16 de junho, 2022
A Eucaristia é “grande sacramento da caridade e do amor”, afirma Reitor do Santuário de FátimaNa Missa da Solenidade do Corpo de Deus, no Recinto de Oração, participaram 17 grupos de vários países da Europa e da América
A comunhão do Corpo e Sangue de Cristo desafia os cristãos a trocarem o egoísmo pela partilha e pela caridade afirmou esta manhã, em Fátima, o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas na homilia da Missa internacional no Recinto de Oração, na qual se fizeram anunciar 17 grupos dos continentes europeu e americano. A partir do Evangelho proclamado na Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, no qual é apresentado o milagre da multiplicação dos pães, o responsável pelo Santuário de Fátima salientou que este milagre “é bem maior” pois o pão que nos dá “não é o pão para alimentar o nosso corpo”, mas antes “um pão vivo que nos faz participar da vida divina e nos abre os horizontes de vida eterna”. “É um alimento que nos transforma” afirma sublinhando o compromisso que deriva da participação na Eucaristia. “O milagre de Jesus reside na partilha do pão: milagre que brota do amor de Jesus e que mostra que a partilha e a generosidade são sempre capazes de matar a fome” afirmou na homilia, destacando que através da comunhão cada um é convidado a sair do seu “egoísmo e do círculo estreito” dos seus interesses. “Participar conscientemente na Eucaristia abre os nossos olhos às necessidades dos outros, impede-nos de cair na indiferença diante do seu sofrimento”, enfatizou. Por isso, “a Eucaristia é o grande sacramento da caridade, do amor”. “Nos tempos difíceis que atravessamos, a participação na Eucaristia vai-nos recordando permanentemente que a atenção aos outros e a ajuda concreta nas suas necessidades é verdadeiro ato de adoração a Jesus que, se está presente no pão e no vinho consagrados, também está igualmente presente naqueles que, a nosso lado, precisam de ajuda” disse ainda. O sacerdote lembrou aos participantes na Eucaristia, que permaneceram no Recinto de Oração apesar da chuva copiosa que se abateu sobre Fátima, o exemplo dos Santos Pastorinhos que, desde sempre, revelaram o grande amor pela presença eucarística de Jesus, sem nunca descurar a atenção aos outros, revelando “uma genuína vontade de partilha”. “Com eles, aprendemos a adorar o “Jesus escondido” na Eucaristia (expressão repetida por Francisco Marto), mas também a reconhecer essa presença nos outros”, disse. “Imitando-os, peçamos ao Senhor que nos torne conscientes do grande dom que é a Eucaristia, para sermos gratos por tão grande dom; mas peçamos-Lhe igualmente que nos ajude a reconhecê-l’O presente naqueles que vivem ao nosso lado ou com quem nos cruzamos e que precisam da nossa ajuda”, afirmou ainda o padre Carlos Cabecinhas. Esta tarde, depois das 17h00, realiza-se uma Procissão Eucarística no Recinto de Oração. A solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de Missa e Ofício próprios. Esta solenidade terá chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de festa de Corpo de Deus; a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, fazendo assim a ligação com a Última Ceia de Quinta-feira Santa. O Papa Francisco referiu, na audiência geral desta quarta-feira, que a solenidade recorda “a presença real de Deus na Eucaristia, sob a forma do pão e do vinho”.
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