25 de dezembro, 2017

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“Alegremo-nos, façamos a festa mas não percamos o essencial”, pediu o Pe. Carlos Cabecinhas

Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, acolheu celebração do Natal do Senhor

 

O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, presidiu esta manhã à missa do Natal do Senhor, na Basílica da Santíssima Trindade.

Perante a assembleia de peregrinos, o Pe. Carlos Cabecinhas apresentou Jesus como a “Palavra de Deus Pai, Palavra que que nos ilumina e nos conduz à vida plena”.

“Aqui reside a Sua identidade, a Sua missão e o dom que significa para cada homem e mulher”, explicou.

O reitor do Santuário precisou a ideia de que “num mundo tão cheio de palavras, como é o nosso, Jesus vem como a Palavra definitiva de Deus”.

“O Deus-Menino é a Palavra capaz de dar sentido às nossas vidas, capaz de atingir a profundidade da nossa existência e dos nossos problemas. No Natal, Deus fala-nos pelo Seu próprio Filho. A grande questão é se nós nos dispomos a escutá-l'O, nos dispomos a acolher Jesus, Palavra de Deus”.

O reitor alertou para um problema que “dois mil anos depois” continua a ser “o verdadeiro drama do Natal: não termos lugar para Cristo, não O acolhermos”.

“Corremos sempre o risco de nos ocuparmos tanto da preparação da festa do Natal, que deixamos de ter espaço para o mais importante: acolher Jesus que vem como Palavra, Luz e Vida”, reiterou, afirmando ainda que com isto há o risco de “ou por estarmos demasiado distraídos de Deus, ou por não querermos que Ele venha incomodar as nossas rotinas e opções, também nós não termos espaço para o Deus Menino”.

Numa celebração, em que se fez anunciar um grupo de peregrinos da Costa do Marfim, o Pe. Carlos Cabecinhas considera o “silêncio para O acolher fundamental”, uma vez que “a palavra só pode ressoar e fazer-se ouvir onde encontra silêncio recetivo”.

“Por isso, o silêncio é também característico da narração e celebração do Natal. Não um silêncio vazio, mas o silêncio contemplativo, o silêncio de quem escuta. Se Jesus Menino é o Verbo, a Palavra de Deus que se faz carne, então é fundamental fazer silêncio para O escutar. A palavra só no silêncio se pode acolher”.

Desta forma “o Natal é desafio a fazer calar tantos ruídos que nos cercam: é desafio a fazer calar as vozes do nosso egoísmo, que nos centram em nós e nos nossos problemas e nos impedem de acolher os outros; é convite a fazer calar as vozes da nossa auto-suficiência, que nos impede de nos reconhecermos frágeis e débeis, necessitados de Deus e da Sua força; é convite a fazer calar o ruído em que nos envolvemos para nos distrairmos da vontade de Deus, tantas vezes misteriosa; é desafio a fazermos calar as vozes do comodismo”.

“O grande desafio do Natal é não perdermos o essencial. Alegremo-nos, façamos a festa mas não percamos o essencial”, pediu o Pe. Carlos Cabecinhas.

Os ofertórios das missas de ontem e hoje no Santuário de Fátima reverteram, este ano, a favor das vítimas dos incêndios em Portugal.

 

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