13 de agosto, 2020

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“Migrantes explorados, pobres, refugiados e deslocados: todos têm direito à festa nupcial”

Na homilia da Missa deste 13 de agosto, D. José Traquina apontou a partilha e a caridade como caminho para um mundo mais justo.

 

O bispo de Santarém, que preside à Peregrinação de Agosto, apresentou, esta manhã, na homilia da Missa Internacional Aniversária, a partilha e a caridade cristãs como caminho para uma humanidade mais justa.

A partir do Evangelho proclamado, que relatou o episódio das Bodas de Caná, o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana destacou o papel de intercessão da Virgem Maria na História da Salvação para deduzir a missão da Igreja na procura de um mundo mais fraterno, em especial com os migrantes explorados, os pobres, os refugiados e os deslocados.

“Sejamos extensivos, a sua noiva que é a multidão de homens e mulheres que eram como ovelhas sem pastor, são hoje os atuais milhões de pobres em todo o mundo, os milhões de refugiados que têm de fugir como Jesus para terem vida, os migrantes que, por desconhecimento das formas legais de emigrar, são explorados por contrabandistas e traficantes, os milhões de pessoas deslocadas forçadamente dentro do seu próprio país, por falta de segurança. Todos estes têm direito à festa nupcial”, afirmou o prelado, exortando a assembleia à partilha e caridade, metas do amor cristão.

“Nada, nem ninguém, “poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,39). É este amor indestrutível que celebramos na Eucaristia, o grande sacramento da Igreja que suscita e alimenta o zelo apostólico e a prática da caridade.”

Na conclusão, tomou como exemplo a entrega dos Pastorinhos de Fátima à “Luz de Cristo que vence as trevas” pelo serviço ao próximo.

 

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No ofertório da celebração, cumpriu-se pela 80ª vez a oferta de trigo, pelos peregrinos, num gesto que remonta a agosto de 1940, quando um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, de 17 paróquias da diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados ao fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima. 

 

“Se não cuidarmos uns dos outros não curaremos o nosso mundo enfermo”

Antes da Procissão do Adeus, o bispo de Leiria-Fátima, cardeal D. António Marto, deixou a habitual saudação final, deixando, em primeiro lugar, num “abraço espiritual” aos migrantes presentes na Cova da Iria e os que acompanhavam a Peregrinação através dos meios de comunicação social.

“É sempre bela esta peregrinação de agosto, sobretudo por esta característica particular de ser dedicada a todos os migrantes: a todos os nossos irmãos que trabaham no estrangeiro e que hoje estão aqui a representar diferentes povos, mas irmanados na mesma fé e amor, formando uma só família, para além de todas as diferenças.”

Saudou, de seguida, o presidente da Peregrinação, D. José Traquina, a quem agradeceu a mensagem “interpeladora e bela” que apelou ao "reforço dos laços da solidareidade e da partilha fraterna e ao fortalecimento da esperança no futuro de uma mundo melhor".

“Se não cuidarmos uns dos outros não curaremos o nosso mundo enfermo”, disse o prelado, citando o Santo Padre, ao pedir a oração pela paz no mundo, em particular pelo povo libanês.

D. António Marto enviou também uma saudação aos Bombeiros, que nos últimos dias combatem os incêndios no país, em especial aos que faleceram no exercício desta função. Lembrou os doentes e seus familiares, em especial os que sofrem com a pandemia.

No final da sua intervenção, o bispo de Leiria-Fátima fez notar a presença dos peregrinos mais pequenos, para quem enviou uma saudação de carinho e afeto e uma bênção especial em nome de Jesus e dos Pastrorinhos de Fátima para uma infância feliz.

A Peregrinação Internacional Aniversária de Agosto, que integrou pela 48º vez a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado, assinalou a quarta aparição de Nossa Senhora, que aconteceu a 19 de agosto, nos Valinhos, a cerca de três quilómetros da Cova da Iria. Além dos peregrinos que integraram a 48ª Peregrinação dos Migrantes e os peregrinos portugueses, inscreveram-se nos serviços do Santuário para participar nas celebrações sete grupos , três dos quais estrangeiros, nomeadamente de Espanha, Itália e Polónia.

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