13 de junho, 2021

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As aparições são um sinal da atenção de Deus para com a humanidade, defende D. Ivo Scapolo

Núncio Apostólico sublinha papel de Maria como colaboradora do plano de salvação de Deus e nomeia Pastorinhos como frutos desse plano

 

As aparições de Maria, em diferentes países e continentes, como em Fátima há 104 anos, expressam a atenção de Deus pela humanidade, afirmou esta manhã na Missa internacional, na Cova da Iria, o núncio apostólico em Portugal. 

“Ela, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, continua a colaborar para ajudar-nos a cumprir na história da humanidade a missão que seu Filho Jesus deixou aos seus Apóstolos, de anunciar o Evangelho e de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É no marco deste grande plano de Salvação que Deus quis que a Virgem Maria interviesse muitas vezes na história da Igreja” afirmou D. Ivo Scapolo.

“Como Mãe da Igreja Ela ama-nos e toma cuidado de nós; por isso Ela vem ao nosso encontro para nos indicar o caminho de conversão a seguir e os instrumentos a utilizar para ser dignos, um dia, de entrar na Casa de Deus Pai”, esclareceu.

“As aparições que a Virgem Maria realizou aqui em Fátima há 104 anos fazem parte desta missão que a Virgem Maria está a realizar, pedindo também a nossa colaboração. Como pediu aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, que colaborassem para a salvação das almas, sobretudo para a conversão dos pecadores, assim também hoje nos pede a mesma colaboração”, ressalvou D. Ivo Scapolo. 

Aliás, na segunda homília que proferiu em Fátima, onde pela primeira vez presidiu a uma peregrinação internacional, o representante do Papa em Portugal sublinhou o papel dos Pastorinhos, chamados a colaborar neste plano de Deus.

“Podemos dizer que os três pastorinhos são como o grão de mostarda que – a pesar da sua fragilidade e pequenhez, não obstante tantas ameaças, incompreensões, dificuldades e obstáculos, graças à obra do Espírito e à ajuda maternal da Virgem Maria – estiveram na origem da realidade deste Santuário de Fátima onde tanta gente, como neste momento, vem abrigar-se à sua sombra, buscando consolação, força, graças para si e para os seus entes queridos”, afirmou.

O núncio recordou, ainda, todos aqueles que procuram o Santuário em busca de “consolação”, de “conforto” e de “esperança”, incentivando pela segunda vez os peregrinos de Fátima a viverem a devoção ao Imaculado Coração de Maria, de que a Serva de Deus Lúcia de Jesus foi uma incansável promotora.

“Tanta gente vem a este lugar para perceber no seu coração as mesmas palavras que Nossa Senhora disse a Lúcia neste mesmo lugar, em 13 de junho de 1917: “Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O Meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus”, disse.

“É Deus que salva, porém, pede a nossa colaboração que é constituída por tudo o que podemos fazer de bem e de bom: orações, sacrifícios, penitências, serviços, doações, testemunhos, iniciativas corajosas e criativas, obras de misericórdia corporal e espiritual”, afirmou destacando que embora “os frutos não apareçam como, quando e quanto esperávamos, temos de confiar em Deus, convencidos de que a nossa colaboração não foi inútil”.

D. Ivo Scapolo lembrou, por isso, que é preciso “deixar que o fogo do amor que enche o seu coração possa expandir-se também no nosso coração, a fim de também nós podermos difundir este incêndio de amor”.  

“Também nos pede que rezemos muito, sobretudo, a oração do Rosário para conduzir as mentes e os corações a uma cada vez maior sintonia com os sentimentos com os quais ela colaborou no grande Plano de salvação”, esclareceu ainda. 

O diplomata da Santa Sé, que é natural de Pádua, ao finalizar a homilia invocou a memória de Santo António de Lisboa, ao “ qual estou particularmente afeiçoado, uma vez que concluiu a sua peregrinação terrena na minha cidade , onde é muito amado e venerado”. E, terminou a sua alocução aos peregrinos com uma oração do santo português dedicada à Virgem Maria: “Senhora nossa, única esperança nossa, suplicamos-te que ilumines as nossas mentes com o esplendor da tua graça, que nos aqueças com o calor da tua visita e que nos reconcilies com o teu Filho, para que possamos merecer chegar ao esplendor da sua glória”.

Na habitual palavra ao doente, Pedro Santa Marta, da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, lembrou as palavras de esperança que Nossa Senhora legou a Lúcia e convidou “todos aqueles que sofrem” a oferecerem, “com ternura e reconhecimento à Mãe do Céu”, pela remissão dos pecados e conversão dos pecadores a “grande riqueza” do seu sofrimento e das suas dores.

“Nunca esqueçais algo que já sabeis: Deus é amor! Um amor imenso, terno e acolhedor, exigente e justo (…) e como prova desse amor enviou-nos o Seu Filho, que se fez homem e nos salvou, através da Sua pregação, do imenso sofrimento da Sua paixão e morte. E enviou-nos Nossa Senhora que, com a sua imensa ternura, veio pedir a nossa consagração a Deus, através da consagração ao Seu Imaculado Coração, convidando-nos a intensificar a nossa oração e a oferecer o nosso caminho de conversão e salvação.”

 

Papa envia mensagem de felicitações a D. António Marto

No dia em que Igreja celebra a memória Santo António de Lisboa, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima recebeu, por intermédio do Núncio Apostólico da Santa Sé em Portugal, que preside à Peregrinação de Junho, mensagens de felicitações pela sua festa onomástica da parte do Santo Padre, do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e do Substituto para os Assuntos Gerais, monsenhor Edgar Peña Parra.

"Fraternas felicitações pela sua festa onomástica com particular menção da sua pessoa e intenções junto do Senhor, pedindo-lhe que continue a cumulá-lo com seus dons enquanto, agradecido, lhe envio, extensiva a familiares e toda a sua diocese, a bênção apostólica, continue a rezar por mim", escreveu o Papa Francisco.

Em resposta, D. António Marto agradeceu, na palavra final à assembleia, as felicitações pontifícias e pediu a D. Ivo Scapolo que fizesse chegar ao “querido Papa Francisco” o “afeto de todos os peregrinos presentes na Cova da Iria” e a certeza de que a Sua intenção está “sempre presente” nas orações dos que vêm a Fátima.

“Que Nossa Senhora de Fátima O abençoe e lhe dê a coragem para o exercício do Seu ministério, neste momento difícil, seja para a Igreja, seja para a humanidade”, disse o bispo de Leiria-Fátima, que enviou também uma mensagem de afeto particular a todos os que não puderam estar na Cova da Iria neste 12 de Junho, em especial os doentes.

 

Todas as celebrações foram interpretadas em Língua Gestual Portuguesa

A peregrinação de junho voltou a registar a lotação máxima prevista para estas celebrações, tendo em conta as regras de segurança estabelecidas pelo Santuário desde o inicio da pandemia, que impõem o cumprimento da distância física entre os peregrinos, o uso obrigatório da máscara e o recebimento da comunhão no lugar para evitar deslocações que possam comprometer o distanciamento.

Pela primeira vez, na peregrinação de junho, o Santuário disponibilizou nos écrans do recinto e nas transmissões online a interpretação de todas as celebrações em Língua Gestual Portuguesa, num evidente esforço de inclusão.

A Peregrinação Internacional Aniversária de junho evoca a segunda aparição e teve como tema “Louvai o Senhor, que levanta os fracos”, a expressão que orienta toda a actividade pastoral do Santuário este ano.

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