07 de novembro, 2022

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Foto: © Agência Ecclesia

A escuta é o principal desafio da Igreja em relação aos jovens, afirma responsável pela Pastoral Juvenil Nacional

A espiritualidade dos Santos Pastorinhos pode ajudar os jovens do mundo atual a “dar graças pelo dom da vida”, afirma o sacerdote que é o convidado do podcast #fatimanoseculoXXI, de novembro

 

Escutar os jovens e dar-lhes tempo e espaço para a escuta é porventura um dos maiores desafios da Igreja, refere o P. Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. E, neste capítulo, Fátima e a espiritualidade dos seus dois primeiros santos, Francisco e Jacinta Marto, podem ser um instrumento preciso para esta dimensão da escuta, levando os jovens a aprenderem “a graça do dom da vida”.

“Na espiritualidade dos Santos Pastorinhos recolhemos a humildade e simplicidade a que somos chamados como testemunhas de uma boa nova que foi anunciada por Nossa Senhora. Seja na escola seja na universidade, os jovens têm um programa de vida, em que não lhes sobra tempo para pensarem na vida de forma introspetiva, como fizeram essas duas crianças, cada uma de acordo com a sua maneira de ser. Por isso, acho que os Pastorinhos, focando-nos no essencial, podem ensinar aos jovens que irão participar na Jornada Mundial da Juventude o bom que é o dom da vida, de como ela deve ser vivida e o que é realmente importante”, referiu o sacerdote de Coimbra, que é também o responsável pela peregrinação nacional dos símbolos da JMJ: a cruz oferecida por São João Paulo II e o ícone Mariano Salus Populi Romani.

É certo que “há pressa no ar”, como diz o lema da JMJ, mas essa pressa “prende-se com a vontade de que os jovens, tal como Maria, sejam tocados no coração, e tal como ela saiu a correr para ir falar com a prima Isabel, também eles se sintam tocados no coração e possam sair em missão”, esclareceu ao sublinhar a temática mariana deste evento particular: “Esta JMJ terá de ficar marcada pelo testemunho: dos jovens que falarão; dos jovens que se sentirão tocados no coração; dos jovens que estão disponíveis para partir em missão”, refere ainda o sacerdote. “Há mesmo pressa no ar”, refere avaliando “muito positivamente” o “entusiasmo e a mobilização dos grupos de jovens” em torno da peregrinação dos símbolos da JMJ, que, desde novembro do ano passado, percorrem as dioceses portuguesas: “A peregrinação dos símbolos tem mostrado que a Jornada já está a acontecer, a envolver de forma muito especial a nossa dinâmica como portugueses” através da “criação de estruturas”. “Não temos dúvidas de que esta peregrinação está a despertar os jovens; agora, queremos que este entusiasmo seja sedimentado”, refere ainda no podcast #fatimanoseculoXXI, que pode ser ouvido nas plataformas SoundcloudiTunes e Spotify.

“A Jornada é um bom motivo para envolver e despertar, mas o que se vai sentido e o que nos preocupa é o que fica da Jornada. Queremos sedimentar”, enfatizou. E, para isso, o itinerário está bem definido: “dando continuidade ao que se tem feito, precisamos de criar mais proximidade do mundo juvenil; compreender o que é a juventude e corresponder ao que os jovens nos têm pedido: que os ouçamos, que estejamos próximos deles e lhes demos protagonismo”. O protagonismo dos jovens “vai ser o grande desafio desta Jornada”, referiu ainda.

E como deve ser essa escuta? “Na realidade onde estão, com as necessidades que sentem, ao lado deles. Este é o momento oportuno para os compreendermos, estarmos com eles, ouvi-los, entrarmos no seu mundo, percebermos as suas angústias... Não nos pedem mais do que isso”, afirma.

Fátima, sendo caminho que se cruza com a JMJ pela temática e pelo lugar de peregrinação, tem um papel importante. “O Santuário é uma referência, e muitos quererão passar por aqui, até para darem consistência aquilo que é o tema da Jornada. Os jovens vão passar por muitos santuários, e este, pela sua importância, será um dos santuários a visitar e, por isso, deverá proporcionar uma vivência diferente, permitindo uma experiência de fé aos mais novos”. “O acolhimento e a preparação dessa experiência são fundamentais”, frisa procurando clarificar o que Fátima pode oferecer e dizer aos mais novos. “Daquilo que me apercebo, olhando para o contexto português, Fátima está na cabeça dos jovens nem que seja pelo que os avós ou os pais lhes disseram. Se calhar, a questão da espiritualidade não é igualmente relevante para todos, mas há uma referência de Fátima, a referência de Nossa Senhora, e o facto de ser uma referência, o chegar aqui e o estar aqui é porque lhes diz algo. O quê, exatamente, não sei, mas sabemos que, sobretudo nos momentos mais tremidos da vida, é para aqui que se viram porque há uma referência”, conclui.

Com este podcast, a Voz da Fátima inicia uma série de podcasts centrados na Juventude e na Jornada Mundial da Juventude, até agosto de 2023.

 

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