01 de dezembro, 2018
A Igreja deve prosseguir a sua peregrinação no Mundo e na História apesar das “poeiras que caem sobre ela”, disse o Cardeal D. António MartoBispo de Leiria Fátima encerra Jornada de apresentação do tema do novo Ano Pastoral intitulado “Dar graças por Peregrinar em Igreja”
A Igreja é “peregrina na História” que “ainda não chegou à plenitude”, em permanente conversão, renovação, e com esperança “que Deus dá como dom”, rumo a uma “meta definitiva”, disse esta tarde o bispo de Leiria-Fátima no encerramento da Jornada de apresentação do tema do novo Ano Pastoral, “Dar graças por peregrinar em Igreja”. “A peregrinação é uma característica da Igreja, que no Pentecostes saíu para anunciar a Boa Nova de Cristo. Hoje a Igreja é convidada a prosseguir a sua peregrinação no mundo, sendo peregrina na História. E é chamada a crescer na fé e no testemunho, é chamada a renovar-se pois sobre ela cai a poeira da história, como os tempos em que que vivemos”, disse o prelado, lembrando que ninguém pode desanimar com a missão que, em Fátima e a partir de Fátima, é guiada por Nossa Senhora. “Aqui em Fátima, Nossa Senhora pediu conversão para o mundo e para a Igreja e esta conversão tem de ser feita todos os dias”, precisou lembrando o papel de Nossa Senhora como Peregrina e Discípula desta Boa Nova. “Ela apresentou-se aos povos da Terra como símbolo da misericórdia e da ternura de Deus” disse D. António Marto que recordou alguns dos exemplos em que Maria se revelou como peregrina desde a Visitação a Isabel, sua prima, passando pelas Bodas de Canã, onde falou da necessidade de vinho novo e depois pelo Calvário, onde acompanhou o filho até à Cruz. “Ela pôs-se a caminho como mulher e como mãe e hoje serve-nos de guia” afirmou lembrando que é o sinal de esperança da peregrinação cristã. “Cristo não quer que caminhemos sem uma mãe. Ela encontra-se tão presente no coração dos crentes; é sinal de esperança e consolação para este povo peregrino e continua a dizer à Humanidade desolada e desalentada: por fim o meu Coração Imaculado Coração triunfará”, esclareceu. Aludindo a um conceito mais concreto da peregrinação, algo inerente à condição humana, destacou que “a peregrinação pode ser experiência bela e surpreendente de Deus. Uma experiência de interioridade profunda” quando é “uma viagem com uma meta a alcançar”, disse D. António Marto, alertando para os perigos de uma “cultura da exterioridade” e para o “frenesim do tempo”. Por isso, lembrou, é preciso que a "Palavra do Senhor seja uma bússola para o caminho"; o pão seja partilhado; "a oração e o pensamento se virem para Deus" e se faça uma verdadeira conversão interior com vista à transformação de cada um e do mundo”. A jornada de apresentação do tema do novo Ano Pastoral contou ainda com uma atuação do Coro do Santuário de Fátima e da Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima, que apresentou um repertório centrado nas músicas de Fátima. |