31 de maio, 2014


Decorre em Fátima o simpósio teológico-pastoral “Envolvidos no amor de Deus pelo mundo”. Experiência de Deus e responsabilidade humana, uma iniciativa do Santuário de Fátima, organizada sob a coordenação científica da Faculdade de Teologia da Universidade Católica. 
 
Para D. António Marto, em palavras na sessão de abertura, o título e lema do simpósio sintetiza bem a mensagem deixada por Nossa Senhora em Fátima na aparição de 13 de junho de 1917, aquela que considera “a mais importante das seis aparições”, aquela em que foi revelado o chamado “Segredo de Fátima” que “nas suas três partes é expressão deste amor de Deus ao mundo num momento periclitante que ameaçava afundar a humanidade no abismo da ruína”: a Primeira Grande Guerra Mundial.
 
Na sua reflexão, o bispo de Leiria-Fátima apresentou Maria como mensageira e ícone do Amor de Deus pelo mundo e exortou a Igreja a olhar as pessoas e o mundo com esse olhar de amor e de misericódia, e a realizar, segundo a própria exortação do Papa Francisco, “a revolução da ternura nas periferias existenciais”.
 
No contexto da interpelação feita por Nossa Senhora na Cova da Iria, o bispo de Leiria-Fátima apresenta Maria como “eco e mensageira do amor de Deus pelo mundo em relação a uma hora histórica que ameaçava aniquilar a humanidade e a própria Igreja” e, em simultâneo, como “portadora do anúncio da graça e da misericórdia divina como limite ao poder avassalador do mal e da promessa do triunfo do amor nos dramas da história”.
 
Ao reiterar as palavras do Papa Francisco sobre o “estilo mariano da atividade evangelizadora da Igreja”, D. António Marto destacou que, neste momento atual da história da humanidade, “a Igreja é chamada a olhar as pessoas e o mundo com um olhar de amor e misericórdia, a cuidar da humanidade com ternura, a ser uma Igreja amiga e companheira dos homens: a aproximar-se deles com um sentido grande e profundo de humanidade, que acolhe, escuta, compreende e assume as alegrias e as esperanças, as dores e as angústias dos outros”.
 
Esta Igreja “que se põe ao lado e ao serviço dos homens no seu caminho”, acrescentou D. António Marto, deve ser uma Igreja que “encurta circunstâncias, dialoga e conversa com o coração de mãe”.
 
Nas palavras do prelado, como aspeto de particular atualidade e urgência para a Igreja está, em primeiro lugar, a necessidade do “testemunho da força  do amor como antídoto à nova banalidade do mal (…) contemplada na mensagem de Fátima sob o nome insistente de pecado, o pecado do mundo, o anti-amor”, que sobressai em três frentes: na “perda da generalidade do sentido do dever”, no “alijar a responsabilidade própria sobre os outros, mecanismo da desculpe, da desresponsabilização e da ilusão da inocência” e no “crescimento do desinteresse pelo bem comum, que é talvez a doença da alma mais insidiosas para a nossa sociedade”.
 
“A corrupção é pior que o pecado porque provoca a erosão profunda da consciência moral e leva à banalidade do mal”, afirmou D. António Marto.
 
Uma outra missão da Igreja entendida como urgente por este bispo é a de "testemunhar o amor misericordioso de Deus pelo mundo levando-o de modo concreto às periferias onde há sofrimento, solidão, exclusão, violência, degradação humana, desespero", isto é, a concretização de uma "revolução da ternura nas periferias existenciais "da alma, da existência e sociais”. 
 
“A Igreja é chamada a cuidar da humanidade ferida e frágil, a sair de si e a ir ao encontro das periferias existenciais com a proposta de um novo humanismo em que a pessoa humana volte a ser o centro da reflexão e da convivência social”, afirmou o bispo de Leiria-Fátima, que concluiu que esta forma de ação “implica dizer um não a uma economia de exclusão e de desigualdades gritantes, economia que mata; um não à idolatria do dinheiro que escraviza e marginaliza; um não à globalização da indiferença e do descartável para dizer um sim à economia de inclusão e à globalização da fraternidade, da solidariedade e da paz”.
 
Os trabalhos do simpósio teológico-pastoral, que reflete sobre alguns núcleos temáticos relacionados com a aparição de Nossa Senhora aos três Pastorinhos no mês de julho de 1917, decorrem no Salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral de Paulo VI.  A quem não for possível estar em Fátima pode acompanhar o simpósio através da transmissão web, pelo acesso http://www.fatima2017.org/pt/menu-topo/simposio-online
 
LeopolDina Simões
 
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