01 de maio, 2021
Acólitos desafiados a viver missão além do serviço ao altarNa homilia da Missa da XXV Pereginação Nacional dos Acólitos, o responsável europeu pelos que servem ao altar exortou os jovens presentes a projetarem o seu serviço e vocação além da missão na Igreja.
Cerca de mil acólitos estiveram hoje reunidos, em Fátima, na celebração da Missa da XXV Pereginação Nacional dos Acólitos, presidida pelo arcebispo do Luxemburgo e presidente do Comité Europeu de Acólitos, D. Jean-Claude Hollerich, que incitou os jovens presentes a experimentarem o seu serviço além do altar, na atenção aos outros e no cumprimento pleno da sua vocação em Deus. A celebração, que decorreu com a presença da relíquia de São Francisco Marto, patrono nacional dos acólitos, iniciou com a leitura de uma mensagem que o Papa Francisco enviou aos acólitos, por ocasião dos 25 anos de peregrinações. Na missiva, que foi dirigida ao presidente da Comissão Episcopal Portuguesa de Liturgia e Espiritualidade, D. José Manuel Cordeiro, e lida por si, o Santo Padre apontou a santidade como caminho, convidando os jovens acólitos a dedicarem “todo o entusiasmo da idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico” e a “oferecer a Jesus as mãos, os pensamentos e o tempo”, tomando os exemplos da beata Alexandrina de Balazar e de São Francisco Marto. “Quando se fala em imitar os Santos, não significa copiar o seu modo de ser e de viver a santidade. (...) Tens de descobrir quem és e desenvolver o teu modo pessoal de seres santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros. Fazeres-te santo é tornar-te mais plenamente tu próprio, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia. A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar”, escreveu o Sumo Pontífice, ao deixar a bênção, sob a intercessão de São José, aos acólitos e suas famílias, catequistas e estruturas diocesanas e nacionais. Na homilia, D. Jean-Claude Hollerich também se centrou no caminho ideal para a santidade, delineado pelo presidente da celebração na concretização de “pequenos gestos” de atenção pelo próximo. Num apelo à caridade e fraternidade, o presidente do Comité Europeu de Acólitos exortou, deste modo, os jovens acólitos a viverem a sua entrega e serviço além das fronteiras do altar, assumindo uma resposta assertiva ao convite vocacional de amor que Deus faz a todos os batizados. “Ser chamado à santidade não significa tornar-se um extraterrestre. (…) Jesus tem uma proposta de amizade para cada homem, para cada mulher. Um amigo de Jesus preocupa-se com os outros, com os seus amigos, com os mais fracos da sua classe, mesmo com as pessoas muito mais afastadas de nós, como os refugiados. Um amigo de Jesus preocupa-se com a ecologia, está empenhado contra as alterações climáticas, porque sabe que esta terra de Deus está confiada a todos. (…) Todos vós sois chamados por Deus à vida, também sois chamados a ser membros da Igreja como acólitos. Deus continua a chamar-vos ao casamento, a seres pai, a um trabalho, a um compromisso na paróquia, ao sacerdócio.”
“Ser santo não significa tornar-se um extraterrestre”Para a concretização de uma vida santa, o presidente da celebração deixou aos acólitos presentes uma lista de pequenas ações. “Ser chamado à santidade não significa tornar-se um extraterrestre, tornar-se menos humano. (…) A santidade começa com pequenos gestos. (…) Pequenos gestos de serviço nas nossas famílias, no nosso grupo de amigos, são os primeiros passos para a santidade. (…) A maior ajuda para viver plenamente a fé é o primeiro pensamento do dia. Quando acordas de manhã, seja com alegria ou tristeza, podes dizer bom dia a Jesus. Desta forma, começas um novo dia na Sua presença e ele continuará contigo. Ele ama-te, mesmo quando fazes coisas que são absolutamente más, por isso, o Seu amor toma a forma de perdão. Quando te familiarizares desta forma com Deus, o desejo de santidade vai nascer no teu coração”, afirmou D. Jean-Claude Hollerich, ao tomar, neste rumo, os exemplos de São Francisco Xavier e de São Francisco Marto, que gozou da “beleza e a santidade de Deus” na sua curta vida terrena. A concelebrar a Missa esteve D. José Manuel Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda e presidente da Comissão Episcopal Portuguesa de Liturgia e Espiritualidade, outros bispos presbíteros e o cardeal D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, que, como anfitrião, deixou, no final, uma saudação aos acólitos presentes, focando o olhar na vida “íntima e próxima da Eucaristia” de São Francisco Marto e convidando os jovens presentes a também assumirem, sem receio, esta “amizade com Jesus na Eucaristia e sempre”. Neste primeiro dia de uma nova fase de desconfinamento nacional, o bispo de Leiria-Fátima congratulou-se com a presença “significativa” de peregrinos na Cova da Iria e elogiou o zelo e respeito demonstrado pelas regras de segurança instituídas pelo Santuário de Fátima para este tempo de pandemia.
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