Basílica de Nossa Senhora do Rosário reabre ao culto a 2 de fevereiro
Cerimónia de Dedicação do Altar será presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima
A Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, vai reabrir ao culto no próximo dia 2 de fevereiro, às 11h00, com uma celebração eucarística na qual será dedicado o altar.
Presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima esta celebração assinala o Dia do Consagrado e, por isso, contará com a presença de várias congregações e novas comunidades de vida consagrada.
A reabertura da Basílica ao culto, depois de um período de obras, é o culminar de um conjunto de intervenções num dos espaços mais importantes do Santuário de Fátima, a par da Capelinha das Aparições.
A Basílica foi alvo de uma profunda intervenção de limpeza, conservação, restauro e requalificação de alguns espaços. Entre eles estão o presbitério “totalmente reconstruído” e toda a zona de acesso às relíquias dos videntes, que “ficará muito mais facilitado”.
Os “percursos devocionais”, desenhados e concebidos pelo designer Francisco Providência constituem, de resto, a grande novidade desta obra.
Criou-se um “itinerário devocional” que permitirá aos peregrinos a oração junto das relíquias dos videntes, em condições de maior tranquilidade e recolhimento, valorizando a visita aos túmulos dos Pastorinhos e a veneração das relíquias dos beatos Francisco e Jacinta Marto.
O projeto “corresponde a uma reabilitação pública dos corredores interiores”- antes inacessíveis aos peregrinos-, “para com eles criar um circuito que, interceptando a nave principal, constituirá um itinerário independente” para devotos dos Pastorinhos em visita às capelas, “sem com isso perturbar as celebrações litúrgicas da igreja”, disse à Sala de Imprensa o designer destes percursos.
Francisco Providência explica que a principal preocupação no desenho destes itinerários se prendeu com um desejo do Santuário de garantir que os peregrinos “se sintam melhor recebidos, mais dignificados na sua devoção” e possam, “participar numa experiência estética que seja expressão da bondade de Deus”.
“As preocupações que tivemos no desenho deste projeto foram as de requalificação e apropriação de um espaço secundário, transformando-o num espaço apto à experiência religiosa coletiva, para além de o dotar das qualidades práticas de acesso à entrada e saída do edifício”, sublinha o designer realçando dois aspetos fundamentais desta intervenção: “o aumento da capacidade de acolhimento e valorização devocional”.
Simultaneamente, destaca-se a requalificação do presbitério que passa a contar com uma escultura de Bruno Marques representando um Cristo Crucificado em bronze, que integra a escultura da Virgem Peregrina, reabilitando a imagem de Nossa Senhora aos pés de Jesus.
O escultor é, igualmente, o autor de todas as peças do mobiliário litúrgico- cadeira, altar e ambão- construídos a partir da ideia do Rosário, com pequenas esferas lembrando os terços.
Segundo informações obtidas pela Sala de Imprensa, toda esta requalificação passou pelo crivo “de técnicos altamente qualificados de acordo com aquilo que é aceite junto da comunidade cientifica de conservação e restauro”.
O projeto desta basílica, cuja sagração aconteceu a 7 de outubro de 1953, foi concebido pelo arquiteto holandês Gerard Van Kriechen e continuado pelo arquiteto João Antunes.
Trata-se de uma “peça” arquitetónica do revivalismo neobarroco, que foi sendo melhorada por campanhas artísticas nos anos 60, de que se destaca a introdução de vitrais na nave principal e pinturas no Altar Mor, de João Sousa Araújo.
Refira-se ainda que o título de Basílica foi concedido por Pio XII, pelo breve “Luce Superna”, de 11 de novembro de 1954.
O edifício mede 70,5 metros de comprimento e 37 de largura e foi construído inteiramente com pedra da região e os altares são de mármore de Estremoz, de Pero Pinheiro e de Fátima.
A coordenação geral da obra foi da Arquiteta Joana Delgada, destacando-se na ficha técnica as coordenações de Ana Rita Santos, na Conservação e Restauro e Luís Andrade na Engenharia Civil.
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