13 de setembro, 2021

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Bispo de Aveiro apresentou a conversão como ação essencial para uma vida em Deus

D. António Moiteiro exortou peregrinos, que participaram nas celebrações da Peregrinação Internacional de 13 de Setembro, a tomarem como guia para a conversão a mensagem de Fátima, no seu apelo à adoração, à oração e à vida eucarística.

 

Na homilia da Missa Internacional Aniversária deste 13 de setembro, D. António Moiteiro exortou os peregrinos à conversão através da interiorização da sua verdadeira vocação de discípulos de Cristo no amor ao próximo, tomando como guias a intimidade e entrega de Nossa Senhora e o apelo que a Mãe de Deus deixou em Fátima à adoração, à oração e à vida eucarística.

D. António Moiteiro começou por apresentar o amor como norma de vida cristã, recuperando a comunhão e a fraternidade a que eram exortadas as primeiras comunidades cristãs e que resultaram em “formas muito concretas de ajuda social”.

“A preocupação pelos necessitados, a atenção aos doentes, o acolhimento aos estrangeiros e refugiados, a assistência aos presos, o cuidado dos mais pequenos e débeis sempre fizeram parte do discipulado cristão”, exemplificou o presidente da celebração, sublinhando esta “relação pessoal e experiência vital das obras de amor” como “caminho para descobrir a verdade do Evangelho”.

Trazendo o exemplo de comunhão cristã dos discípulos para os dias de hoje, D. António Moiteiro reforçou a importância da “profunda intimidade com Jesus” para trazer o Seu exemplo de amor ao mundo atual.

“Sem uma profunda intimidade com o Senhor não há seguimento autêntico. (…)  O convite de Jesus a que O sigamos inclui um convite a que nos integremos no Seu projeto. Quem julga que é Seu seguidor e não se interessa pela Sua missão libertadora e salvadora, não se preocupa com os sofrimentos do povo, com a sua fome religiosa, a sua sede de Deus, o seu desejo de aprender, de rezar, de se comprometer, não é verdadeiro seguidor; vive numa ilusão, porque não há seguimento sem missão”, afirmou.

Ao apresentar Maria como “imagem de quem se confiou ao amor de Deus”, o bispo de Aveiro perspetivou as Aparições de Fátima como “um sinal e um prolongamento da solicitude materna daquela que nos exorta a ouvir e a seguir Jesus”, sinal este que, considerou o prelado, continua atual, no “apelo à conversão ao amor de Deus, pela adoração, a necessidade da oração, o sacrifício e a vida eucarística” a que exortam a mensagem de Fátima.

Na palavra ao doente, no momento da adoração eucarística, o padre Francisco Pereira afiançou a presença de Deus na fragilidade humana, convidando os que atravessam a doença a vivê-la nesta certeza, com esperança e fé.

“Vulnerável e preso na tua doença, assenta a tua vida no poder da fé, da esperança e do amor. Acredita no poder do amor. Na tua carne, dorida e sofrida, completas o que falta à paixão de Cristo. Acredita que o Deus que é amor e que nos gera por amor e para o amor, não te esquece nem te abandona. Ele está contigo para poderes encontrar sentido nos acontecimentos de cada hora, um sentido que ultrapassa os limites da história, mas transforma a própria eternidade”, disse o capelão do Santuário de Fátima.

 

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D. António Marto evocou três acontecimentos que não podem passar indiferentes aos devotos de Nosso Senhora

No final da celebração, o cardeal D. António Marto evocou três acontecimentos, aos quais “os peregrinos de Fátima e os devotos de Nossa senhora não podem permanecer indiferentes”. O bispo de Leiria-Fátima lembrou o atentado de 11 de setembro de 2001, às Torres Gémeas, nos Estados Unidos da América, que celebrou o 20º aniversário, e o drama dos refugiados afegãos, “que batem à porta da Europa", acontecimentos que considerou serem a “imagem de um mundo ferido, dividido e fragmentado pela violência do mal, que evoca e grita pela misericórdia do Altíssimo”.

O prelado evocou ainda a viagem apostólica do Papa Francisco à Hungria e Eslováquia, “dois países que sofreram os horrores da II Grande Guerra Mundial e a opressão de ideologias e regimes totalitários, que perseguiram a Igreja e os cristãos até ao martírio”. D. António Marto considerou esta presença pontifícia um “símbolo da Igreja em saída” que “consola, leva a paz e abre caminhos de reconciliação e esperança”.

O bispo de Leiria-Fátima recordou, por fim, a mensagem “rica” que o presidente da Peregrinação deixou nas homilias de 12 e 13 de setembro e agradeceu a presença de D. António Moiteiro na Cova da Iria. D. António Marto deixou ainda votos de um bom início de ano escolar às crianças; uma mensagem de proximidade afetuosa particular aos doentes e saudou os peregrinos estrangeiros presentes no Recinto de Oração.

A Peregrinação Internacional Aniversária voltou a contar com a participação de inúmeros peregrinos, muitos deles estrangeiros, prosseguindo, deste forma, o caminho de regresso à Cova da Iria por parte de grupos organizados, sobretudo de Espanha, Itália e Polónia.

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