02 de agosto, 2006

 “Deixai-vos reconciliar com Deus”
- Aprendizagem, reflexão e vivência, ao serviço da missão -

Terminou no dia 28 de Julho, em Fátima, o 32º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, este ano com o tema “Deixai-vos reconciliar com Deus”.

Durante toda a semana, 1350 pessoas, vindas de todas as dioceses portuguesas, estudaram e reflectiram sobre o sacramento da Reconciliação na vida e na missão da Igreja.

Na sessão de encerramento, D. António Taipa, presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e bispo auxiliar do Porto, sublinhou a alegria e a paz vividas em mais uma edição desta iniciativa nacional, promovida e organizada em primeira instância pelo Secretariado Nacional de Liturgia.
"Aprendemos, reflectimos e vivemos”, afirmou D. António Taipa a respeito da participação neste Encontro ,que considerou ter sido vivido “com entusiasmo, com alegria, com esforço, às vezes muito “, mas “movido pela missão”. “É uma missão em ordem e proveito do povo de Deus”, disse.

O Padre Pedro Ferreira, director do Secretariado Nacional de Liturgia e secretário da Comissão Episcopal da Liturgia, também na sessão de encerramento, vincou os aspectos que foram os ‘pontos altos’ de toda a semana: as celebrações, as actividades formativas e os encontros pessoais.

Relativamente à apresentação de conclusões finais, o sacerdote vincou que este Encontro “não apresenta novidades”, porque, finalizada esta edição, “a celebração da penitência continua, o ritual não mudou. A atitude pessoal é que pode mudar”.

Sobre os Encontros Nacionais de Liturgia, que se vêm realizando desde há 32 anos, o P. Pedro considera que “esta actividade pastoral é uma das mais fecundas da Igreja em Portugal”, porque é “geradora de muitas iniciativas”. Os Encontros são também, considera, a “actividade mais notória do Secretariado (Nacional de Liturgia)”, que se dedica de igual forma ao serviço da publicação de obras litúrgicas.

Em Setembro será feita a avaliação da 32ª edição e, a partir dessa data, começa a ser organizado o 33º Encontro, que decorrerá em Fátima, de 23 a 27 de Julho de 2007.

Informação de Arquivo:
“A reconciliação na vida e na missão da Igreja” é o tema do 32.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que este ano se propõe a reflectir sobre o sacramento que, nas suas várias designações – sacramento da conversão, da Penitência, da confissão, do perdão e da Reconciliação, chama o cristão à reconciliação com Deus, pela renovação da graça.
Em mais uma organização do Secretariado Nacional de Liturgia, o 32.º Encontro terá lugar em Fátima, no Centro Pastoral Paulo VI, de 24 a 28 de Julho próximo, e incluirá celebrações religiosas na Basílica e na Capelinha das Aparições.
Em breve entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, o P. Pedro Lourenço Ferreira, OCD, director do Secretariado Nacional de Liturgia, fala-nos sobre o Encontro e reflecte sobre o Sacramento pelo qual acredita que passa a renovação cristã.
Porquê este ano a escolha do tema da Reconciliação, apresentado em jeito de apelo, de convite: “Deixai-vos reconciliar com Deus”?
 P. Pedro Ferreira - O tema do Encontro é a Reconciliação na Vida e na Missão da Igreja. A apresentação e divulgação desta actividade de pastoral litúrgica é feita com as palavras de S. Paulo aos Coríntios: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20). Este assunto aguardava há anos a oportunidade de ser apresentado. A celebração dos 90 anos das Aparições de Fátima, e por proposta do Santuário de Fátima, escolhemos este tema para o propor à pastoral litúrgica em plano nacional, já que o Encontro de Fátima é normalmente retomado e desenvolvido pelas dioceses. A apresentação do tema em forma de convite é já uma definição do sacramento da Reconciliação: «Tudo vem de Deus, que por Cristo nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. Na verdade, é Deus que em Cristo reconcilia o mundo consigo, não levando em conta as faltas dos homens e confiando-nos a palavra da reconciliação. Nós somos, portanto, embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 18-20).

Concorda que o Sacramento da Reconciliação está “em desuso”?
 P. Pedro Ferreira - Não penso que o Sacramento da Reconciliação esteja em desuso, apesar dos indicadores estatísticos, que entretanto carecem de uma leitura interpretativa da realidade. Creio firmemente que a Reconciliação é um dos sacramentos da renovação cristã. Depois do Baptismo, este é o sacramento que predispõe o homem para todo e qualquer encontro com Deus. A renovação cristã passa necessariamente por este sacramento. A ineficácia das celebrações cristãs deve-se em parte à falta de reconciliação com Deus: não escutamos nem nos atrevemos a falar a Deus porque isso compromete a nossa vida e influencia as relações humanas e os comportamentos sociais. A fraqueza do cristianismo encontra-se na falta de reconciliação com Deus pela resistência humana à obra da graça e pelas implicações que a conversão tem na vida social. A reconciliação é obra de Deus que pelo ministério da Igreja chama à conversão. Este ministério precisa de ser mais explícito e daí a proposta de aprofundamento e vivência do Sacramento da Reconciliação.
Nos três ciclos da mensagem – Anjo, Nossa Senhora, Cordis Mariano – um dos apelos constantes é o apelo à penitência, revelando o sentido do perdão e da misericórdia de Deus. Actualmente a Igreja ainda deve valorizar a noção de pecado?
P. Pedro Ferreira - O pecado é a realidade que separa o homem de Deus pelo uso indevido da liberdade humana quando esta se afasta dos desígnios do Criador. À graça original de Deus seguiu-se o pecado do homem. A Deus opôs-se o Diabo. Só a revelação de Deus pode iluminar esta realidade humana de modo que o homem possa tomar consciência da sua situação de pecado e falta de graça. Foi assim com os nossos primeiros pais no Paraíso e assim continua a ser. Nem Cristo se isentou desta realidade: aceitou ser tentado para nos ensinar a vencer a tentação. Ignorar a existência do pecado é a maior e a mais terrível tentação a que o homem pode ser submetido. A consciência da falta de pecado procede da ausência de Deus por ignorância ou por opção de vida. E onde Deus não tem lugar reinam o pecado e as suas consequências humanas e sociais. A mensagem de Fátima situa-se no contexto da frequente intervenção divina na história dos homens com apelos de conversão. O sentido da conversão é por o pecado ser contra Deus, e por as consequências do pecado constituírem grandes males para a humanidade. O ciclo histórico em que a mensagem de Fátima se situa e se realiza constitui, à luz da fé, uma catequese preciosa sobre o pecado como o grande mal e a causa de todos os males. A conversão e a penitência, sinais de retorno a Deus, alcançam o perdão e a misericórdia de Deus para toda a humanidade. Esta revelação de Cristo, verdadeiro ministro da reconciliação, é objecto da pastoral da Igreja que denuncia o pecado e proclama a graça do perdão e da misericórdia de Deus, tão importantes na mensagem de Fátima.
CONFERÊNCIAS       
Reconciliação e Penitência hoje
P. Doutor Jorge Teixeira da Cunha
Diocese do Porto

Perdão de Deus, conversão do homem e absolvição pela Igreja
P. Doutor José Tolentino C. Mendonça
Diocese do Funchal

A celebração da penitência e da reconciliação ao longo da história da Igreja
P. Doutor José Manuel Garcia Cordeiro
Reitor do Colégio Português em Roma

A celebração renovada do sacramento da Reconciliação
P. Dr. Luís Ribeiro de Oliveira
Diocese de Coimbra
ESCOLA DE MINISTÉRIOS
O presidente
P. Dr. Luís Manuel Pereira da Silva
Patriarcado de Lisboa

O leitor
P. Dr. José de Leão Cordeiro
Arquidiocese de Évora
O acólito
P. Luís Miguel Proença Leal
Patriarcado de Lisboa

O ministério do canto e da música
P. Dr. António Azevedo Oliveira
Arquidiocese de Braga

Ministros extraordinários da comunhão e animadores das celebrações dominicais na ausência do presbítero
P. Dr. João da Silva Peixoto
Diocese do Porto

Para inscrições:
Secretariado Nacional de Liturgia 
Tel. 249 533 327 / Fax. 249 533 343 / [email protected]
www.liturgia.pt
 
Boletim 56/2006 da Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, datado de 29 de Maio 2006
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HORÁRIOS

07 jul 2024

Missa, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima

  • 07h30
Missa

Rosário, na Capelinha das Aparições

  • 10h00
Terço
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