"A fé cristã é incompatível com qualquer tipo de discriminação", afirmou o reitor do Santuário
Na homilia da Missa deste domingo, em Fátima, o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, refletiu sobre a universalidade da salvação oferecida por Deus e alertou para as discriminações que existem no mundo atual, nomeadamente o racismo.
A Missa deste XX Domingo do Tempo Comum foi presidida pelo reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas. Na homilia, o sacerdote começou por apresentar a adesão a Jesus e a fé Nele como uma opção pessoal que deriva da universalidade da salvação que Jesus veio oferecer.
"Se, no seu ministério público, Jesus se dirigiu primeiramente e sobretudo ao seu povo, ele não deixou de abrir os horizontes dos discípulos muito além desses limites, pondo em evidência um sem sentido de discriminações correntes no seu tempo e que infelizmente ainda perduram", lembrou, evocando o episódio relatado no Evangelho de hoje, que relata a discriminação do povo de Israel em relação a mulher cananeia.
"A fé não é uma questão de origem, de tradição ou cultura, mas a busca de uma relação com Deus autêntica e pessoal, e isso depende sempre de cada um. Torna-se cristão quem se deixa tocar por Jesus Cristo e pela sua mensagem", afirmou, ao estabelecer um paralelismo com a exortação que a mensagem de Fátima faz para uma relação com Cristo cimentada na oração e no esforço para assumir atitudes coerentes na fé que professamos.
Ao transportar a mensagem do Evangelho para os dias de hoje, o presidente da celebração desafiou os peregrinos presentes a meditarem sobre a relação pessoal que têm com Cristo.
“A Palavra de Deus que escutámos leva a que nos perguntemos porque somos cristãos, porque é que viemos aqui a Fátima, nesta manhã de domingo, e estamos a participar na Eucaristia… Apenas por tradição? Ou somos cristãos porque, de facto, em Jesus Cristo sabemos que a nossa vida ganha sentido pleno”, disse, alertando para as discriminações que existem no mundo atual.
“Neste momento, em que a questão do racismo volta às primeiras páginas dos jornais e que subsistem tensões devido ao acolhimento dos deslocados, migrantes e refugiados, o apelo da Palavra de Deus torna-se particularmente urgente. Impõe-se afirmar, sem qualquer margem para dúvidas que a adesão pessoal a Jesus Cristo é incompatível com qualquer tipo de discriminação!”
O reitor do Santuário concluiu a reflexão a lembrar que “o convite que a palavra de Deus faz para vermos em cada pessoa um irmão, independentemente das diferenças, que devem ser encaradas como um bem”.
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