04 de janeiro, 2011

 (Manuel Costa /agência Ecclesia)
Primeira década de uma nova era nas migrações
CONCLUSÕES
Fátima – 14, 15 e 16 de Janeiro de 2011
Cerca de uma centena de agentes sócio-pastorais das migrações analisaram, entre os dias 14 e 16 de Janeiro de 2011, os fluxos migratórios e as respostas de acolhimento e integração propostas pela sociedade portuguesa ao longo da primeira década do terceiro milénio.
Do debate que marcou o XI Encontro de Formação de Agentes Sócio-Pastorais das Migrações, organizado pela Agência Ecclesia, Caritas Portuguesa e Obra Católica Portuguesa de Migrações, resulta um conjunto de constatações e desafios que agora se assumem:
1. A primeira década do séc. XXI ofereceu um quadro variável nos fluxos migratórios ocorridos na sociedade portuguesa: primeiro a entrada de grande número de imigrantes do Leste, depois da comunidade brasileira, terminando a década com um abrandamento da imigração e aumento da emigração;
- os agentes sócio-pastorais das migrações desejam adequar as suas respostas às transformações da mobilidade humana, em Portugal, permanecendo fiéis à atenção prioritária a cada pessoa e à defesa da sua dignidade, sempre mais importante do que questões económicas.
2. Os fluxos migratórios implicam sempre ameaças e oportunidades para o migrante, o seu país de origem e o de acolhimento, tanto a nível económico, social como cultural;
- aos agentes sócio-pastorais das migrações compete combater as ameaças e concretizar oportunidades para viabilizar o desenvolvimento humano dos migrantes, dos países de origem e dos países de acolhimento
3. A chegada das primeiras vagas de imigrantes de países social e culturalmente diferentes de Portugal nem sempre encontrou projectos de acolhimento e integração estáveis e adequados às suas características
- os agentes sócio-pastorais das migrações querem promover a interculturalidade, tanto nos contactos formais como informais, cumprindo o desafio primeiro de todo acolhimento: conhecer o outro sem generalizar conceitos ou preconceitos.
4. A definição de políticas de acolhimento e integração ao longo da primeira década, exemplar para outros países da União Europeia, foi-se consolidando pela adequação de projectos e estruturas aos fluxos migratórios emergentes
- importa não recuar na aposta interministerial do Plano de Integração de Imigrantes em curso, na atenção permanente a novos problemas entre a população imigrante, como idosos indocumentados e abandonados e a promoção da diversidade e da interculturalidade.
5. Os fluxos migratórios não são suficientes para resolver o problema português do rejuvenescimento da população e das lacunas no mercado de trabalho, mesmo que assumam um importante papel de ajustamento demográfico;
- sendo sobretudo cultural, o equilíbrio demográfico resulta de políticas públicas e privadas de protecção à família e incentivo à natalidade, a acontecer num quadro de transformação de valores colectivos e comportamentos pessoais.
6. Os imigrantes também são vítimas da crise económica e social, estando expostos a situação de maior vulnerabilidade e a tensões sociais nos países de acolhimento pela crescente procura de todos os postos de trabalho;
- os agentes sócio-pastorais das migrações terão particular atenção aos imigrantes destituídos de direitos, procurando garantir protecção social para todos, sobretudo os que, por causa da perda do emprego, veêm a sua situação de regularidade ameaçada.
7. A multietnicidade e o multiculturalismo que caracterizam a sociedade europeia, em crescimento também por causa dos fluxos migratórios, implicam diferentes formas de pertença religiosa e estão na origem de um quadro inter-religioso nos vários países;
- os animadores pastorais das migrações, neste contexto, desejam ser agentes facilitadores da coexistência pacífica e da partilha de valores comuns, tendo por objectivo alcançar uma "síntese cultural" que resulte também da mensagem universal do Evangelho e que fomente o pluralismo como um meio de desenvolvimento humano.
XI Encontro de Formação de Agentes Sócio-pastorais das Migrações contou com a presença do Presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e Refugiados, D. Antonio Maria Vegliò, que proferiu a conferência final do encontro sobre o tema "Mobilidade humana e evangelização: os desafios de um novo milénio". Encerrou com a Eucaristia do 97º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, presidida por D. António Vitalino Dantas, Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, na igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, sendo transmitida em directo pela TVI, chegando, por essa via, à casa de muitos portugueses e populações migrantes, em Portugal e noutras partes do mundo.
Os participantes no
XI Encontro de Formação de Agentes Sócio-pastorais das Migrações
Fátima, 16 de Janeiro de 2011
ARQUIVO
- Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes em Fátima -
“Primeira década de uma nova era nas migrações” é o tema geral da 11ª edição do Encontro de Formação de Agentes Sócio-Pastorais, uma iniciativa agendada para Fátima, para os dias 14 a 16 de Janeiro, numa organização da Caritas Portuguesa, da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) e da Agência Ecclesia.
D. Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, estará em Fátima e cabe-lhe a apresentação da conferência conclusiva do Encontro, no dia 16 às 9:00, onde analisará o tema “Mobilidade humana e evangelização: desafios de um novo milénio”.
D. António Vitalino Dantas, presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, presidirá à eucaristia de encerramento do Encontro, no Dia Internacional do Migrante e do Refugiado, a 16 de Janeiro de 2011. Esta celebração, às 11:00, na Igreja na Santíssima Trindade será transmitida em directo pela estação de televisão TVI.
São objectivos do Encontro de Formação de Agentes Sócio Pastorais “analisar a forma como a sociedade portuguesa aborda a temática das migrações” e “partilhar as questões centrais que afectam as comunidades migrantes e propor acções que incluam pessoas migrantes em projectos de construção social, económica, política e religiosa”.
A iniciativa visa também “abordar o trabalho desenvolvido nas Caritas, nos Secretariados da Mobilidade, à luz dos desafios pastorais para o novo milénio”.
Para mais informações e para obtenção do programa:
www.ecclesia.pt/ocpm, [email protected], [email protected]
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