19 de fevereiro, 2023
Amor incondicional ao próximo apresentado como caminho “difícil, mas possível” de santidadeNa véspera da Festa dos santos Pastorinhos, o reitor do Santuário de Fátima exortou os peregrinos a procurarem “amar os outros de todos os modos”, a exemplo de São Francisco e Santa Jacinta Marto.
Na homilia da Missa deste VII Domingo do Tempo Comum, véspera da Festa dos Santos Pastorinhos, o reitor do Santuário de Fátima exortou os peregrinos, reunidos na Basílica da Santíssima Trindade, a tomar como exemplo o caminho de santidade de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, que, “ao fazerem a experiência de se sentirem amados por Deus (…) procuraram, de todos os modos, amar a Deus, nos outros”. Na reflexão que apresentou, o padre Carlos Cabecinhas partiu da exortação à santidade, presente na Palavra deste Domingo, para realçar a inseparabilidade que existe entre esta e a relação que se alicerça com o próximo. “Não é possível sermos santos se não cuidamos da relação com os outros”, afirmou, assumindo o “incómodo” e a “grande dificuldade” que esta atitude pode implicar na vida de cada um, mas apresentando-a como possível e apenas dependente da vontade pessoal. “Porém, se o que Jesus nos pede é difícil, não é de todo impossível… Implica um ato de vontade da nossa parte, (…) porque o amor, além de um sentimento, é sempre um ato de vontade e, por isso, renunciar à vingança, a pagar o mal com o mal e a amar mesmo aqueles que nos querem e fazem mal só é possível se nós decidirmos querer”, clarificou o presidente da celebração, tornando presente o amor de Deus pela humanidade como razão para este esforço cristão do amor incondicional ao próximo. “Se Deus nos ama, independentemente de nós o amarmos ou não, o que Ele nos pede é que façamos o mesmo. (…) Se nos sentimos amados por Deus não podemos de nos deixar assemelhar a Ele”, afirmou, ao fazer notar a “revisão de coração” e a “renuncia ao impulso imediato” que este caminho “difícil, mas possível” exige. Num paralelismo com a atualidade, o sacerdote fez referência ao tema dos abusos de menores no seio da Igreja Católica, concretizando a urgência de conversão e de atenção ao próximo que esta realidade requer. “Nestes dias, em que tanto se fala de pecados hediondos cometidos por membros da Igreja e muito concretamente por aqueles que, dentro da comunidade cristã, têm maior responsabilidade, esta exortação evangélica adquire a urgência da conversão, para que essas situações não mais se repitam, e a urgência da atenção às vítimas. É um assunto doloroso, mas que não podemos ignorar”, disse. Por fim, o reitor do Santuário de Fátima apresentou como exemplo o caminho de santidade percorrido pelos santos Pastorinhos, que “na escola de Maria, fizeram a experiência de se sentir amados por Deus e procuram amar os outros de todos os modos”. |