“A linguagem do serviço por mais incómoda que seja está no centro da nossa fé”, afirmou o reitor do Santuário de Fátima
Padre Carlos Cabecinhas celebrou hoje o rito do “lava-pés” a 12 colaboradores do Santuário de Fátima
O reitor do Santuário de Fátima presidiu hoje à Missa da Ceia do Senhor, na Basílica da Santíssima Trindade, na Cova da Iria , e lavou os pés a 12 colaboradores do Santuário de Fátima, leigos, sacerdotes e religiosos.
“A vocação de qualquer cristão é uma vocação de entrega, de amor e de serviço ao outro. Somos servos de Cristo e portanto dos irmãos”, disse o padre Carlos Cabecinhas sublinhando se “cada um de nós é chamado a ser servo, nós ministros ordenados devemos ver-nos como servos”.
Durante a homilia da missa que iniciou as celebrações do tríduo pascal, esta quinta-feira santa, dia em que a igreja católica celebra a instituição da Eucaristia e também do sacerdócio, o responsável sublinhou a importância da entrega e do serviço, sem condições prévias.
Para o sacerdote esta linguagem do serviço pode “não colher simpatia”, mas por mais “incómoda e escandalosa” que seja “está no centro da nossa fé”.
“Não é possível viver a Eucaristia se não nos entregarmos; não é possível a comunhão com Cristo se não a tivermos com o outro, com o irmão”, disse ainda.
A partir das leituras e do texto do Evangelho o reitor lembrou que “Jesus foi servo de Deus” e toda a sua vida “foi pautada por entrega e serviço, sempre atento às necessidades dos outros”.
“Não tenhamos medo das palavras: Jesus assumiu a condição de servo e, por isso, este episódio (de lavar os pés aos discípulos) é tão escandaloso” precisou sublinhando o texto do Evangelho de que o filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a vida pelo outro.
“A morte de Jesus na cruz não é um ato isolado mas a consequência de uma entrega e do serviço aos outros”, afirmou.
Quando jesus lava os pés aos discípulos, acrescenta, “é Deus que se inclina; nos lava os pés e nos serve” e por isso, este gesto “é tão escandaloso porque a linguagem do serviço é escandalosa”.
O reitor do Santuário deixou um desafio aos inúmeros peregrinos portugueses, franceses, espanhóis, mexicanos e malteses que participaram nesta Eucaristia: “Se queremos ser dignos é este serviço que temos de seguir”.
“Não é difícil compreendermos as palavras de Jesus, mas sim pô-las em prática; não é difícil entendê-las, mas é difícil vivê-las”.
O reitor terminou a homilia exortando todos os peregrinos a tornarem-se “pessoas eucarísticas”, isto é, “pessoas disponíveis para a entrega e para o serviço tal como Jesus foi”.
Esta quinta-feira santa terá ainda um momento de oração comunitária no Santuário de Fátima, na Capela da Morte de Jesus: Agonia de Jesus”, pelas 23h00.
Amanhã, sexta-feira da Paixão do Senhor começa com uma via-sacra aos Valinhos, com inicio na Capelinha das Aparições, às 00h00; seguem-se as laudes na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, às 9h00. A celebração da Paixão do Senhor terá lugar na Basílica da Santísssima Trindade, pelas 15h00 e, às 21h00, haverá via-sacra.
No Sábado a Vigília Pascal começa às 22h00 e no domingo a Missa de Páscoa, na ressurreição do Senhor, é às 11h00.
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