20 de março, 2008
|
- A Semana Santa é a semana maior dos cristãos - A Cruz de Cristo é ou não é actual? Uma multidão de peregrinos, mais de trinta mil pessoas, esteve na manhã de 16 de Março no Santuário de Fátima para celebrar o Dia de Ramos, ocasião em que cada um foi convidado a contemplar a condenação, paixão e morte de Jesus Cristo. Antes da Eucaristia, foram distribuídos, pelos acolhedores do Santuário, ramos de palmeira, símbolos de paz, que também ornamentam este fim-de-semana os altares do Santuário de Fátima. Muitos peregrinos traziam ramos de suas casas. Traziam ramos de palmeira, de oliveira, de azinheira ou de alecrim. Todos os ramos foram abençoados, antes do início da celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. António dos Santos Marto, e celebrada no Recinto devido ao elevado número de peregrinos. A leitura prolongada do Evangelho foi feita por capelães do Santuário. No momento da homilia, o presidente da celebração ajudou os peregrinos a contemplar o caminho de Deus, desde o momento da condenação até àquele em que o corpo de Jesus é colocado no sepulcro. Em jeito de desafio, D. António Marto levantou uma interrogação: “Porquê invocar cada ano a história da paixão de Cristo? Que sentido terá esta história da paixão, duas vezes milenar, para mundo de hoje?”. “ (A história da paixão de Cristo) É a mais espantosa história de dor e de amor que se pode contar a todas as gerações”, sublinhou D. António Marto que salientou também, que, por isso, “ a Semana Santa é a semana maior para os cristãos, é a semana maior entre todas as do ano litúrgico, é a semana única na história do mundo”. A Semana Santa termina no Dia da Páscoa do Senhor, com a ressurreição que transforma a cruz em sinal de vida. “A cruz, vista com o olhar meramente humano, é um concentrado de dor, de infelicidade, de injustiça, de traição e de sangue. (…) É verdadeiramente escandalosa, horripilante, espelho de toda a maldade do mundo em todas as gerações. (…) Mas, vista no reverso da medalha, pelo olhar de Deus, a cruz é a história da loucura de amor divino. (…) Com o amor de Deus vencemos o mundo, o ódio, a injustiça e a própria morte”, explicou D. António Marto que apresentou alguns exemplos de pessoas que na história do mundo viram na cruz de Cristo um meio de reconciliação e de amor ao próximo. “A cruz não é a morte de Deus, é o começo do vulcão de amor que quer inundar o mundo”, defende o Bispo de Leiria-Fátima, que exemplificou que da Cruz de Cristo nasceu “a conversão de S. Paulo”, “a conversão maravilhosa de Santo Agostinho”, “a bondade simples de S. Vicente de Paulo”, “da cruz nasce o heroísmo do Padre Kolbe, que oferece a sua vida em vez da de um pai de família”, nasce a “caridade apaixonada da Madre Teresa de Calcutá” e nasce a “fé corajosa do Papa João Paulo II, peregrino de todo o mundo”. “É ou não é actual a cruz de Cristo? Da cruz de Cristo nasce a inundação do mundo”, concluiu D. António Marto que exortou peregrinos presentes nesta celebração eucarística a, durante a Semana Santa, “ficarem junto da Cruz”, como fez Maria, mãe de Jesus e nossa mãe. Apesar do elevado número de peregrinos presentes, apenas três procederam à sua inscrição no Serviço de Peregrinos (SEPE) do Santuário de Fátima: um grupo de Houston, Texas, dos Estados Unidos, um grupo de Estarreja, da Diocese Portuguesa de Aveiro e o grupo da Casa de Pessoal da RTP. No momento final da Eucaristia, D. António Marto expressou ao grupo de 130 pessoas da RTP o reconhecimento pelo trabalho que a estação de televisão tem desenvolvido em Fátima. ARQUIVO: DOMINGO DE RAMOS - PAIXÃO DO SENHOR - 16 de Março Programa das Celebrações no Santuário de Fátima: 10h25 - Bênção dos Ramos e procissão da Realeza de Cristo. 11h00 - Missa internacional, no Recinto. 14h00 - Via-sacra, no Recinto. 17h30 - Vésperas cantadas, na Basílica. |
