17 de abril, 2025
![]() “A instituição da Eucaristia é um gesto de partilha”Na entrada do Tríduo Pascal, missa vespertina da Ceia do Senhor celebrou a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, lendo-os à luz da partilha e do serviço.
A missa vespertina da Ceia do Senhor deu início, na tarde desta Quinta-feira Santa, ao tempo que celebra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, naqueles que são os dias maiores da fé católica. À assembleia de peregrinos reunida na Basílica da Santíssima Trindade, o reitor do Santuário de Fátima apresentou o serviço como chave de leitura para a celebração deste primeiro momento do Tríduo Pascal. “Nesta tarde, aprendemos com Jesus que não há digna participação na Eucaristia que não passe pelo serviço aos outros”, sintetizou o padre Carlos Cabecinhas, apresentando a passagem do Evangelho que relata o “gesto radical de serviço” no qual Jesus lava os pés aos seus discípulos, na Última Ceia, como evidência de que “Jesus se torna presente, não apenas no pão e no vinho consagrados, mas também naqueles com quem vivemos, convivemos ou contactamos”. “A comunhão com Cristo, na Eucaristia, não é possível sem a comunhão com os outros, se esquecemos ou ignoramos os outros e as suas dificuldades”, alertou o presidente da celebração, para, de seguida, perspetivar os gestos de Jesus, na Última Ceia à luz da doação. “A instituição da Eucaristia é um gesto de partilha. É o gesto do pai ou da mãe que parte o pão e o distribui pelos seus, conforme as suas necessidades; é o gesto de hospitalidade e de partilha, que acolhe e cria comunhão”, recordou o reitor do Santuário de Fátima, ao exortar a assembleia ao serviço concreto aos irmãos. Nesta missa, que também celebra a instituição do Sacerdócio, o padre Carlos Cabecinhas agradeceu o dom do sacerdócio ministerial, “intimamente unido à instituição da Eucaristia como sua condição, e que se entende, à imagem de Jesus, como serviço humilde à Igreja, corpo de Cristo”. No rito emblemático do lava-pés, que simboliza o mandamento do amor e do serviço na evocação que faz do momento em que Cristo lava os pés aos seus apóstolos, na Última Ceia, foram utilizados um gomil e uma lavanda cunhados com as impressões digitais de servidores do Santuário de Fátima, conforme explicou o comentador da celebração, na introdução deste gesto. “Usaremos uma lavanda e um gomil que, no metal de que são feitos incorporam, de forma artística, as marcas das mãos e dos pés dos que servem os peregrinos neste Santuário, desde o reitor aos capelães, desde os funcionários aos voluntários e também dos próprios peregrinos. Essas impressões digitais, misturadas na prata, foram colhidas no posto do lava-pés do Santuário de Fátima, para que, neste rito, estejamos também unidos a quantos servem e a quantos trazem os pés fatigados e se fazem peregrinos de Cristo.” No final da celebração, o Santíssimo Sacramento foi conduzido, em procissão, até à Capela da Morte de Jesus, onde, às 23h00 desta Quinta-feira Santa será rezada a Oração da Agonia do Senhor. Depois desta oração, tem início o programa celebrativo previsto para o dia de Sexta-feira Santa, com a Via-sacra no Caminho dos Pastorinhos, com início na Capelinha das Aparições, a partir das 00h00. A Sexta-feira Santa é o dia consagrado à meditação orante da Paixão e Morte de Jesus Cristo. É, por isso, um dia alitúrgico, durante o qual não se celebram missas, havendo, no entanto, um programa celebrativo que evoca a Cruz do Salvador.
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