Na noite de 12 de outubro, o cardeal D. Giovanni Battista Re aproveitou a homilia para apontar alguns “sinais preocupantes de futuro em risco”, dando exemplos das “várias crises atuais”. O Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos lembrou “a crise económica e financeira que desde há vários anos pesa sobre as famílias”, aliada à crise moral e a crise social, que “comporta tantos problemas”, e sublinhou que “na base destas crises está uma que é a raiz de todas as outras: a carência de Deus”.
“Sem Deus, o homem e a mulher deixam de ter princípios que iluminem o caminho da vida”, continuou o cardeal, destacando que “quando Deus perde o lugar central que Lhe compete, também o homem perde o seu lugar”. Isto porque, como diz, “longe de Deus, o ser humano perde-se, ficando à mercê de egoísmos pessoais e interesses de grupo”.
Especialmente focado no problema da falta de fé, D. Giovanni Re recordou que “o Evangelho levou-nos em pensamento até ao templo de Jerusalém”, que Cristo encontrou “transformado num covil de negócios e de comércio”. O cardeal aproveitou esta passagem para pedir aos peregrinos que se interrogassem sobre “o lugar que Deus ocupa no nosso coração e na nossa vida”, alertando para o perigo de quando “Deus passa a ser a última das nossas preocupações”.
D. Giovanni Re recordou ainda a homilia da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, de 13 de maio de 2000, altura em que o papa João Paulo II disse que “quantos acolhem esta presença [de Deus] tornam-se morada (…) do Altíssimo”.
Homilia de 12 de outubro de 2015, por D. Giovanni Re, Prefeito Emérito da Congregação para os Bispos
João Francisco Gomes
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