06 de janeiro, 2025

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“A impessoalidade é coisa daninha e danosa da nossa fé”

Padre Rui Santiago falou de esperança e alertou para o perigo da impessoalidade na fé, no primeiro Encontro na Basílica do ano.

 

No primeiro Encontro na Basílica de 2025, realizado este domingo, 5 de janeiro, o padre Rui Santiago apresentou a esperança como dom inesgotável, que deve ser vivido a partir da relação íntima e pessoal com Deus e com os irmãos, numa reflexão sdesenvolvida a partir de uma passagem da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 15,13).

Ao destacar o tom “enfaticamente pessoal” da carta de São Paulo aos Romanos, escolhida como base para a reflexão, e onde o apóstolo dirige saudações pessoais a 35 irmãos, o padre Rui Santiago começou por alertar para o perigo da impessoalidade, que “destrói a fé”.

“Infelizmente, a nossa experiência religiosa está muitas vezes adoecida da impessoalidade, de um anonimato, que acontece normalmente quando alguma coisa se massifica. E isso aconteceu-nos. A impessoalidade, aliás, é indispensável para transformar relações fraternas e comunitárias em relações de poder e institucionais. E isso também nos aconteceu”, constatou, ao reconhecer o “problema da impessoalidade” como “coisa daninha e danosa da nossa fé”.

Em contraste com este distanciamento, o sacerdote evidenciou a proximidade assumida na epístola de São Paulo, que adjetivou de “concreta e pessoal”, escrita com a “textura da amizade, das histórias partilhadas” e com “a forma dos rostos com corpo e cheiro e casa”.

Em metáforas percorridas ao tom do episódio da Visitação, o padre Rui Santiago a esperança em Deus como “uma presença que completa, enche e preenche” e que é gerada a partir do trato pessoal, assim como Deus chamou Maria pelo seu nome.

 A perseverança e a coragem, vividas de forma concreta, foram também destacadas como caminho para a esperança, no contexto de uma “peca e oca”, na qual a “falha mais profunda, é falhar com a vocação primordial de gente” de se tornar “imagem e semelhança do amor” do Criador.

“A ciência da esperança tem na alegria o seu sinal mais evidente, como a sabedoria da fé tem na paz o seu selo de origem. Não é a mera alegria dos contentes, é a graça dos ressuscitandos. Como não é a mera paz dos otimistas, mas a confiança dos justificados”, disse, antes de mergulhar numa exegese pelo relato evangélico das Bodas de Caná, para apresentar Nossa Senhora como intercessora da humanidade que aponta para a esperança que Deus tem para oferecer.

“Nesta hora da água ao vinho, o que temos nós para pôr para o milagre da transbordância? Temos para pôr a obediência. Fazei tudo o que Ele disser. A água é aqui a imagem dessa obediência cristalina e fluída”, explicou o padre Rui Santiago, concluindo com um apelo simbólico para a esperança em Deus.

“Será possível que o melhor ainda esteja para vir? Como o vinho no final? Ninguém roube a frase ao Senhor Jesus: ‘Ainda não chegou a minha hora’. Chegou, Chegou!”

No final da palestra, o ensemble “Pro Musica Antiqua”, sob a direção do maestro Evaristo Neto, ofereceu recital com um programa especialmente dedicado ao século XIX e XX.

Para este ano estão previstas mais quatro sessões dos Encontros na basílica, agendadas para 16 de fevereiro, 1 de junho, 7 de setembro e 9 de novembro.

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