12 de outubro, 2022

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“A paz, a preocupação com o mundo e o seu futuro está bem implícita na Mensagem de Fátima"

Na conferência de imprensa da Peregrinação de Outubro, D. José Ornelas perspetivou Fátima como lugar onde paz assume um caráter central, num “mundo que vive horas complicadas”.

 

Na conferência de imprensa que antecipou a Peregrinação deste 12 e 13 de outubro, o bispo de Leiria Fátima perspetivou o Santuário de Fátima como lugar onde a paz assume um caráter central, num “mundo que vive horas complicadas”, com uma guerra na Ucrânia surgida após um período de pandemia.

“A paz e a preocupação com o mundo e o seu futuro está bem implícita na Mensagem de Fátima, desde os seus inícios”, disse, relembrando a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, a partir de Roma e da Cova da Iria, no passado mês de março, e a oração do Rosário pela paz no mundo em união com o Papa, no final de maio.

Face a esta conjuntura de convulsão no mundo, o prelado sublinhou a importância de um “consenso global” que atente aos mais frágeis, manifestando a atenção da Igreja para com esta mesma realidade.

“A guerra põe em causa a paz e a segurança, (…) com muitas atrocidades cometidas (…) e traz repercussões económicas para o mundo inteiro. (…) É importante a busca de consenso, para assegurar que os mais pobres não sejam aqueles que paguem a fatura das dificuldades que estamos a viver”, alertou D. José Ornelas,

O bispo de Leiria-Fátima falou também dos “passos determinantes” do processo sinodal dentro da Igreja, que trouxeram consigo a expetativa e a esperança de um “tempo de transformação e desenvolvimento”, com soluções a derivar do "pluralismo de opiniões" que marca esta realidade.

“O processo sinodal que se encetou fez nascer a esperança na maioria das paróquias. Foi algo que mexeu com o próprio modo de organizar a Igreja, contando com a participação de todos, particularmente com a contribuição laical, na responsabilização e condução da Igreja”, disse D. José Ornelas, sublinhando a importância da procura, na Igreja na Europa, de soluções atentas à internacionalidade, à migração e à paz, que possam alimentar a assembleia sinodal dos bispos em Roma, prevista para 2023.

Ao enfatizar a importância do “cuidar e transformar”, dentro da Igreja, o bispo de Leiria-Fátima abordou, por último, a questão da investigação que está a decorrer sobre os abusos sexuais na Igreja, reforçando a ideia de se estar “num ponto de viragem”, após a constituição de uma comissão independente para analisar os casos acontecidos nos últimos 50 anos.

“Nos últimos 20 anos têm-se repensado procedimentos e traçado linhas de conduta que estão a transformar o modo de encarar, de perceber e de tratar estes acontecimentos trágicos e dramáticos, que nunca deviam ter acontecido. A existência da Comissão significa um esforço grande que estamos a fazer, porque não nos conformamos com aquilo que sabemos que existiu também na Igreja”, afirmou o também presidente da Comissão Episcopal Portuguesa, ao deixar o seu reconhecimento à independência da Comissão que tem analisado os abusos sexuais ocorridos na Igreja portuguesa.

Sobre os casos que lhe dizem diretamente respeitos e que veiculam na comunicação social, D. José Ornelas garantiu não ter havido "nenhuma manobra de encobrimento” e que o tratamento das situações foi sempre feito “com o conhecimento que se tinha dos casos, na altura, tendo os mesmo sido submetidos à Procuradoria-Geral da República e posteriormente arquivados”.

 

Santuário preparado para acolher os jovens que visitem Fátima no âmbito da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, em 2023

No encontro com os jornalistas esteve também o reitor do Santuário, que deu a conhecer alguns dados sobre a afluência de peregrinos na Cova da Iria, até setembro deste ano.

Dos 2133 grupos inscritos nas celebrações neste período, 1340 foram estrangeiros e 793 portugueses, registando-se um aumento de 653 grupos em relação ao período homólogo do ano passad.

Entre os grupos estrangeiros, os espanhóis foram os mais numerosos e os que mais depressa regressaram ao Santuário após a pandemia, informou o responsável, seguindo-se os peregrinos da Polónia e da Itália, e dos Estados Unidos da América, com a presença de grupos asiáticos ainda longe dos números registados antes da pandemia.

“Estes dados mostram que a afluência a Fátima começa a regressar àquilo que eram os registos habituais, antes da pandemia, e dão-nos alento para encararmos o próximo ano com esperança renovada, apesar da guerra na Ucrânia e da situação económica difícil em que os nossos países se vêm mergulhados”, afirmou o sacerdote.

O padre Carlos Cabecinhas deu também a conhecer as iniciativas que o Santuário de Fátima está a preparar para o contexto da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa (JMJ), em agosto de 2023 - momento para o qual o Papa já assumiu a sua presença na Cova da Iria -, a começar pelo tema do próximo ano pastoral em Fátima: "Maria levantou-se e partiu apressadamente", intimamente ligado ao tema da JMJ.

Integrado na dinâmica da Jornada, sobretudo no período que antecede e precede o encontro mundial de jovens, o Santuário tem para oferecer um programa sobretudo dirigido para os jovens, onde se sublinhará o sentido da peregrinação, com a oferta de seis percursos para chegar à Cova da Iria, que variam entre 12 e 5 quilómetros.

O Santuário de Fátima está também a preparar para os jovens que virão a Fátima diversos workshops de reflexão e oração, em formato itinerário do peregrino, com esquemas de vivência espiritual de Fátima e que terão como eixo comum o círio pascal da Capelinha das Aparições e contemplarão as aparições de Fátima, a espiritualidade dos santos Pastorinhos e os diversos espaços do Santuário e o seu património artístico.

Haverá ainda uma proposta própria para os dias das dioceses, com celebrações internacionais, no Recinto de Oração e momentos de oração na Capelinha das Aparições. Em maio de 2023 realiza-se um momento particularmente importante, com a presença na Cova da Iria dos símbolos da JMJ, que serão integrados nas celebrações de Fátima. Está também em fase de preparação a criação de uma “Aldeia Jovem”, que acolherá os jovens sobretudo no períodos pré e pós JMJ.

No final, o reitor do Santuário de Fátima assinalou a celebração do centenário do jornal Voz da Fátima, que acontece neste 13 de outubro, relembrando o percurso e a importância do mensário na história de Fátima.

“Foram 100 anos com 1200 números, sempre a cada dia 13, a contar o ritmo do Santuário e olhar para fora do próprio Santuário, com a preocupação com a verdade sobre o que se diz, faz e pensa sobre Fátima, para que os seus leitores possam, a partir dessa verdade, ler e interpretar o mundo, procurando sempre incentivar o sentido crítico diante o que lhes é oferecido pelo mundo das notícias.”

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