08 de julho, 2020

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5.ª edição dos Cursos de Verão do Santuário de Fátima teve início esta manhã

Iniciativa convida participantes a refletir sobre «Fátima e a Arte: o Santuário, a Iconografia, a Cidade e a Museologia» ao longo de três dias

 

O Santuário de Fátima promove de hoje até sexta-feira, a 5.ª edição dos Cursos de Verão, este ano com o tema Fátima e a Arte: o Santuário, a Iconografia, a Cidade e a Museologia, ministrado por Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento de Estudos e do Museu do Santuário de Fátima. O curso tem lugar no auditório grande do Centro Pastoral de Paulo VI e reúne participantes de várias áreas cientificas.

Na sessão de abertura, o Pe. Vitor Coutinho, vice-reitor do Santuário de Fátima, saudou os participantes, "em número tão considerável", atendendo aos condicionalismos a que estão sujeitos estes eventos e às alterações da programação estabelecida por causa  da pandemia por Covid-19.

“Também o Santuário de Fátima cancelou uma boa parte das atividades que tinha calendarizadas e outras tiveram de ser reprogramadas de forma a que pudessem ser asseguradas”, explicou o sacerdote. 

“Ao apresentarmos como tema deste curso Fátima e a Arte, rapidamente nos apercebemos que havia um significativo interesse pela temática”, salientou o vice-reitor, ao sublinhar, ainda, que "através da leitura e da compreensão do património artístico, conhecemos melhor a identidade do lugar que nos acolhe como peregrinos e as mensagens a ele associadas”.

A arte produzida por uma instituição, “por aqueles que cuidam do Santuário ou que com eles colaboram, é reflexo, em cada tempo, da forma como é experienciada a espiritualidade do Santuário e como são acolhidas as interpelações dos acontecimentos sobrenaturais de que o lugar faz memória”, frisou.

O sacerdote recordou algumas intervenções e documentos do magistério da Igreja, como a Carta aos Artistas, de São João Paulo II, para reforçar que a Igreja precisa da arte para transmitir a mensagem que lhe foi confiada por Cristo,".

“Sempre a Igreja incluiu a arte na sua missão de anúncio e de evangelização”, reiterou, e desse modo os artistas de todos os tempos e culturas “plasmaram em diversas linguagens a experiência religiosa que viviam ou que tinham diante de si, umas vezes procurando formas simbólicas que ajudassem a captar o essencial dos mistérios da fé, outras vezes recorrendo a formas mais representativas para explanar visualmente aquilo que estava inacessível aos iletrados, sempre propondo reflexão sobre o que era figurado, às vezes exprimindo pela arte a vivência íntima de dimensões da fé”.

“Em todos os tempos e lugares, as comunidades cristãs exprimiram a sua fé não apenas através de ações celebrativas, mas também através das linguagens artísticas”, afirmou ainda.

Ao longo de três dias, os formandos são convidados a refletir sobre a “A arquitetura como arte primeira: da construção à sacralização de uma capela”, “Fátima, lugar de novidade artística”, “A construção artística do Santuário de Fátima”, “Lugares artísticos fora do Santuário de Fátima: conventos, mosteiros e casas religiosas (arte privada, arte pública e urbanismo)”, “Fátima e os objetos religiosos”, e “O Museu do Santuário de Fátima”.

A dimensão formativa constitui uma das centrais preocupações do Santuário de Fátima, assumindo lugar relevante nas propostas que apresenta aos seus peregrinos.

A 5.ª edição dos Cursos de Verão tem como formador Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento de Estudos e do Museu do Santuário de Fátima.

Marco Daniel Duarte é diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima, onde dirige o Arquivo e a Biblioteca, e do Museu do Santuário de Fátima. É ainda diretor do Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima.

Doutorado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tem desenvolvido a sua investigação no âmbito dos estudos da Iconografia e da Iconologia, e, bem assim, no âmbito de diferentes temáticas relacionadas com o pensamento humano no contexto da História de Fátima.

Pertence à Academia Portuguesa da História, como Académico Correspondente, à Academia Nacional de Belas-Artes, como Académico Correspondente Nacional, é Sócio Efetivo da Associação Portuguesa de Historiadores da Arte, Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Nacional de Belas Artes e da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa.

É Investigador do CLEPUL, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, da Universidade de Lisboa, e do CEIS20-UC, Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX, da Universidade de Coimbra, e entre 2012 e 2016 integrou o Seminário dos Jovens Cientistas do Instituto dos Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa.

Autor de vários estudos publicados em revistas científicas e editados em livro, alguns deles premiados, comissariou diversas exposições científicas subordinadas às temáticas da sua especialidade, destacando-se as que tiveram lugar no Santuário de Fátima e a que esteve patente ao público no Palácio Nacional da Ajuda sobre as catedrais portuguesas.

 

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