25 de março, 2022

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A partir de Roma e de Fátima, Rússia e Ucrânia foram consagradas ao Imaculado Coração de Maria

As palavras "paz" e "Mãe" foram ditas por 13 vezes, na prece do ato de consagração, onde se pediu perdão pela guerra e o "regresso da concórdia de Deus".

 

Fátima foi hoje, a par de Roma, o epicentro das preces pela paz no mundo, com o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, feito em sintonia no Vaticano, pelo Papa Francisco, e na Cova da Iria, pelo legado pontifício, cardeal Konrad Krajewski.

Reunidos com o representante do Papa, na Capelinha das Aparições, estiveram os bispos portugueses, em união com o Santo Padre, neste ato histórico.

“Ó Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, recorremos a Vós nesta hora de tribulação”. Foi com esta alocução que se iniciou a prece de consagração, onde a palavra “paz” foi ouvida por 13 vezes, o mesmo número de vezes que foi dita a palavra “Mãe”, a quem se dirigiu a súplica deste ato de consagração da Rússia e da Ucrânia, países em guerra desde 24 de fevereiro.

Cumprido em simultâneo em Roma e em Fátima, este ato de âmbito mundial pediu a Nossa Senhora a “libertação da guerra” e a preservação do mundo da ameaça nuclear, numa petição feita sob o preâmbulo de um ato de contrição da humanidade.

“Perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. (…) Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!”, declararam o Papa Francisco e o cardeal Konrad Krajewski, em frente à imagem de Nossa Senhora, a quem confiaram a faculdade de “desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo”.

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Esmoler Apostólico, cardeal Konrad Krajewski presidiu ao ato de consagração na Capelinha das Aparições, como legado pontifício.

 

Com referência ao episódio do Evangelho das Bodas de Caná da Galileia, foi solicitada pelo Papa e pelo legado pontifício a “urgente intervenção materna” de Maria, "nesta hora escura", num ato que, na Cova da Iria, foi precedido da recitação do Rosário, a oração mariana que Nossa Senhora pediu incessantemente aos Pastorinhos para que a guerra terminasse, nas Aparições de 1917, em Fátima.

No horizonte desta consagração estiveram a Rússia e a Ucrânia, para quem foi pedido amparo materno da Virgem Maria, concretamente a “quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas” e aos que “são obrigados a deixar as suas casas e o seu país”.

“Nesta hora, a humanidade, exausta e transtornada, está ao pé da cruz convosco. E tem necessidade de se confiar a Vós, de se consagrar a Cristo por vosso intermédio. O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria”, ouviu-se pedir diante da Imagem de Nossa Senhora, na Cova da Iria e na Basílica de São Pedro.

“Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz”, continuou a prece a Maria, a quem foi confiado “o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo”.

Na Cova da Iria, a celebração de consagração foi introduzida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, que declarou a união do prelado português com o gesto pedido pelo Santo Padre, no passado dia 15 de março.

"Em comunhão com o Santo Padre Francisco, estamos reunidos neste lugar onde a Mãe do Céu nos convida à conversão, à oração pela paz e nos revela o Seu Imaculado Coração como refúgio e caminho para Deus. (...) Unidos ao povo Ucraniano que nestes dias recebe a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, e nesta hora sombria da história do mundo, deixemo-nos atrair pela luz que irradia do seu Coração Imaculado, e rezemos para que escute a nossa oração e nos alcance do Coração misericordioso do nosso Deus o dom da Paz e da concórdia", disse D. José Ornelas Carvalho.

No Santuário de Fátima, uniram-se a este ato de consagração milhares de peregrinos, em volta da Capelinha das Aparições, tal como na Basílica de São Pedro, em Roma, onde estiveram cerca de 3.000 fiéis.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente na Capelinha das Aparições e, no final da celebração, perspetivou esta consagração como um "importante apelo à paz".

"O grande momento emocionante desta consagração foi quando rezaram em ucraniano e russo, o que significa que é possível e deve haver diálogo, no encontro da paz e o Papa tem feito tudo o que é possível para que isso seja uma realidade", disse o Presidente da República Portuguesa, aos jornalistas presentes na Cova da Iria, ao considerar como "fundamental" o diálogo entre a religião católica, greco-católica e ortodoxa, na resolução deste conflito.

O chefe de estado português sublinhou ainda a importância do acolhimento de refugiados ucranianos que está a ser assumido pelos portugueses e destacou o trabalho diplomático português na insistência do diálogo entre as partes beligerantes.

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26 dez 2024

Missa, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

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Missa

Rosário, na Capelinha das Aparições

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