06 de outubro, 2016

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Artistas ajudam a compreender as obras expostas na exposição temporária “Terra e Céu-Peregrinos e Santos de Fátima”

6ª Visita temática à exposição temporária do Santuário de Fátima realizou-se esta quarta-feira à noite.

 

Realizou-se esta quarta-feira a última visita temática à exposição temporária “Terra e Céu- Peregrinos e Santos de Fátima”, centrada na “Na primeira pessoa: as obras explicadas pelos seus autores”.

Esta visita temática, a última de um conjunto de seis que o Santuário propôs desde maio, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, com entrada livre, esteve centrada em quatro obras da autoria de Ana Sobral, Avelino Leite, João de Sousa Araújo e Emília Nadal e cujo significado foi explicado pelos próprios autores.

Ana Sobral, cuja obra está exposta no segundo núcleo da exposição- “Os pés dos peregrinos”- sublinhou a importância de vermos a vida como um caminho. Nesta metáfora, a vida apresenta-se como uma «estrada de pedras que nos fazem refletir sobre que sapatos calçar», para garantir o conforto em cada momento e em cada circunstância.

Ana Sobral é natural de Moçambique, e desde cedo descobriu a sua paixão pela cerâmica. Iniciou a sua formação na Escola de Artes Visuais António Arroio tirando o curso técnico profissional de cerâmica. Tem participado em várias mostras de artesanato, dentro e fora do país, divulgando o seu trabalho que consiste na criação de peças únicas, onde o grés assume um lugar de destaque como material utilizado. Com o seu trabalho reconhecido através de prémios atribuídos por várias entidades, Ana Sobral continua a trabalhar com a mesma paixão com que iniciou o seu trabalho.

A obra de Avelino Leite está exposta no terceiro núcleo da exposição − “O alimento da jornada: a palavra e o pão repartidos”. O conjunto de pinturas fala-nos das obras de misericórdia que o pintor explicou terem sido inspiradas no pai.

«É um trabalho sucinto que reflete o que vi e vivi ao longo da minha vida», sublinhou.

Avelino Leite, natural de Santo Tirso, frequentou a Escola Superior de Belas Artes do Porto e já apresentou as suas obras em várias dezenas de mostras e exposições. Por ocasião da visita do Papa Bento XVI a Portugal o autor, em conjunto com os bispos portugueses, ofereceram ao Papa Emérito um conjunto de vinte aguarelas sobre os mistérios do rosário.

João de Sousa Araújo, outro dos autores presentes tem os seus trabalhos expostos no quarto núcleo da exposição − “Subir aos céus de Fátima: os santos da colunata do santuário”.

O arquiteto, autor dos vitrais das capelas laterais da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, estudou na Escola de Arte Aplicada António Arroio, e licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (E.S.B.A.L.) em Arquitetura, Pintura e Escultura. Ainda estudante de arquitetura, Sousa Araújo foi trabalhar para o Banco de Portugal na qualidade de gravador, modalidade que lhe proporcionou um estágio na Áustria. São da sua autoria as maquetas iniciais de treze notas portuguesas. Até 1967 desenvolve vários projetos para a Basílica e Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, desenhando os vitrais da nave central (num total de 140 m2). Realiza várias telas entre as quais o painel do Altar-Mor. Tem cerca de 400 retratos pintados a óleo como os do Papa Paulo VI e do Rei Humberto de Itália.

Por fim, Emília Nadal foi a última a usar da palavra. A pintora que é uma das artistas mais conceituadas na pintura de temas sagrados, aproveitou a oportunidade para explicar a simbologia da obra exposta à entrada do quinto núcleo da exposição − “Os santos da Cova da Iria: Fátima, lugar de santidade”.

A tela que retrata o livro do Apocalipse é, segundo a pintora, uma recapitulação de toda a história da humanidade, que passa por um estado de ordem, que por uma razão qualquer é perturbado mas no fim triunfa o bem.

«A vitória é sempre de Cristo; o triunfo de uma nova criação», precisou.

Emília Nadal nasceu em Lisboa, e frequentou o curso de Cerâmica Decorativa na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Recebeu os Prémios Anunciação e Lupi de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes (1959) e uma Bolsa da Fundação Gulbenkian para Investigação em Comunicação Visual para o projeto “Embalagens para Conteúdos Naturais e Imaginários Liofilizados”, nas áreas da pintura, desenho, gravura, objetualismo e vídeo-performance (1976-1978). Participou na pintura do painel coletivo alusivo ao 10 de Junho de 1974, iniciativa do Movimento Democrático de Artistas Plásticos. Representou a Sociedade Nacional de Belas Artes no Conselho Nacional de Educação. Expõe desde 1957 e participou em numerosas exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro, a título individual ou em representação da pintura e da gravura portuguesa contemporânea, em Espanha, França, Finlândia, Alemanha, Suécia, Grécia, Inglaterra, Itália, Brasil, Alemanha, Nova Zelândia, México, Bulgária, ex-Jugoslávia, Polónia, Macau e Japão.

Esta exposição fechará as portas no próximo dia 31 de outubro, tendo registado até ao momento 232.136 visitantes, fora as visitas virtuais que já estão disponíveis há um mês no site do Santuário de Fátima

A próxima exposição temporária será mais prolongada estando prevista a sua inauguração para o dia 26 de novembro, às 14h30.

“As cores do sol: a luz de Fátima no mundo contemporâneo” inspira-se na sexta e última aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos e conta-nos a história do Milagre do Sol. Estará patente ao público até 31 de outubro de 2018.

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