10 de junho, 2022

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As crianças “são o tesouro mais precioso da humanidade e a esperança do mundo”, afirma D. José Ornelas Carvalho pedindo atenção às crianças da Ucrânia

Bispo de Leiria-Fátima presidiu à primeira Peregrinação das Crianças pós-pandemia. Reitor fala em “momento de alegria” e deseja que as crianças levem compromisso de “construir um mundo melhor”

 

O bispo de Leiria-Fátima lembrou esta manhã, na homilia da Missa da peregrinação das Crianças, que elas constituem o “tesouro mais precioso da humanidade” e, por isso, devem ser “o centro das famílias” e a “esperança do mundo”.

D. José Ornelas Carvalho lembrou particularmente, as crianças da Ucrânia.

“Pensando neles, não podemos esquecer aquilo que sofrem os meninos e meninas da Ucrânia, com esta guerra que lhes mete medo, que os fere, mutila e mata. Por isso pedimos que, imitando Maria, a mãe de Jesus, nós e muitas outras pessoas olhem para eles com olhos de misericórdia, pedindo para eles e para todo o mundo o dom da Paz, da fraternidade e da justiça, especialmente para os mais frágeis e desprotegidos.”

A partir da mensagem de Fátima e do Evangelho proclamado, D. José Ornelas Carvalho procurou explicar aos peregrinos de palmo e meio a bondade e o amor de Deus pela humanidade.

“Foi a duas meninas e um menino como vocês que Nossa Senhora aqui se fez ver. Foi também a eles que ela falou, de uma forma muito simples e clara, e disse coisas muito importantes que não só eles entenderam, mas também os adultos”, recordou o prelado.dscf2826.jpg

“A Senhora vestida com um manto de luz falava com uma voz tão doce e tão amiga que eles perceberam que se ela falava assim, é porque Jesus é realmente bom, próximo e amigo” sublinhou D. José Ornelas Carvalho explicando que a presença de Deus nos fortalece, mesmo diante das dificuldades.

“Os pastorinhos perceberam que, tendo Jesus por perto, mesmos as coisas mais difíceis são possíveis”, acrescentou destacando que eles “tiveram muitas dificuldades, pois “os adultos não acreditavam naquilo que eles diziam e eles foram levados para interrogatórios difíceis que metiam medo” ou na doença, quando o Francisco e a Jacinta contraíram a gripe espanhola.

“Esta é a primeira palavra que os pastorinhos nos deixam neste dia: olhar com amor e confiança para Jesus, como Maria nos ensina, pois Ele acompanha sempre a nossa vida; dá-nos alegria, dá-nos coragem; dá-nos compreensão das coisas; e ensina-nos amar as outras pessoas como Ele nos ama” disse ainda.

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A partir do Evangelho, que lembra o encontro de Jesus com Zaqueu, um funcionário importante, que se tinha deixado levar pela mania do dinheiro, tinha roubado e enganado, tornando-se corrupto mas que depois se converteu, o prelado de Leiria-Fátima acrescentou que a misericórdia de Deus é sempre maior que o pecado, por “mais asneiras que cada um possa fazer” .

“É esse rosto amigo e misericordioso de Deus que a mãe de Jesus ensinou os pastorinhos a ver e nos convida também a ver aqui em Fátima”, afirmou.

“Espero que voltemos todos a casa com esta imagem de Deus gravada no nosso coração, para termos a Sua alegria, a Sua coragem, a Sua confiança, para nós e para transmitir a todos os que encontramos”, pediu ainda.

“Como fez Jesus com Zaqueu, como fez Maria com os pastorinhos, também a Igreja – isto é, nós todos – temos de mostrar a todos o rosto misericordioso e transformador do Pai do céu”, concluiu.

Reitor fala em momento de alegria

Três anos depois a Peregrinação das Crianças voltou a levar ao Recinto da Cova da Iria milhares de crianças dos grupos de catequese do País. E, embora o número não tenha sido tão expressivo como nos anos que precederam a pandemia, a animação regressou ao Recinto num dia solarengo e que juntou diferentes gerações nesta grande festa, que de há uns anos a esta parte já era a segunda grande peregrinação do ano a Fátima.

“Para nós é um momento de alegria podermos regressar de forma presencial. Sabemos que ainda é um número reduzido de crianças, comparando com outros anos mas ainda assim é um bom sinal dá-nos ânimo e diz-nos que estamos a regressar aos poucos”, disse aos jornalistas o Reitor do Santuário de Fátima.

Apesar dos “grupos organizados” de crianças da catequese voltarem “mais lentamente à normalidade”, o reitor do Santuário de Fátima destacou também a participação de muitas crianças “dispersas pelo santuário, acompanhadas pelas famílias”.

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Este ano a recordação entregue às crianças participantes foi um coração.

“Queremos entregar sempre uma recordação, este ano é um coração com um sentimento muito específico, perceber o temam é a experiência deste encontro com Deus que os pastorinhos fizeram no seu coração, convidar as crianças a acolher Deus no coração mas também que sintam que estão no coração de Deus e não é apenas um coração mas tem um espelho, onde elas próprias se veem presentes no coração de Deus”, explicou o padre Carlos Cabecinhas.

O reitor referiu que, neste tempo com tantas dificuldades que também afetam as crianças, “seja a pandemia, a guerra ou a realidade dos abusos”, se torna importante transmitir esta mensagem de “confiança em Deus”.

“Que levem esta mensagem de confiança em Deus que os acompanha em todos os momentos e ajuda a superar as dificuldades e gostava que levassem o compromisso para construir um mundo melhor”, indica.

Este ano, em estreita relação com a temática do ano pastoral 2021-2022, a Peregrinação das Crianças tomou por título e tema a frase de São Francisco Marto, «Gostei muito de ver Nosso Senhor», incidindo sobre a experiência do encontro íntimo, pessoal e transformador com Cristo.

Em Fátima, três crianças – Lúcia, Francisco e Jacinta - tornaram-se testemunhas de um encontro profundo com Cristo Ressuscitado. Nas suas Memórias, Lúcia conta que no final da aparição de maio, Nossa Senhora fez brilhar sobre os três uma luz muito intensa, que, atravessando-os até ao mais íntimo da alma, levou-os a verem Deus e a verem-se a si mesmos nele, mais claramente que no melhor dos espelhos. Sobre isto, dizia o Francisco: «Gostei muito de ver Nosso Senhor. Mas gostei mais de O ver naquela luz onde nós estávamos também. Gosto tanto de Deus!».

A intimidade da amizade com Jesus, que viram naquela luz, transformou o coração e o olhar dos três. Cada um, a seu modo, passou a ver tudo e todos como a mesma compaixão de Jesus. E as suas vidas tornaram-se sinal luminoso desse amor.

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