13 de julho, 2020
“A mensagem de Fátima recorda-nos o desafio que a história e a humanidade tanto esquecem: precisamos uns dos outros”, afirmou D. Vitorino SoaresO presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de julho fala do “triunfo” do Bem, prometido nas Aparições de 1917
O bispo auxiliar do Porto, D. Vitorino Soares, afirmou esta manhã em Fátima que a pandemia recordou à Humanidade que todos “precisamos uns dos outros”, destacando a mensagem de “triunfo” do Bem deixada na Cova da Iria, em 1917, por Nossa Senhora aos três Pastorinhos. “Ainda debaixo da nuvem da pandemia, que nos escondeu e nos trouxe incerteza e preocupação, e ainda continua a esconder, a mensagem de Fátima recorda-nos o desafio que a história e a humanidade tanto esquecem: precisamos uns dos outros. Precisamos uns dos outros”, referiu o presidente da Peregrinação Internacional Aniversária de julho. Na homilia da Missa a que presidiu, no altar do Recinto de Oração, D. Vitorino Soares destacou os pedidos de Nossa Senhora de Fátima na terceira aparição, em julho de 1917. “Queremos sacrificar-nos uns pelos outros? Queremos ser oferenda e oferta, uns pelos outros? Não se trata de sacrifícios de vítimas, ou bodes expiatórios, mas irmãos que por amor se oferecem uns aos outros, nos gestos pequenos do dia a dia”, explicou. O bispo auxiliar do Porto destacou, ainda, a promessa deixada em Fátima da vitória definitiva do “coração da Paz, do Bem, da Bondade”, quando Nossa Senhora, segundo o relato de Lúcia, lhes prometeu o triunfo do Seu Imaculado Coração. “Hoje também o quereis dizer a cada um de nós: ‘O meu Imaculado Coração triunfará, o meu Imaculado Coração triunfará!’. No meio desta pandemia, no meio das nossas incertezas; no meio dos nossos sofrimentos; no meio das nossas dificuldades laborais e económicas; no meio das nossas inseguranças e medos. Tu, Senhora de Fátima, continuas a dizer-nos: ‘O meu Imaculado Coração triunfará’”. “ Todos precisamos de Ti, Mãe, Senhora de Fátima, porque todos somos e queremos ser teus filhos, ouvindo os teus apelos e dando resposta aos teus convites”, concluiu sublinhando que “hoje aqui, neste Santuário, Maria, nossa Mãe, também nos quer ajudar a ser discípulos de Jesus. A escutá-Lo. A encontrarmo-nos com Ele. A segui-Lo. A pôr em prática a sua mensagem.” O bispo, que acaba de completar um ano da sua ordenação episcopal, lembrou a sua condição de peregrino e saudou a presença de todos aqueles que formaram a assembleia nesta peregrinação. “A todos vós que participais nesta peregrinação, de forma presencial, que bom, é assim que tem sentido o encontro, o estarmos uns com os outros, não o inventamos, foi Deus, ao fazer-se humano em Jesus Cristo, no seio de Maria, que no-lo ensinou, ao fazer-se encontro com todos. Bem-vindos a este Santuário, à casa da Mãe, Aquela que está sempre convosco, connosco, mesmo que ausentes nesta fase de pandemia” afirmou deixando, igualmente, uma palavra para os que não podendo estar presentes seguiram as celebrações pela comunicação social. “Maria queremos que nos encandeies a todos, para que nos nossos corações medrosos, inseguros, tristes, continuemos a ver Deus em cada um de nós e nos outros”, concluiu. A celebração da aparição do dia 13 de julho de 1917 tem por base a narrativa contada por Lúcia, que elenca quatro elementos principais: o pedido de Nossa Senhora de voltarem, no dia 13 seguinte; a insistência na oração do terço, para o abrandamento da guerra; os pedidos da Lúcia para a cura de algumas pessoas próximas; e a promessa de Nossa Senhora de fazer um milagre, em outubro, para que todos acreditassem. Esta é segunda peregrinação do ano a ser celebrada com o Recinto aberto à participação de peregrinos, depois do período de confinamento imposto pela pandemia, seguindo um formato mais breve, que suspendeu a Missa da Vigilia e a própria Vigilia durante a madrugada. Durante a celebração, os participantes na Oração dos Fieis rezaram “pelas pessoas dependentes de cuidados e pelos seus cuidadores”, e também por todos os que “sofrem, no corpo ou no espírito, as consequências dramáticas da pandemia”, para que o Senhor “os conforte, anime e inunde de paz”. |