01 de janeiro, 2021
“A cultura do cuidado pelos outros e pela criação, que tem em Deus o seu modelo, é o único caminho que nos pode conduzir a essa paz que desejamos para o novo ano”Pe. Carlos Cabecinhas presidiu à missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus na Basílica da Santíssima Trindade
O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, presidiu esta manhã à missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus na Basílica da Santíssima Trindade. Esta celebração teve interpretação em Língua Gestual Portuguesa, e foi transmitida nos meios digitais do Santuário de Fátima. “Celebramos hoje a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, aquela que, com o seu “sim” ao projeto de Deus, tornou possível o milagre do Natal”, recordou o sacerdote, afirmando ainda que é por seu intermédio “que pedimos as bênçãos de Deus para este novo ano de 2021”. “Ela é também a Rainha da Paz, a quem recorremos, pedindo o dom da paz para o mundo, neste Dia Mundial da Paz”, disse. Na liturgia deste dia, os peregrinos puderam escutar e meditar na fórmula de bênção mais antiga e mais solene do Antigo Testamento, a primeira leitura proclamada neste novo ano, e “é muito significativo que assim seja, pois deste modo, é com a bênção de Deus que entramos no novo ano”. Assim, o Pe. Carlos Cabecinhas considera que o dom mais importante é a paz. “A paz é a síntese de todos os dons e bênçãos de Deus, e é esse dom que pedimos especialmente neste primeiro dia do novo ano”, reiterou. O reitor do Santuário de Fátima afirmou que a paz é “tarefa nossa, é missão que nos é confiada”. Lembrando a mensagem para este Dia Mundial da Paz de 2021, do Papa Francisco, o sacerdote falou do desafio deixado à “cultura do cuidado” enquanto caminho para a paz. “A cultura do cuidado pelos outros e pela criação, que tem em Deus o seu modelo, é o único caminho que nos pode conduzir a essa paz que desejamos para o novo ano”, explica. A pandemia que o mundo atravessa “veio pôr em causa algumas das nossas seguranças, que julgávamos inabaláveis, e tem deixado atrás de si um rasto de sofrimento, quer pela perda de entes queridos, quer pelo isolamento forçado a que nos vai obrigado e sobretudo que atinge tantos idosos, quer pelas dificuldades económicas, que arrastam pessoas para situações de verdadeira carência e diante disso, importa reagir à tentação da indiferença”. O Papa Francisco exorta cada um a não ceder à tentação de “nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis, não nos habituemos a desviar o olhar, mas empenhemo-nos cada dia concretamente por formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros.” É precisamente “cuidar uns dos outros” o caminho que o Papa indica para este novo ano. “Esta cultura do cuidado manifesta-se, antes de mais no respeito pela dignidade de cada pessoa”, salvaguardou o Pe. Carlos Cabecinhas. Esse respeito leva a assumir “a responsabilidade de acolher e socorrer os pobres, os doentes, os marginalizados”, diz o Papa Francisco, relembrou o reitor. “Esta cultura do cuidado manifesta-se na procura do bem comum e revela-se na solidariedade”, explicou o sacerdote, deixando o “cuidado” como “desafio para este novo ano”. A mensagem de Fátima “é uma mensagem de paz, e orienta-nos para esta cultura do cuidado, como muito bem nos mostra o testemunho de vida dos Videntes, sempre preocupados com o bem que queriam fazer aos outros, sempre atentos aos mais pobres, mas também sempre atentos aos familiares e vizinhos, ou aos peregrinos que os procuravam e lhes pediam que intercedessem pelas suas intenções”. Assim “todos nós somos desafiados a viver este ano que agora se inicia com esta cultura do cuidado pelos outros, e se daqui a um ano pudéssemos avaliar o ano 2021, e o avaliássemos como o ano do cuidado uns pelos outros, seria um ano ganho, teria valido a pena, mas isso depende de nós e do nosso empenho”. Foi no dia 1 de janeiro de 1960 que, pela primeira vez no Santuário de Fátima, o Santíssimo Sacramento foi exposto, na Capela do Hospital de Nossa Senhora do Carmo, atualmente Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo. Na peregrinação de 13 de novembro de 1959, no Santuário de Fátima, D. João Pereira Venâncio, bispo de Leiria, comunicou aos peregrinos que, depois do pontifical que iria celebrar, na passagem do ano para 1960, levaria o Santíssimo Sacramento para a Capela de Nossa Senhora do Carmo, dando início ao Sagrado Lausperene, adoração perpétua, dia e noite, em exposição solene, que tinha sido um desejo do seu antecessor. Em 1964 a antiga Capela do Lausperene estava situada no Albergue dos Doentes, atual Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores. Esta Capela ainda existe, com um vitral representativo do Milagre do Sol e com a pintura, na parede de fundo, a representar o triunfo do Imaculado Coração de Maria, duas obras do pintor italiano P. G. Lerário, dos frades conventuais. Mais tarde, em 1987, foi inaugurada no Santuário a nova Capela da Adoração, que funcionou até ao dia 13 de julho de 2007. Este espaço de oração, localizado no fundo da Colunata Sul, atual Capela do Anjo da Paz, foi construído com as ofertas da associação austríaca “Cruzada de Reparação pelo Rosário para a Paz no Mundo”, e a primeira pedra foi benzida pelo Papa João Paulo II na sua primeira visita ao Santuário de Fátima, a 13 de maio de 1982. É obra do arquiteto J. Carlos Loureiro e os dois vitrais da entrada são da autoria do pintor Orlando Sá Nogueira. O ostensório, peça que expõe solenemente a hóstia consagrada, da autoria do escultor Zulmiro de Carvalho, foi transferido para a nova Capela do Santíssimo Sacramento, na Galilé de S. Pedro e S. Paulo, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade. O ofertório deste tempo festivo, este ano será destinado à Diocese de Pemba em Moçambique, para os deslocados de Cabo Delgado, uma zona norte de Moçambique, onde existe uma grave crise humanitária devido aos ataques perpetrados por milícias fundamentalistas islâmicas, e na qual resultaram mais de 2000 mortes e 560.000 pessoas deslocadas. Em consequência das restrições decretadas pelo Governo e que abrangem os próximos dias, o Santuário de Fátima alterou o calendário de celebrações previstas. Amanhã, dia 2 de janeiro, haverá missa pelas 7h30, 9h00 e 11h00 na Basílica da Santíssima Trindade. Esta última será transmitida nos meios digitais do Santuário de Fátima. Pelas 12h00 rosário na Capelinha das Aparições. Como se trata do primeiro sábado, mantém-se o programa habitual, embora sem a presença de peregrinos, apenas com a transmissão nos meios de comunicação social e digital da hora de reparação, às 14h00, seguida da catequese com Exposição do Santíssimo Sacramento, às 15h00, a partir da Basílica de Nossa Senhora do Rosário. No domingo, dia 3 de janeiro, haverá missa pelas 7h30, 9h00 na Basílica da Santíssima Trindade. Pelas 10h00, rosário na Capelinha das Aparições. Às 11h00, missa na Basílica da Santíssima Trindade, com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, e transmissão nos meios digitais do Santuário de Fátima. Nestes primeiros dias do ano 2021, mantém-se a oração do terço, na Capelinha das Aparições, com transmissão pelos meios de comunicação social e digital, às 18h30 e 21h30, mas sem a participação de peregrinos. Neste fim de semana será igualmente suspensa a bênção dos veículos. Também neste fim de semana, a partir das 13h00, os postos de informação e os espaços museológicos estarão encerrados. Agenda completa AQUI. |