ao jeito de Jesus ninguém é mais importante, ninguém pode humilhar os outros, ninguém pode ser autoritário ou atuar como dono e senhor prejudicando a comunidade. Não há cristãos de primeira ou de segunda” disse o prelado albicastrense.

Numa comunidade cristã, enfatizou, “não pode haver ciúmes entre os seus membros, nenhum diz mal do outro, nenhum se pode dispensar ou dispensar o outro...”.

“Numa comunidade cristã, que se deixa conduzir pelo Espírito,  todos estão bem e tudo é harmonia”, concluiu.

“Todos somos povo de Deus alimentados pelo Espírito, não para proveito próprio mas para proveito de toda a comunidade”, disse ainda.

D. Antonino Dias ressalvou a importância desta festa e, sobretudo dela ser celebrada em Fátima.

“Aqui sentimo-nos bem. Ao colo da mãe percebemos melhor a presença e as primeiras palavras de Jesus Ressuscitado aos seus amigos: A Paz esteja convosco... aqui, com esta certeza de que Jesus está no meio de nós como há pouco professámos, sentimos aquela serenidade e confiança que nos faz superar medos e inseguranças”, disse o bispo da diocese de Portalegre-Castelo Branco.

“Fátima dá-nos tranquilidade, mas não só: Fátima apela ao recolhimento, à ternura, ao silêncio, à conversão , à alegria interior, à paz, à paz do coração e no mundo,  como consequência desta paz de Jesus em nós” sublinhou apontando a “falta de paz interior” como “origem do pecado”.

“O Santuário, como altar do mundo, é um exemplo do acolhimento de uma enorme comunidade oriunda de várias latitudes que sabe conviver aqui debaixo do olhar da mãe que nos conduz para o filho”, concluiu.

A homilia terminou com uma referência ao centenário dos Corpo Nacional de Escutas, que se celebra este fim-de-semana e aos jovens que se preparam para participar na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.

“Que o Divino Espírito Santo dinamize a coesão, o amor e a fraternidade entre as nossas comunidades e entre todas as famílias e a todos ajude a serem fortes e firmes na fé para ultrapassarem as situações de desânimo ou cansaço”.

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