13 de julho, 2010
Com base no tema da peregrinação internacional de Julho 2010 no Santuário de Fátima – “Há mais alegria em dar do que em receber” – D. João Miranda, bispo auxiliar do Porto, que preside à peregrinação, exortou os peregrinos a partilhar, pedindo a Deus a virtude a caridade. Para a Europa, “decadente e a precisar de conserto”, e para a Igreja, o prelado pediu uma “Nova Ordem”. “A primeira partilha a fazer é aquela que deriva da justiça: o justo salário a quem trabalha. A segunda forma de partilha é acudir aos casos clamorosos de quem tem fome de pão, de saúde, de escolarização, de dignidade humana. A terceira é banir a inveja do coração”, apelou D. João Miranda na Missa da Vigília de 12 de Junho, na qual participaram mais de três dezenas de grupos de peregrinos vindos de quinze países. O Bispo Auxiliar do Porto considera que a crise actual “não é sobretudo uma questão financeira ou económica, mas é uma crise moral”. “O dinheiro é a perdição do mundo. O dinheiro é um bem criado necessário ao bom entendimento dos homens, mas só tiverem o coração limpo. O dinheiro pode ser a perdição da Igreja se ela não seguir os caminhos das bem-aventuranças: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus! O apego desmedido aos bens deste mundo é uma traição ao Evangelho: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro!”. Uma outra forma de repartir, considera D. João Miranda, é “dar com alegria”, seja “o pão, a ciência, a cultura e a sabedoria do espírito”. “Muito já se disse sobre uma Nova Ordem internacional. Os poderosos das nações reúnem-se para acertar caminhos. Mas os acordos são difíceis, porque no meio se interpõem os interesses particulares. Os cristãos têm, teriam uma palavra importante a dizer. Mas parece que estamos encolhidos nos parlamentos, nos nossos interesses, na nossa defesa pessoal nas malhas de uma Europa decadente, a precisar de um conserto que devolva a esperança e a confiança às nações”. “Também para a Igreja é precisa uma Nova Ordem pastoral, que se exprima em acolhimento, respeito, desprendimento, mais partilha de bens, comunhão e paz, mais Palavra de Deus e menos ritos. A Igreja, nós, não podemos enredar-nos em pormenores, mas temos de atender as pessoas e a não ter medo de anunciar um evangelho difícil, mas que enche as medidas do coração”. LeopolDina Simões, Sala de Imprensa do Santuário de Fátima |