26 de setembro, 2006
Nos dias 21 e 22 de Setembro, a Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais promoveu, na Casa de Nossa Senhora das Dores/Santuário de Fátima, as Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais. É já uma tradição que congrega muitos profissionais da Comunicação Social ligados a publicações e programas em meios de inspiração cristã. Neste ano, a organização pretendeu alargar a reflexão e partilha ao universo de jornalistas que abordam habitual ou casualmente temas de carácter religioso e que poderão estar interessados em dialogar sobre meios, métodos, aproximações, fontes, acerca do fenómeno religioso. Notícia Ecclesia (2006.09.22): Igreja e Media podem encontrar linguagens comuns «Caso» do Papa na Alemanha em destaque nas Jornadas de Comunicação Social A Igreja e os Media vivem muitos “encontros e desencontros”, mas podem encontrar linguagens comuns para comunicar sem deturpar a sua natureza específica. A convicção emergiu do Workshop Episcopal com D. Manuel Clemente e D. Carlos Azevedo que encerrou as Jornadas Nacionais de Comunicação Social, em Fátima. Ao longo de um diálogo muito dominado pelo recente caso do discurso de Bento XVI em Regensburg, jornalistas e responsáveis católicos tentaram perceber diferenças de tempos e de linguagens que podem geral mal-entendidos mútuos. D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, frisou a necessidade que os Media têm em “dramatizar” para prender o público. Assim se percebe que “uma frase tirada do contexto”, na Universidade alemã em que Joseph Ratzinger leccionou tenha tomado a dimensão que tomou. A intervenção papal, disse, falava da “articulação entre a fé e a razão, na esteira do trabalho teológico de Ratzinger” e apontava, por outro lado, para um problema que permanece por resolver, o da relação entre “violência e religião”. Da intervenção de Bento XVI, D. Manuel Clemente espera que seja possível partir para o “aprofundamento e elevação do debate entre os dois lados”. D. Carlos Azevedo reforçou a ideia de que o debate que se despoletou é “muito importante”.“Ainda bem que o tema se levantou. A relação entre o Islão e a Europa, o Islão e a Igreja, é um tema que preocupa", apontou. Manter a abertura O secretário da CEP, muitas vezes identificado como “porta-voz” do episcopado português, sugeriu que a relação entre a Igreja e a imprensa seja marcada pela “abertura”, tendo defendido que para haver encontro é necessária sintonia de “onda”, ainda que as perspectivas sejam diferentes. Afastando perspectivas negativistas sobre o papel da Comunicação Social, D. Carlos Azevedo assegurou que esta pode ter uma função “terapêutica”, para que a Igreja solte o que guarda e comunique o que pensa. “Se a Igreja estiver de bem com ela própria consegue comunicar serenamente o que tem a comunicar”, assegurou. Dado que a Igreja tem uma imagem de si própria que “não corresponde à versão do mundo jornalístico”, a relação com os Media pode servir para valorizar o que está para além do superficial. Por último, D. Carlos Azevedo lembrou que cada emissor é “responsável pela qualidade da escuta que deseja ter”, desejando que os futuros padres se preparem para “saber comunicar”. Programa: Tarde do dia 21 de Setembro 13:00h – Almoço 14:30h – “Lançai as redes” (Lc 5,4) - Persistência e actualidade de uma metáfora cristã José Tolentino Mendonça Radiografia virtual da Igreja Católica em Portugal Paulo Rocha Moderador: António Rego 17:00h – Intervalo 17:30h – Debate 20:00h – Jantar 21:00h - Parcerias: fotos, conteúdos, publicidade AIC – Agência Ecclesia – Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Moderador: Salvador Santos Manhã do dia 22 de Setembro 08:30h – Eucaristia 09:15h – Pequeno-almoço 10:00h – Internet e Jornalismo F. Calado Rodrigues Moderador: João Lavrador 11:30h – Intervalo 12:00h – Igreja e Media – Encontros e desencontros Workshop Episcopal com D. Manuel Clemente e D. Carlos Azevedo Moderador: Jorge Wemans 13:00h – Almoço de encerramento |