13 de julho, 2016
Bispo auxiliar de Braga exorta os cristãos a deixarem-se iluminar pela luz de CristoD. Nuno Almeida presidiu à peregrinação internacional aniversária de julho centrada no tema “Em vós está a fonte da vida” e que teve como especial intenção a oração pela paz na Síria
A revelação cristã projeta «uma nova luz sobre a identidade, sobre a vocação e sobre o destino último da pessoa humana» e por isso, os homens devem deixar-se iluminar pela luz de Cristo «na mente, no coração e no agir», disse esta manhã o bispo auxiliar de Braga, D. Nuno Almeida, que presidiu à peregrinação internacional aniversária de julho, no Santuário de Fátima. O prelado partiu do diagnóstico da sociedade atual, marcada pela «tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada», para sublinhar a importância dos homens se deixarem iluminar pela luz de Cristo. «Precisamos que a luz da fé, ilumine o nosso pensamento, para que nos salve da descrença, da indiferença religiosa, da tentativa de construirmos a vida sem Deus», disse D. Nuno Almeida destacando alguns dos problemas que atravessam a sociedade como «a idolatria do nosso eu, do dinheiro, do sucesso, ou do prazer, da superstição, hoje tão difusa e que leva à ilusão da procura de resolver os problemas de forma mágica, sem esforço, sem mudança de vida e sem conversão verdadeira ao Evangelho». O prelado lembrou, ainda, que esta é a «única» luz que nos «abre ao amor», que «nos liberta da impaciência, da frustração, da solidão, da desolação, do desespero e que sempre nos reconcilia com a vida». Depois, frisou que esta luz deve contagiar o «olhar e o agir» do homem perante a sociedade de forma a que tenha um «olhar fraterno e mãos para repartir», concluindo que foi este deixar-se tocar que marcou a vida e determinou a solicitude de Maria. Durante a missa que abriu a peregrinação, esta terça-feira à noite, o prelado já tinha recordado as pessoas «vítimas de violência, e todos quantos são perseguidos pela fé, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele». Segundo o bispo auxiliar de Braga, a mensagem de Fátima é um desafio a ler os acontecimentos da História com a «consciência de que é possível mudá-la a partir de dentro, com a força do amor e da oração». «Nesta peregrinação, procuramos rezar, especialmente, pela Paz na Síria. Um conflito que coloca aquele povo martirizado a tentar sobreviver sob as bombas destrutivas e mortíferas. Os mortos são muitos milhares! São seis milhões de deslocados internamente, cinco milhões de refugiados, muitos deles mortos nas águas do mediterrâneo. Unimos o nosso coração e nossa oração à do Santo Padre, pedindo a Nossa Senhora o fim da guerra na Síria», disse D. Nuno Almeida. O prelado deixou ainda um outro apelo mais concreto: «Procuremos também colaborar com a Cáritas e outras organizações, para que se possa minimizar o drama deste povo sofredor» em vez de se investir no armamento, como de resto já sublinhou mais do que uma vez o Papa Francisco. Além das vítimas da guerra na Síria foram ainda especialmente lembradas as famílias dos mortos e feridos no acidente ferroviário que ocorreu ontem, depois de uma colisão frontal entre dois comboios de passageiros, a sul de Itália, entre Corato e Andria, que provocou 20 mortos. A peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de julho recorda a terceira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos Francisco, Jacinta e Lúcia. Para a celebração deste dia 13 inscreveram-se 42 grupos de peregrinos de 19 diferentes países, entre eles Itália de onde vieram 10 grupos. CR |