08 de dezembro, 2021

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“A santidade da vida quotidiana é o melhor e mais forte antídoto contra a pandemia da corrupção”, afirma cardeal D. António Marto

Bispo de Leiria-Fátima presidiu à solenidade da Imaculada Conceição em Fátima e desafiou os peregrinos a lutar contra “o vírus da corrupção “que “arruína consciências e contagia a sociedade”

 

O cardeal D. António Marto presidiu esta manhã à Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, em Fátima, e afirmou que a “santidade do quotidiano”, feita de gestos simples, “é o maior antídoto contra a corrupção”.

“A santidade da vida quotidiana é o melhor e mais forte antídoto contra a pandemia da corrupção, cujo vírus começa por se aninhar nas consciências de cada um individualmente, e quando elas são corrompidas contagiam a sociedade”, disse D. António Marto na homilia da Missa a que presidiu esta manhã no Recinto de Oração do Santuário e na qual participaram 10 grupos provenientes de dioceses portuguesas, de Espanha, da Irlanda e de Itália.

“A santidade da vida quotidiana inspira e promove o renascimento moral da sociedade e é o melhor e maior antídoto contra a corrupção”, esclareceu ao salientar que “são os pequenos gestos” que nos “libertam do egoísmo”.

A partir do exemplo de São José, cujo ano santo termina, e que é o “exemplo luminoso da santidade da vida quotidiana, escondida e que não dá nas vistas”, o cardeal português fez a apologia humildade e dos pequenos gestos como itinerário cristão para vencer a indiferença e valorizar os que “estão sempre em segundo plano”.

“Somos chamados a viver a santidade, uma santidade de pequenos gestos onde quer que nos encontremos na nossa vida quotidiana: um ato de ternura; uma ajuda generosa; um tempo passado a escutar alguém que precisa de consolo; uma visita; uma companhia a quem está só ou enfermo” constituem formas de viver a santidade na vida quotidiana, referiu.

“Podem parecer gestos insignificantes, que não dão notícia nem fazem parangonas nos jornais, mas aos olhos de Deus são gestos grandiosos” enfatizou lembrando que é desta “ santidade popular”, a ` santidade de ao pé da porta´, como lhe chama o Papa, “próxima a começar dentro da própria casa, da própria família” que a humanidade precisa.

D. António Marto agradeceu, ainda, aos inúmeros peregrinos que participaram na celebração, destacando que a sua presença “enche e comove o coração” porque assinala um “sim à bela mãe de Jesus e nossa mãe”.

Através de Maria “Deus volta-se para nós e pousa o seu olhar sobre cada um de nós para que todos possamos experimentar a alegria de ser amados, perdoados e salvos”.

Nesta celebração da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, os peregrinos foram igualmente convidados, durante a Oração dos Fiéis, a ter presente as “mulheres que estão prestes a ser mães” para que, a exemplo de Maria, possam construir uma nova humanidade.

 
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A celebração da Solenidade da Imaculada Conceição em Fátima é marcada anualmente pelo regresso ao Recinto de Oração dada a grande afluência de peregrinos que se regista sempre em Fátima neste dia, um dos dois dias em que a Imagem de Nossa Senhora, que se venera na Capelinha das Aparições, sobe ao altar do recinto para além das grandes peregrinações internacionais aniversárias, de maio a outubro.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria, lembrado ontem à noite da Vigília, onde se cantou o hino Akathistos, foi proclamado pelo Papa Pio IX,  a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.

Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, durante as cortes de 1646.

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