24 de maio, 2018

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Assembleia da República aprovou voto de louvor pela nomeação de D. António Marto como cardeal

Bispo de Leiria-Fátima vai ser nomeado a 29 de junho em Roma

 

O parlamento aprovou esta tarde um voto de louvor pela nomeação como cardeal de D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.

O voto de louvor que saúda e felicita D. António Marto pela nomeação para o Colégio Cardinalício foi aprovado com os votos do PSD, do PS e do CDS-PP e as abstenções de BE, PCP, PEV e PAN e das socialistas Wanda Guimarães, Isabel Moreira, Maria Antónia Almeida Santos e Catarina Marcelino.

De acordo com o texto do CDS-PP, é assim reconhecida a "dimensão maior da sua nomeação como Cardeal, uma distinção para a Igreja em Portugal e para o país".

"O reconhecimento desta nomeação atesta o valor de D. António Marto, a sua simplicidade, espírito de serviço e sensibilidade, além de - como o próprio referiu - acentuar a ‘ligação entre a Sé de Pedro e a Diocese de Leiria-Fátima'", é enaltecido.

Com esta nomeação, "Portugal passa, pela primeira vez na história da Igreja Católica, a ter quatro cardeais no Colégio Cardinalício".

O Bispo de Leiria-Fátima, em declarações à imprensa, afirmou que a nomeação o “surpreendeu” e que a vê como “mais um serviço” que presta à Igreja.

“Não olho para esta nomeação em termos de meritocracia, para mim é um serviço, uma responsabilidade a mais a prestar à igreja Universal" disse D. António Marto durante a conferência de imprensa que deu no Santuário de Fátima reagindo à nomeação para Cardeal.

“Eu venho de uma família humilde e o meu pai no início não gostava muito que eu fosse padre, mas depois aceitou e um dia chamou-me à parte, depois da ordenação, e disse-me: meu filho, tu lembra-te sempre que vens de uma família humilde, que não te suba o poder à cabeça e eu sigo este legado que o meu pai me deixou. Nunca me subiu o poder à cabeça nem aspiro a lugares de poder. Para mim a autoridade é um serviço e é um dever e o Senhor dá a graça de o podermos realizar”, acrescentou.

D. António Marto sublinhou que esta nomeação tem três aspetos: o primeiro é um serviço que o Papa pede para o ajudar no seu governo quer como bispo de Roma quer como pastor da igreja universal; o segundo é o reconhecimento da necessidade de uma maior ligação entre a sede de Pedro e as igrejas particulares e, em concreto entre a cátedra de Pedro e a diocese de Leiria-Fátima e, em terceiro lugar, é um ato de confiança pessoal do Papa.

Além de D. António Marto, o Papa Francisco anunciou que vai nomear outros 13 novos cardeais a 29 de junho.

Os 11 novos cardeais eleitores (por ordem de anúncio pontifício) são o patriarca Louis Sako, do Iraque; D. Luis Ladaria, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé); D. Angelo De Donatis, vigário do Papa para a Diocese de Roma; D. Giovanni Angelo Becciu, substituto da Secretaria de Estado do Vaticano; D. Konrad Krajewski, esmoler pontifício; D. Joseph Coutts, arcebispo de Karachi (Paquistão); D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima; D. Pedro Barreto, arcebispo de Huancayo (Peru); D. Desiré Tsarahazana, arcebispo de Toamasina (Madagáscar); D. Giuseppe Petrocchi, arcebispo de L’Aquila (Itália); D. Thomas Aquinas Manyo, arcebispo de Osaka (Japão).

O Papa vai ainda criar três cardeais com mais de 80 anos: D. Sergio Obeso Rivera, arcebispo emérito de Xalapa (México); D. Toribio Ticona Porco, bispo emérito de Corocoro (Bolívia); padre Aquilino Bocos Merino, missionário Claretiano.

O consistório para a criação de cardeais é uma cerimónia que se desenvolveu ao longo dos séculos, dando origem a um cerimonial próprio, que é hoje público.

Ao longo de centenas de anos, o anúncio era feito num consistório secreto, no qual o Papa anunciava o nome dos novos cardeais, que recebiam depois um “bilhete” com essa nomeação.

Após o Concílio Vaticano II (1962-1965), o consistório foi sendo sucessivamente simplificado até à fórmula atual, aprovada pelo Papa Bento XVI em 2012, que unificou o rito de entrega do barrete e do anel cardinalícios.

A 10 de novembro de 2000 foi nomeado bispo, tendo escolhido o seguinte lema episcopal: "Servidores da vossa alegria".

D. António Augusto dos Santos Marto nasceu a 5 de Maio de 1947, em Tronco, concelho de Chaves. Estudou nos Seminários de Vila Real e do Porto, sendo ordenado padre em Roma no ano de 1971, como presbítero da Diocese de Vila Real.

Estudou Teologia Sistemática na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (de 1970 a 1977), onde fez o doutoramento, com a tese: "Esperança cristã e futuro do homem. Doutrina escatológica do Concílio Vaticano II".

Desde 1977 até 2000 trabalhou na formação de candidatos ao sacerdócio no Seminário Maior do Porto, como formador e prefeito de estudos.

Desde 1977 exerceu também actividade docente em diversos âmbitos. Foi professor de diversas áreas da teologia no Instituto de Ciências Humanas e Teológicas (Porto), no Centro de Cultura Católica (Porto), na Faculdade de Teologia e na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Porto).

Nestas instituições académicas integrou diversas comissões, tanto ao nível científico como diretivo. Foi também Diretor-Adjunto da mesma Faculdade de Teologia.

É membro da Sociedade Científica da Universidade Católica.

A 10 de novembro de 2000 é nomeado bispo, tendo escolhido o seguinte lema episcopal: "Servidores da vossa alegria" (2Cor 1,24).

Foi bispo auxiliar de Braga de 2001 a 2004 e Bispo de Viseu desde então até 22 de Abril de 2006, data em que recebeu a nomeação para Bispo de Leiria-Fátima. Entrou nesta diocese no dia 25 de Junho de 2006.

Como bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto recebeu no Santuário da Cova da Iria os Papas Bento XVI (2010) e Francisco (2017).

Em junho de 2017, o atual Papa enviou uma mensagem a D. António Marto, para agradecer pelo “acolhimento fraterno” e a “hospitalidade fidalga” de que foi alvo na sua peregrinação à Cova da Iria.

Francisco saudava o “efusivo testemunho de alegria e amor a Nossa Senhora de Fátima” de D. António Marto e o trabalho de todos os seus colaboradores, “em toda a parte, desde a mesa ao altar”.

O futuro cardeal português publicou numerosos artigos em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas “Humanística e Teologia”, “Communio” e “Theologica”.

Foi delegado da Conferência Episcopal na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE) de 2011 até abril de 2017.

Desde abril de 2014 é Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa. Função que também exerceu durante o triénio 2008-2011.

 

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