25 de janeiro, 2016


Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima reabre  a 2 de fevereiro

Eucaristia com Dedicação do Altar assinala a reabertura


A Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima reabre ao culto no próximo dia 2 de fevereiro com uma Eucaristia presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima D. António Marto.
A celebração, durante a qual será dedicado o novo altar, realiza-se num dia liturgicamente simbólico que a Igreja Católica definiu como Dia do Consagrado e, por isso a celebração será participada por várias congregações religiosas presentes em Fátima.
A Basílica reabre ao culto depois de cerca de ano e meio de obras de Conservação, limpeza e Reabilitação que visaram, para além da promoção da conservação do património edificado e artístico (móvel e integrado), “proceder a ajustes funcionais que decorrem da necessidade de uma utilização particularmente intensa ao longo do tempo e ainda valorizar o espaço que acolhe as relíquias dos videntes de Fátima”, disse à sala de imprensa a coordenadora geral da obra, arquitecta Joana Delgado.
De entre as obras, destaque para a reformulação do presbitério e para a criação de um itinerário devocional que permitirá aos peregrinos a veneração e oração junto dos túmulos dos Pastorinhos.
A intervenção “complexa” exigiu “um criterioso levantamento do estado de conservação do edifício bem como de todo o seu património artístico móvel e integrado” que se revelou “particularmente útil” na definição dos critérios e metodologias de intervenção nas diversas áreas de forma articulada, tendo em conta o que de mais recente se faz na área da Conservação e Restauro.
A limpeza dos “materiais pétreos” representou uma parte significativa da intervenção. No espaço celebrativo fizeram-se algumas “alterações” tendo-se considerado oportuno remover a grade em pedra, que separava o presbitério da assembleia, e retomar a cota original do presbitério reforçando a relação da assembleia com aquele espaço.
    “A reformulação do espaço litúrgico proposta convida a uma maior aproximação da assembleia ao presbitério mas também a um uso diferente do espaço celebrativo em que a espacialidade converge de forma inequívoca para o altar”, refere a arquitecta.
A redefinição espacial do presbitério determinou, por seu lado, o redimensionamento dos lugares litúrgicos e a sua articulação com os restantes elementos integrantes do espaço nomeadamente os lugares destinados aos concelebrantes e a cruz que, associada à Imagem de Nossa Senhora de Fátima, “se torna marca indelével do lugar”.
Os lugares litúrgicos foram desenvolvidos artisticamente pelo Escultor Bruno Marques, autor de todo o mobiliário litúrgico cujo desenho assenta “numa lógica de simplificação estética garantindo a sua adequação funcional”.
    Esta obra permitiu, igualmente, a criação de “percursos devocionais”, concebidos por Francisco Providência, pensados e concebidos pelos Serviços de Ambiente e Construções (SEAC) e por Marco Daniel Duarte, do Santuário de Fátima. Este itinerário, com entrada e saída pelo exterior, propõe aos peregrinos o acesso a espaços que anteriormente lhes estavam vedados. Com início do lado Sul, os peregrinos são acolhidos pelo Ícone do Beato Francisco e depois convidados a percorrer o corredor posterior às capelas laterais da basílica acompanhados pela ladainha dos beatos, inscrita nas paredes, até às capelas tumulares. Os peregrinos são convidados a entrar na capela tumular do Beato Francisco e depois são convidados a aproximar-se dos túmulos da Beata Jacinta e da Irmã Lúcia e finalmente a retirar-se percorrendo o corredor simétrico, no tardoz das capelas laterias do lado Norte, sempre acompanhados pela ladainha dos beatos e encontrando à saída o Ícone da Beata Jacinta.
    “Com a intervenção nas capelas tumulares procurou-se dar condições adequadas à veneração e oração dos peregrinos junto das relíquias dos videntes com a criação de um genuflexório para uma breve oração”, sublinha ainda a arquitecta Joana Delgado.
Propôs-se, também, a substituição do pavimento policromado por um pavimento neutro cinzento que permite uma leitura contrastante das pedras tumulares dos Pastorinhos.
Esta obra contemplou igualmente uma intervenção nos espaços da sacristia e da Capela de São José , onde se desenvolveram trabalhos de conservação, com a reformulação dos seus sistemas de iluminação e ventilação. O mesmo será de referir relativamente a outros espaços existentes necessários ao bom funcionamento da basílica no seu todo.
A iluminação do edifício constituiu outro dos desafios desta intervenção, procurando-se que as soluções preconizadas fossem “simples, pouco invasivas do ponto de vista da sua implementação, e que resultassem de forma sóbria no espaço”.
O órgão da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, instalado no coro alto, foi também sujeito a uma profunda re-estruturação levada a cabo pelos organeiros da Mascioni Organi.
CR

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